Grávidas que regressem de países com vírus Zika devem consultar o médico

Recomendações são feitas pela Direcção-Geral da Saúde. Em Portugal foram detectadas quatro infecções em pessoas que tinham estado no Brasil. Todos recuperaram.

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Segundo Francisco George, foram detectados casos em países como Brasil, Cabo Verde, Colômbia e El Salvador AFP/NELSON ALMEIDA

As grávidas que regressem a Portugal e que tenham estado em países onde foram detectados casos do vírus de Zika devem consultar o médico assistente e mencionar a viagem feita. A recomendação é deixada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), num comunicado em que adianta que, “em Portugal, foram, até ao momento, confirmados laboratorialmente pelo Instituto Ricardo Jorge quatro casos que ocorreram em cidadãos portugueses que regressaram do Brasil”.

Segundo a DGS, as grávidas são entendidas como um grupo de risco para o vírus visto que “há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia”. O vírus é transmitido aos seres humanos apenas pela picada de mosquitos infectados, o que significa que “não se transmite de pessoa a pessoa”, reforça a nota assinada pelo director-geral da Saúde.

Francisco George explica, também, que “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais”. No regresso, até 12 dias depois da viagem, as pessoas que desenvolvam os sintomas descritos devem contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) e referir a viagem. Só no caso das grávidas deve haver contacto com o médico, mesmo sem sintomas.

Até agora foram notificados casos de doença pelo vírus de Zika em vários países, como Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.

Os quatro casos detectados em portugueses foram todos de pessoas regressadas do Brasil e “evoluíram favoravelmente”. Apesar disso, a DGS recomenda cautela a todos os que viajam para as zonas afectadas e aconselha, por exemplo, a que se dirijam antes a uma consulta do viajante.

Já no local de destino, os portugueses devem seguir as recomendações das autoridades locais e protegerem-se contra a picada de mosquitos, tanto utilizando vestuário adequado como repelentes (o que no caso de crianças e grávidas depende da recomendação médica). Além disso, por precaução, a DGS recomenda a utilização de redes mosquiteiras e a escolha de “alojamento com ar condicionado”.

Também o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos emitiu no final da semana passada um alerta para que mulheres grávidas evitem viajar para o Brasil e outros 13 países da América Latina onde o vírus circula. O primeiro caso naquele país é o de um bebé no Hawai. No Brasil, estima-se que o vírus de Zika já tenha infectado entre 440.000 e 1.300.000 pessoas, segundo um comunicado do Instituto Pasteur, que anunciou ter sequenciado o genoma deste vírus. 

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