Pinterest vai direccionar pesquisas sobre vacinas para informação credível

O site irá também banir anúncios, comentários ou recomendações de páginas antivacinação, para evitar a desinformação.

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Reuters/Brendan McDermid

Os utilizadores do Pinterest que procurem informação sobre vacinação vão passar a ter como resultado os conteúdos das organizações líderes em saúde pública, num esforço para combater a desinformação no site, anunciou a empresa numa publicação no seu blogue na quarta-feira.

Esta acção é um esforço para moderar o conteúdo da rede social, numa altura em que as plataformas de redes sociais têm estado debaixo de fogo por promoverem conteúdo incorrecto e enganoso, incluindo conteúdo publicado por quem se opõe à vacinação.

O Pinterest afirmou que uma pesquisa pelas expressões “sarampo”, “segurança das vacinas” e outros termos relacionados vão passar a devolver resultados de organizações como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, a Academia Americana de Pediatria e a Rede de Segurança na Vacinação (um órgão da OMS).

Este site irá também banir anúncios, comentários ou recomendações de páginas antivacinação, para evitar a desinformação.

“Normalmente, a desinformação nos tópicos da saúde é mais acessível e visualmente atractiva do que os artigos de jornais científicos sobre as virtudes da vacinação”, disse a gestora de políticas públicas e impacto social do Pinterest, Ifeoma Ozoma, numa publicação do blogue da empresa.

A Organização Mundial de Saúde considerou que a relutância ou recusa na vacinação é uma das dez principais ameaças à saúde em 2019, citando o ressurgimento de doenças como o sarampo.

A confiança nas vacinas é maior nos países mais pobres e menor nos países mais ricos, de acordo com um estudo global conduzido pela Gallup e financiado pela The Wellcome Trust, uma organização de beneficência focada na saúde, que saiu em Junho.

O anúncio do Pinterest surge depois da decisão de bloquear todas as pesquisas de informação sobre vacinas no início do ano.

Facebook falha

Em Março, o Facebook disse que iria reduzir o ranking de grupos e páginas que espalhassem desinformação sobre as vacinas e que iria rejeitar anúncios com falsa informação sobre vacinas. Disse também que iria deixar de recomendar este conteúdo na página Explore do Instagram.

No entanto, os resultados das pesquisas feitas no Instagram (rede social detida pelo Facebook) ainda devolvem conteúdo antivacinação. Uma pesquisa sobre “vacinas” naquela rede social devolve como primeiro resultado uma conta chamada “Vacinas a descoberto”, que diz, na biografia, contar as “histórias reais” sobre as mortes relacionadas com as vacinas que “os meios de comunicação não vão contar”. Já tem quase 58 mil seguidores.

No ano passado, o YouTube também deixou de apresentar anúncios e vídeos antivacinação, citando a proibição de conteúdo prejudicial e perigoso na sua política de publicidade. O site disse que estava a ajustar os algoritmos para mostrar resultados mais confiáveis nas pesquisas de notícias e conteúdo cientifico.

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