Ordem dos Médicos defende administração da vacina da AstraZeneca acima dos 65 anos

O bastonário da Ordem dos Médicos e o Gabinete de Crise para a Covid-19 entendem que existem dados suficientemente robustos para poder alargar a administração da vacina a maiores de 65 anos.

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Luís Forra/LUSA

A Ordem dos Médicos veio nesta quarta-feira defender a administração da vacina da AstraZeneca acima dos 65 anos. 

“Na sequência da evidência científica e dos dados mais recentes que têm vindo a ser conhecidos em relação às diferentes vacinas, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e o Gabinete de Crise para a Covid-19 entendem que existem dados suficientemente robustos para que a vacina do laboratório farmacêutico AstraZeneca seja alargada aos maiores de 65 anos”, lê-se num comunicado da Ordem, que defende ainda “que o Plano de Vacinação seja apoiado na ciência e nas prioridades definidas a nível nacional e internacional, indo ao encontro das regras emanadas pela Organização Mundial da Saúde e pela Comissão Europeia, tendo também em conta as recomendações emanadas pela Agência Europeia do Medicamento e a FDA”.

No mesmo comunicado, a Ordem vem dizer que também vê como benéfico “o possível alargamento do intervalo entre as duas doses da vacina do laboratório farmacêutico Pfizer, entendendo que as mudanças referidas em relação a ambos os laboratórios podem ajudar a que a imunização chegue aos primeiros grupos de risco de forma mais célebre, sem comprometer a segurança e a eficácia”.

No fim do comunicado é deixado um elogio ao novo coordenador do Plano de Vacinação: “A Ordem dos Médicos salienta como positiva a dinâmica incutida no Plano de Vacinação pela nova coordenação da task force, mantendo-se disponível para colaborar com as autoridades competentes em todo o processo.”

A posição da Ordem é anunciada depois de serem conhecidos os resultados de um estudo realizado na Escócia, que demonstraram a eficácia da vacina da AstraZeneca. <_o3a_p>

De acordo com esse estudo, o Programa de Vacinação contra a Covid-19 reduziu “substancialmente”, até 94%, as hospitalizações quatro semanas após a primeira dose. O estudo avaliou as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca. Quatro semanas após a dose inicial, foi registada uma redução do risco de hospitalizações por coronavírus em até 85% com a vacina da Pfizer e 94% com a vacina da AstraZenecaPara os maiores de 80 anos, um dos grupos prioritários no plano de imunização, houve uma redução geral de 81% nas hospitalizações.

Também foi a seguir a este estudo, cujos resultados considerou “encorajadores”, que o Governo francês decidiu alargar a administração da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 às pessoas com mais de 65 anos. 

O mesmo está a acontecer na Alemanha. No sábado, a Comissão Permanente para a Vacinação na Alemanha anunciou que ia também alterar a recomendação que limitava o uso da vacina da AstraZeneca para maiores de 65 anos.

Em declarações à segunda cadeia de televisão da Alemanha (ZDF), Thomas Mertens, chefe da Comissão Permanente, admitiu que a recomendação causara problemas na aceitação dessa vacina na Alemanha. “Nós nunca criticámos a vacina, só criticámos o facto de não haver dados suficientes sobre a sua eficácia em maiores de 65 anos. A vacina é boa e os novos dados permitem-nos agora uma maior valorização”, afirmou.

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Tal como Portugal, a França e a Alemanha, inicialmente, desaconselharam esta vacina aos mais velhos a menos que fosse a única opção disponível.

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