Exame de Português foi “muito equilibrado” e respondeu aos “anseios dos alunos”

Na escola secundária Clara de Resende, no Porto, o sentimento geral foi de satisfação. Do programa da disciplina, acabaram por sair no exame excertos de A Ilustre Casa de Ramires e de Os Maias, a poesia de Ricardo Reis e o Sermão de Santo António aos Peixes.

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Paulo Pimenta

O fim do exame estava marcado para as 11h30 mas foram poucos os que não aproveitaram, esta segunda-feira, a tolerância de trinta minutos para finalizar a prova de Português: o primeiro dos exames nacionais deste ano, marcado por mudanças na avaliação e por um calendário mais tardio.

Na escola secundária Clara de Resende, no Porto, foram 95 os alunos que realizaram o exame de Português na manhã desta segunda-feira. À saída, ainda de máscara posta, Hugo Vieira e Mariana Chibante, 17 e 18 anos, trazem um ar satisfeito. “Fiquei um bocado nervosa na parte do início, onde tínhamos de relacionar algumas obras que não tínhamos dado, mas dava para perceber pelo contexto. Não correu mal, de todo.” Do programa da disciplina, acabaram por sair no exame excertos de A Ilustre Casa de Ramires e de Os Maias, a poesia de Ricardo Reis e o Sermão de Santo António aos Peixes.

Ana Maria Alves, professora de Português na Clara de Resende, considera que o exame foi “muito equilibrado" e elogia as novas regras de avaliação dos exames. “A opção de responder a todas as perguntas mas só serem cotadas [em alguns dos itens fora da perguntas obrigatórias] as melhores pontuações foi boa para eles”, explica. “Com a pandemia criou-se alguma ansiedade, há muitos alunos tensos e nervosos e os exames ainda aumentam essa ansiedade por isso acho que foi bom que se tenham tomado estas medidas, que vão ao encontro aos anseios dos alunos e até dos pais.”

Hugo Vieira está confiante e acha que vai “tirar uma boa nota” só não sabe se será suficiente para aquilo que quer: Direito. Apesar das dificuldades eminentes, está contente com a escola e com o percurso que foi feito na preparação para os exames e durante o período de confinamento. "Tendo em conta todas as complicações, acho que a nossa escola conseguiu adaptar-se relativamente rápido. Não foi uma adaptação perfeita mas podia ter corrido muito pior.” Mariana acredita também que “a entreajuda entre professores e alunos” foi a chave: "Tivemos aulas presenciais e em algumas delas acabámos por fazer revisões de algumas obras que já estavam mais esquecidas.”

A professora Ana Maria Alves, que optou por fazer sessões de esclarecimento de dúvidas online, acredita que “os alunos cumpriram as regras e correu tudo muito bem”. Para o futuro, é “continuar a trabalhar": “Temos de manter o ritmo e alimentar o estudo.”

Texto editado por Pedro Sales Dias

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