Desemprego de Fevereiro interrompe sete meses consecutivos de subidas

Inscrições nos centros de emprego recuaram 1,2% face a Janeiro. Já na comparação com 2023, o desemprego registado manteve trajectória de crescimento e subiu 4,9%.

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Na região de Lisboa e Vale do Tejo, o número de desempregados inscritos aumentou tanto em termos homólogos quanto na comparação mensal Andreia Carvalho
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Depois de sete meses consecutivos a subir, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou 1,2% em Fevereiro face a Janeiro. Já quando se faz a comparação com o período homólogo, verifica-se que o desemprego registado continuou a aumentar e cresceu 4,9% em relação a Fevereiro de 2023.

As estatísticas divulgadas nesta quarta-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de um pouco mais de 331 mil pessoas desempregadas no final de Fevereiro, sendo a maioria mulheres (55,6%), com 25 ou mais anos (88,4%) e que concluíram o 9.º ano (43,2%) ou o ensino secundário (35,7%).

Olhando para a evolução anual do desemprego, verifica-se que o número total de inscritos está a subir desde Julho de 2023. Em Fevereiro de 2024, o aumento homólogo de 4,9% ficou a dever-se, sobretudo, aos desempregados registados há menos de 12 meses (+20.289), com o ensino secundário (+17.065), que procuram um novo emprego (+14.043) e que tinham menos de 25 anos (+3469 pessoas).

A dinâmica de inscrições no IEFP não foi igual em todo o país. Enquanto no continente o desemprego aumentou em todas as regiões, com particular relevo no Alentejo (+11,3%), nos centros de emprego dos Açores e da Madeira as inscrições recuaram.

Já na comparação com o mês de Janeiro, o desemprego caiu em todas as zonas do país, com excepção de Lisboa e Vale do Tejo, onde teve um aumento de 0,2%.

Numa nota enviada à Lusa, o gabinete da ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, atribuiu o crescimento homólogo do desemprego em Fevereiro ao "aumento da população activa".

Além do número total de desempregados registados no final de cada mês (que tem em conta o número de novas inscrições e o número de pessoas que deixaram de estar inscritas seja porque encontraram trabalho, porque estão em formação ou por estarem temporariamente indisponíveis para trabalhar), as estatísticas do IEFP permitem também observar o fluxo de desempregados que ao longo do mês se registaram nos seus centros de emprego.

Em Fevereiro, registaram-se 48.398 novas inscrições, um número 15,5% superior face ao mesmo mês de 2023, mas 18,3% inferior ao de Janeiro.

As ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês totalizaram 9075 em todo o país, o que representa um recuo em comparação com o mês homólogo (-9,1%) e com o mês anterior (-10%).

As actividades económicas com maior expressão nas ofertas de emprego recebidas durante o mês de Fevereiro, refere o IEFP, foram as actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (25,7%); o alojamento, restauração e similares (15%); o comércio por grosso e a retalho (9,6%); e a Administração Pública, educação, actividades de saúde e apoio social (9,6%).

Os centros de emprego conseguiram colocar 6734, um número superior ao verificado em igual período de 2023 (+3%), mas inferior ao do mês anterior (-11,6%).

“A análise das colocações efectuadas, por grupos de profissões (dados do continente), mostra uma maior concentração nos trabalhadores não qualificados (34,5%), trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores (16,5%) e no pessoal administrativo (12,6%)”, lê-se na nota que acompanha as estatísticas.

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