Natação artística: Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves obtêm melhor resultado de sempre num Mundial

Dueto português conseguiu a melhor pontuação da carreira, em Doha, e melhorou o 11.º posto que tinha atingido em Fukuoka, na edição anterior.

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As portuguesas Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves fecharam a participação na prova de dueto técnico, nos Mundiais Aquáticos, que decorrem em Doha, no Qatar, na oitava posição. É o melhor resultado de sempre da dupla nacional em Campeonatos do Mundo, obtido também com a melhor pontuação da carreira neste patamar (236.8117 pontos).

Antes desta prestação em Doha, as nadadoras do Gesloures tinham como melhor prestação o 11.º posto alcançado em Fukuoka, em 2023 (208.4600 pontos). Na ronda preliminar, de acesso à final, Cheila e Beatriz elevaram a fasquia para os 231.5767 pontos, que lhes valeu o último degrau do top10 e a entrada na luta pelas medalhas.

Nesta segunda-feira, deram mais um passo seguro na afirmação da natação artística nacional, que tem feito um percurso sólido a nível externo. Em 2015, na primeira participação das selecções nacionais de duetos, a marca alcançada foi o 43.º lugar (em 44 países). Nove anos depois, Portugal chega ao top8 mundial.

Nas provas de dueto técnico, cada dupla tem de realizar cinco elementos, uma acrobacia (acro-pair) e duas figuras híbridas (movimento de pernas fora de água), existindo um limite de 2m20s para cada coreografia. O dueto português, que nada junto desde 2012, apresentou em Doha o tema "Rodeio" e acabou por recolher 236.8117 pontos (Dificuldade total: 34.1500; Prestação artística: 92.5500; Execução: 144.2617).

"A nossa estratégia está a resultar. Estamos a fazer alterações na coreografia para aumentar a dificuldade e conseguimos. Mudámos para a eliminatória e conseguimos, mudámos para a final e conseguimos. E agora é continuar com o mesmo espírito", resumiu Cheila Vieira, em declarações à Federação Portuguesa de Natação, após a prova.

Na luta pelas medalhas, a China conquistou o ouro, pelas gémeas Wang (Liuyi e Qianyi), com 266.0484 pontos, a medalha de prata foi entregue às britânicas Kate Shortman e Isabelle Thorpe (259.5601), enquanto a de bronze ficou na posse das espanholas Alisa Ozhogin e Iris Casas (258.0333).

Portugal procura também garantir a presença nos Jogos Olímpicos de Paris, que se realizam no Verão, um dos objectivos a que se propusera quando partiu para estes Mundiais aquáticos. Esse apuramento resulta do somatório da pontuação da prova de dueto técnico e da prova de dueto livre, na qual Cheila e Beatriz vão também competir na quarta-feira, nas eliminatórias.

A qualificação para Paris será, porém, uma missão mais delicada do que nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos. É que o número de vagas atribuídas aos duetos tem vindo a cair: em Londres 2016, foram 22, em Tóquio 2020 foram já 20 e este ano, na capital francesa, o total ficou reduzido a 18. O que significa que a concorrência é cada vez mais apertada.

Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves, de 25 e 24 anos, respectivamente, têm feito uma aposta séria na trajectória rumo a Paris 2024. Dividindo-se regularmente entre os treinos no Algarve, ligados ao projecto de alto rendimento, e em Loures, para representarem o clube ao qual estão há muito ligadas, procuram dar o melhor seguimento a modalidade que exige muito trabalho de força, de flexibilidade, de coordenação e de disciplina mental.

“Nós, em Portugal, não conseguimos fazer carreira do desporto, temos de entrar no mercado de trabalho. Eu vejo-me a tentar até Paris 2024 e, a partir daí, vou tentar começar a carreira profissional”, anunciou Cheila, numa entrevista em Agosto de 2022. Dentro de dias saberemos se o objectivo olímpico desta dupla, que já está a fazer história, será cumprido.

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