Toshiba encerra (oficialmente) divisão de portáteis depois de 35 anos

O primeiro portátil Toshiba foi lançado em 1985.

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Em 2018, a multinacional japonesa já tinha vendido cerca de 80% do negócio Reuters/Toru Hanai

A Toshiba vai deixar de fabricar computadores portáteis. Depois de três décadas, a multinacional japonesa abandonou oficialmente a produção e fabrico de computadores e portáteis ao vender as acções que restavam da subsidiária Dynabook (responsável por fabricar os portáveis da marca) à empresa Sharp. Em 2018, a tecnológica japonesa já tinha vendido cerca de 80% do negócio aquela empresa por cerca de 36 milhões de dólares.

“Como um resultado da transferência [mais recente] a Dynabook passa a ser uma subsidiária detida, completamente, pela Sharp”, explica a Toshiba num breve comunicado.

Foi há 35 anos, em 1985, que a Toshiba lançou o seu primeiro computador portátil: o T1100 era um aparelho com quatro quilos, 256 KB de memória e entrada para disquete (havia poucos com esta funcionalidade na época). É considerado um dos aparelhos que impulsionou o crescimento da indústria, definindo baterias recarregáveis e ecrãs LCD (com cristais líquidos) como parte da norma. Na altura, o preço rondava os 2000 dólares.

Na década de 1990 e 2000, o nome da marca tornou-se popular entre fabricantes de portáteis (era frequentemente fazer parte das cinco mais vendidas) com as gamas Satellite e Tecra entre as mais conhecidas. Nos últimos dez anos, porém, as vendas da marca caíram a pico com o aumento da oferta no mercado e a dificuldade da Toshiba se destacar das rivais HP, Apple, Dell, e Lenovo. Enquanto em 2011 a Toshiba vendia mais de 17 milhões de portáteis, em 2017 o valor não chegava aos dois milhões.

O problema agudizou-se em 2015 com um escândalo em que a empresa japonesa admitiu exagerar os lucros obtidos. Após a informação ser tornada pública, a marca tentou mitigar as perdas ao substituir a equipa responsável pela gestão da empresa, reduzir postos de trabalho e fábricas e vender o negócio de sensores de imagem à rival Sony.

Em 2018, a empresa também vendeu a Westinghouse Electric, a divisão nuclear do gigante tecnológico japonês nos Estados Unidos, que entrou com um pedido de protecção contra falência em Março de 2017.

Com os anos, o foco foi para outras áreas da tecnologia. Em 2020, a Toshiba dedica-se ao fabrico de semicondutores, sistemas de armazenamento e energia, entre outras soluções digitais. Fora do mundo da computação, a marca continua a ser conhecida pela gama de electrodomésticos que incluem frigoríficos, microondas e máquinas de lavar e secar.

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