Benfica afundou o Portimonense em quatro minutos

Algarvios resistiram durante a primeira parte, mas não tiveram capacidade de reagir à primeira estocada. É a segunda goleada seguida das “águias” na Liga.

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David Neres fez o segundo golo do Benfica Reuters/PEDRO NUNES
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O exercício de resistência que o Portimonense levou até ao Estádio da Luz durou 55 minutos. A partir desse momento, o Benfica acelerou ferozmente para uma goleada (4-0), a segunda consecutiva na Liga, com uma exibição a condizer, e confirmou os assomos de dupla personalidade que tem vivido nesta época. A versão luminosa que as "águias" mostraram neste domingo, ficou claro, foi mais do que suficiente para segurar o comando do campeonato.

Que Benfica poderiam esperar os adeptos? O que resolveu o jogo na primeira parte com o Vizela, na anterior jornada, ou o que rubricou uma exibição paupérrima em Toulouse, para a Liga Europa? Roger Schmidt repisou a ideia de que ainda não tem o lateral esquerdo que idealiza, apostando em Aursnes para a posição, e desta vez lançou Kokçü uns metros mais à frente, na linha de três atrás do avançado, que foi... Rafa.

A overdose competitiva dos meses de Fevereiro e Março tem obrigado a uma gestão rigorosa do plantel e a intenção de Schmidt seria garantir maior mobilidade na frente, a que acrescentou a meia distância de Kokçü (que não se viu) e os movimentos verticais de Neres e à largura de Di María. Tudo com a intenção de superar as duas barreiras, de cinco e quatro unidades, que o adversário montou à frente da área.

Ao contrário do que aconteceu nos dois embates com o Toulouse, não foi por falta de criação que o Benfica não chegou a ganhar ao intervalo. Aos 9’, Kokçü acertou em Nakamura já sem oposição na área; aos 30’, Aursnes, Neres e Rafa combinaram num lance que resultou em canto; aos 31’, Otamendi, isolado após passe de Kokçü, permitiu a defesa a Nakamura; aos 36’, Rafa falhou um chapéu após assistência de Neres; aos 39’, foi o brasileiro a ficar perto do golo e aos 45’ foi Di María a testar a atenção do guarda-redes.

A este assédio respondeu o Portimonense com um único remate enquadrado, de Dener, aos22’, e com algumas saídas de bola mal definidas, que o Benfica não teve dificuldades em anular.

Do lado dos algarvios, ia ser preciso algo mais no segundo tempo para incomodarem o anfitrião; do lado das “águias”, era obrigatório outro critério na zona de definição para chegarem à vitória. Mas nenhuma equipa promoveu alterações ao intervalo, nem no “onze”, nem no guião que tinha preparado.

O Portimonense agarrava-se como um náufrago à bóia da solidez defensiva, mas acabaria por afundar-se em quatro minutos apenas. Aos 55’, Rafa recebeu a bola sobra a direita e finalizou com a parte de fora do pé, rasgando o equilíbrio dos algarvios, que não conseguiram voltar à tona. Aos 57’, foi uma assistência de Kokçu a isolar Neres, que despejou velocidade e classe sobre o adversário. E aos 59’ foi uma trivela de Rafa a encontrar Di María para um desvio subtil.

Para quem precisa de gerir a fadiga, a pensar nos próximos clássicos (com Sporting, para a Taça de Portugal, e FC Porto, para a Liga), era o melhor que poderia ter acontecido. O Portimonense estava obrigado a mostrar que tinha preparado alguma coisa em ataque posicional, o Benfica com o triunfo encaminhado e pronto a mexer no “onze”.

Houve alterações de ambos os lados mas o sentido do jogo manteve-se e Rafa aproveitou um desvio/passe de Kokçü para apontar o 12.º golo na Liga (17.º na época), aos 75'. Era a confirmação de nova goleada, depois do 6-1 ao Vizela, mas desta vez com um sinal de continuidade no rendimento e na produção ofensiva que há uma semana não se viu.

Dentro de dias, a prova, o contexto e a qualidade do adversário serão outros. Mas esta versão do Benfica é, seguramente, aquela que apresenta mais garantias.

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