Centros de vacinação anticovid vão ser usados para vacinar contra a gripe

António Costa tinha já referido que “vão seguir em paralelo os processos de vacinação da gripe e da eventual vacinação da terceira dose” contra a covid. Método para conjugar ambos nos centros de vacinação ainda está a ser organizado, referiu Henrique Gouveia e Melo ao PÚBLICO.

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Centros de vacinação covid vão ser usados para vacinar contra a gripe Nelson Garrido

Os centros de vacinação que estão a ser utilizados para administrar as vacinas contra a covid-19 vão também passar a ser usados para vacinar contra a gripe. O processo será iniciado na próxima semana, confirmou ao PÚBLICO o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task force para o processo de vacinação contra a covid-19 em Portugal. 

“Os mesmos centros farão as duas vacinas numa organização que pode ser numa base diária ou semanal, ou até com duas áreas diferentes”, explicou Henrique Gouveia e Melo e acrescentou que o método a adoptar ainda está a ser estudado. 

Num comunicado enviado esta sexta-feira às redacções, aquele grupo de trabalho apela a todas pessoas que recuperaram de infecção por SARS-CoV-2, “diagnosticada há pelo menos três meses, e que não tenham sido ainda vacinadas contra a covid-19, para que compareçam num centro de vacinação covid-19, recorrendo à modalidade ‘casa aberta’, com a maior brevidade possível, uma vez que estes centros serão, em breve, empenhados na vacinação da gripe”.

A task force relembra ainda que “a modalidade de ‘casa aberta’ está a funcionar sem restrições às faixas etárias, nem ao local de residência dos utentes”. “Actualmente, existindo um ritmo de vacinação mais reduzido (uma vez que a maioria da população já se encontra vacinada) e disponibilidade de vacinas, as segundas doses podem ocorrer num centro de vacinação diferente do local onde foi administrada a primeira dose”, acrescenta.

António Costa tinha já referido, na quinta-feira, quando anunciou o levantamento das restrições após a reunião do Conselho de Ministros, que está previsto “manter os centros de vacinação como eles existem, neste momento, para dar execução à decisão que venha a ser tomada” a propósito da eventual administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19. O entendimento do Governo, disse, é que “vão seguir em paralelo os processos de vacinação da gripe e da eventual vacinação da terceira dose” contra a covid-19, com o primeiro-ministro a destacar que “tem de ser dada prioridade à vacinação da gripe porque essa é certa”. Além disso, notou, “entre a toma de uma dose da vacina da gripe e a terceira dose da vacina contra a covid-19 tem de mediar pelo menos 14 dias”.

Ao PÚBLICO, o vice-almirante Gouveia e Melo referiu que a decisão se deve à “necessidade de vacinar o mais rapidamente possível as pessoas contra a gripe, de preferência antes de Dezembro”, justificando-se assim o aproveitamento dos centros de vacinação que actualmente se destinam à vacinação contra a covid-19 como um veículo de aceleração. “Para fazer esse processo com as vacinas da gripe e de uma eventual terceira dose ‘anti-covid’ é necessário manter alguma capacidade do sistema que montámos, que tem uma capacidade de vacinar regularmente 100 mil pessoas”, sustentou. 

Gouveia e Melo afastou ainda a possibilidade de ter que recorrer a pavilhões municipais, paróquias ou outras estruturas para vacinar a população contra a gripe, como aconteceu no ano passado. Apesar disso, as farmácias irão continuar a fazer parte integrante do processo. 

Notícia actualizada às 16h16 do dia 24 de Setembro de 2021: acrescentaram-se as declarações do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.

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