Microsoft alerta para ataques informáticos na Europa em véspera de eleições

A empresa afirma que têm sido identificados ataques informáticos cometidos por um grupo relacionado com alegadas interferências russas nas eleições presidenciais dos EUA, em 2016.

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Rui Gaudêncio (arquivo)

A empresa de informática Microsoft alertou esta quarta-feira para o aumento de ataques cibernéticos, especialmente vindos da Rússia, depois de detectar uma série de tentativas de invasão de sistemas na Europa, na véspera das eleições europeias e na Ucrânia.

O vice-presidente da Microsoft encarregado de questões de segurança, Tom Burt, afirmou, num blogue oficial da empresa, que têm sido identificados ataques informáticos na Europa cometidos por um grupo relacionado com as alegadas interferências russas nas eleições presidenciais dos EUA, em 2016.

A empresa denunciou um grupo de hackers, intitulado Strontium, que tem perpetrado ataques cibernéticos junto de organizações não-governamentais na Europa.

Segundo as autoridades norte-americanas, o grupo Strontrium está ligado a uma relevante agência de informação russa, conhecida como GRU, que terá estado envolvida num processo de interferência nas eleições presidenciais dos EUA, em 2016, que está ainda a ser investigado.

"Os ataques não se limitam a campanhas políticas, mas visam também grupos de reflexão e organizações não-governamentais que trabalham sobre questões relacionadas com a democracia, a integridade de eleições ou políticas públicas e que frequentemente estão em contacto com governos", explicou Tom Burt.

Segundo o vice-presidente da Microsoft, entre Setembro e Dezembro de 2018 foi detectada uma série de ataques contra funcionários de vários think tanks na Alemanha, França, Bélgica, Polónia, Roménia e Sérvia.

A Microsoft refere que "continua a investigar a origem desses ataques”, que visam instituições como o German Marshall Fund, o Aspen Institute e o German Policy Center.

Esses ataques mostram "que nunca foi tão importante estar vigilante para proteger as nossas democracias da interferência estrangeira", disse Karen Donfried, presidente do German Marshall Fund, num comunicado.

"É importante que a atenção política e pública se volte mais para a segurança cibernética", afirmou, por sua vez, um porta-voz do German Policy Center.

Os ataques cibernéticos acontecem a poucos meses das eleições para o Parlamento Europeu, em Maio, e das eleições presidenciais na Ucrânia, em Março.

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