Portugal leva comitiva extensa sem pesos-pesados aos Mundiais de Glasgow

Ausências de Pichardo, Mamona e Dongmo amputam aspirações portuguesas nos Campeonatos do Mundo de pista coberta.

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Isaac Nader é um dos atletas portugueses mais cotados em Glasgow REUTERS/ALINA SMUTKO
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A neerlandesa Femke Bol (400 metros, 49,24s), o norte-americano Grant Holloway (60m barreiras, 7,27s) e o britânico Josh Kerr (3000m) serão três dos cabeças-de-cartaz dos 19.ºs Campeonatos do Mundo de atletismo em pista coberta, que nesta sexta-feira arrancam em Glasgow, na Commonwealth Arena. Todos eles fixaram recordes do mundo nesta época (no caso de Kerr, foi nas duas milhas, com 8m00,67s) e são, por isso, fortíssimos candidatos a medalhas, estatuto que não se aplica a nenhum dos 17 representantes que Portugal terá no evento.

É uma comitiva, a portuguesa, com mais cinco atletas do que a de 2022, mas sem nenhuma das três estrelas mais cintilantes dos últimos anos: Pedro Pichardo (triplo salto), Patrícia Mamona (triplo salto) e Auriol Dongmo (lançamento do peso). E se há dois anos, em Belgrado, Portugal arrecadou duas medalhas, uma de ouro (Dongmo) e uma de prata (Pichardo), desta vez as perspectivas são mais modestas, até porque boa parte do contingente nacional (10) faz parte das equipas de estafetas de 4×400m.

“Toda e qualquer equipa quer sempre fazer-se acompanhar dos seus melhores talentos. Temos muitos e bons, mas é um facto que temos a ausência de três medalhados em grandes competições. Temos de encarar esta ausência como a possibilidade de estarem a recuperar e preparar da melhor forma possível para os grandes eventos do Verão”, enquadrou Luís Pereira, líder da comitiva portuguesa, em declarações à agência Lusa.

Neste contexto, as maiores esperanças de um eventual pódio português na Escócia estão concentradas em Isaac Nader (recordista nacional dos 1500m, com 3m34,23s), em Tiago Pereira (nono classificado na final de Belgrado, há dois anos) e em Jessica Inchude (está a fazer um bom arranque de temporada no lançamento do peso).

"Se todos os atletas se superarem e, mesmo assim, não se conseguir um pódio, temos de encarar isso como todos foram fazer melhor que já fizeram, mas podemos ter de lidar com igual superação dos seus adversários e serem melhores do que os nossos”, alertou Luís Pereira, consciente das dificuldades que Portugal vai encontrar.

Até porque se, por um lado, apresentará atletas com grande experiência, como Lorène Bazolo (60m) e Cátia Azevedo (400m e 4x400m), por outro terá de gerir as estreias absolutas nestas andanças de Ericsson Tavares, Omar Elkhatib, Duarte Fernandes, Vera Barbosa, Carina Pereira e Fatoumata Diallo, todos nas estafetas.

No total, serão 132 os países em competição em Glasgow, até domingo, mas só 10 apresentam uma comitiva mais numerosa do que a portuguesa. Um deles, a Grã-Bretanha (para este efeito, Inglaterra, Escócia e País de Gales competem em conjunto), contará com aquele que será seguramente um dos atletas favoritos dos adeptos da casa, Josh Kerr. Este natural de Edimburgo, que no ano passado se sagrou campeão do mundo nos 1500m, desta vez não terá a concorrência nos 3000m da grande referência do meio-fundo, o norueguês Jakob Ingebrigtsen, a recuperar de uma lesão no tendão de Aquiles.

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