Sindicato acredita que há condições para melhorar acordo laboral na Autoeuropa

Para o sindicato, o aumento dos salários na Autoeuropa “poderia ser melhorado”.

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O sindicato recordou que tem defendido que "um acordo a três anos só hipotecava o futuro e condicionava as reivindicações dos trabalhadores" Daniel Rocha
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O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (Site Sul) acredita que há condições para melhorar o acordo laboral na Autoeuropa, nomeadamente na parte salarial, segundo um comunicado.

Na nota, publicada pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), o Site Sul "defende que o aumento salarial poderia ser melhorado".

"A votação foi marcada para dias 23 e 24, estando a decorrer o período de voto antecipado", indicou, lembrando que, como foi divulgado, "a administração decidiu aceitar um pré-acordo a dois anos, em vez dos três anos que antes pretendia. Não alterou as restantes matérias".

"Para a Comissão Sindical do Site Sul, este recuo da administração vem provar que, de forma serena, mas determinada, os trabalhadores fizeram ouvir o seu descontentamento e as suas reivindicações", indicou.

O sindicato recordou que tem defendido que "um acordo a três anos só hipotecava o futuro e condicionava as reivindicações dos trabalhadores, num contexto de grandes instabilidades sociais e políticas".

O sindicato disse depois que, "apesar do recuo na duração do acordo, o Grupo VW e a administração em Palmela têm condições para melhorar a sua proposta, nos valores apresentados na matéria do aumento salarial, principalmente para o ano de 2025".

O Site Sul relembrou que, "apesar de as previsões para a taxa de inflação em 2025 voltarem a indicar valores mais baixos, o mesmo não acontecerá com o custo de vida", destacando que este "aumentou muito mais do que as taxas de inflação que têm sido anunciadas".

"O sindicato lamenta que, mais uma vez, aos trabalhadores não tenha sido dada oportunidade de discutirem colectivamente esta proposta, antes de serem chamados a votar o resultado das negociações", referiu.

O Site Sul sublinhou ainda que, a propósito de paragens de produção, incluídas no calendário de produção da unidade, recentemente divulgado, "os trabalhadores não podem ser penalizados na totalidade da sua remuneração, por motivos aos quais são alheios e que se prendem com a decisão unilateral da administração".

A administração da Autoeuropa propôs na quinta-feira a manutenção do pré-acordo laboral rejeitado por 57,7% dos trabalhadores da fábrica de Palmela, mas agora com validade de dois em vez de três anos, anunciou a Comissão de Trabalhadores, nesse dia.

Além do aumento salarial de 6,8% em 2024, o pré-acordo garante um aumento mínimo de 2,6% em 2025, ou de 0,6% acima da inflação média do ano anterior, e um prémio de objectivos anual, que poderá proporcionar, em média, mais de 2.500 euros a cada trabalhador.

Prevê ainda um prémio único a atribuir em 2025, equivalente a um mês de salário, pelo lançamento do novo modelo híbrido T-Roc, que será produzido a partir do próximo ano na fábrica da Volkswagen, em Palmela, no distrito de Setúbal.

A proposta da administração da Autoeuropa, que mantém na plenitude as regalias previstas no pré-acordo rejeitado pelos trabalhadores no passado dia 3 de Abril, e que apenas reduz o prazo de validade do mesmo de três para dois anos, vai ser submetida a novo referendo nos próximos dias 23 e 24 de Abril, terça e quarta-feira da próxima semana.

A Volkswagen Autoeuropa, um dos maiores exportadores nacionais, produziu no ano passado um total de 220.100 automóveis T-Roc, único modelo em produção na fábrica de Palmela.

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