Marinha alarga área de buscas por pescadores desaparecidos e recolhe objectos de embarcação

A Marinha adianta que "está a ser prestado apoio psicológico aos familiares das vítimas portuguesas.

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Lara Jacinto

A Marinha Portuguesa anunciou esta quarta-feira ter recolhido alguns objectos pertencentes à embarcação Mestre Silva, que naufragou na segunda-feira ao largo de Esmoriz, no concelho de Espinho, e informou que alargou a área de buscas pelos desaparecidos.

Num ponto de situação sobre o terceiro dia de operações de busca pelos três pescadores desaparecidos, divulgado nesta quarta-feira ao fim do dia, a Autoridade Marítima esclarece que "alargou a área de operações, cobrindo 930 quilómetros quadrados".

Nesta quarta-feira, estiveram envolvidos nas buscas a corveta Jacinto Cândido, o navio hidrográfico Almirante Gago Coutinho, o navio mercante BSL Cape Town, uma aeronave da Força Aérea, embarcações das estações salva-vidas do Douro, de Leixões e da Capitania de Aveiro, além de 13 embarcações de pesca que cruzaram a área.

A Marinha adianta que "está a ser prestado apoio psicológico aos familiares das vítimas portuguesas, através do Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima".

Para esta quinta-feira, a Autoridade Marítima irá "adaptar o dispositivo, tendo em consideração o período de buscas realizado e a extensão da área coberta".

A embarcação Mestre Silva, com cerca de 12 metros, registada na Póvoa de Varzim, mas que operava habitualmente a partir do porto de Matosinhos, distrito do Porto, naufragou na manhã de segunda-feira a cerca de dez milhas (19 quilómetros) ao largo de Esmoriz, em Espinho, distrito de Aveiro, com cinco tripulantes a bordo.

Apenas um pescador foi resgatado com vida, o mestre da embarcação, Rafael Silva, de 54 anos, natural de Vila do Conde, que teve de receber assistência no hospital de Santa Maria da Feira.

Há uma vítima mortal confirmada, um pescador da Póvoa de Varzim, de 54 anos, enquanto três pessoas estão desaparecidas: um pescador de Vila do Conde, de 64 anos, e dois indonésios, de 26 e 33 anos.

José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, revelou, depois de conversar com o único sobrevivente, que o acidente aconteceu após uma onda atingir a embarcação.

"Disse-me que estavam todos a trabalhar quando foram surpreendidos por uma 'volta de mar', uma vaga forte que virou a embarcação. Depois disso já não tem mais consciência do que se passou", adiantou José Festas.

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