Conhecendo a música de Sean Riley & The Slowriders, sabemos que no âmago da sua música estão os gigantes do cancioneiro americano, de Bob Dylan a Neil Young, de Gram Parsons a Brian Wilson. Se ouvirmos mais atentamente e prestarmos atenção a Sean Riley & The Slowriders, o álbum homónimo que é recomeço e novo passo, dado cinco anos depois de It's Been a Long Night, percebe-se melhor que a fidelidade ao formato canção tem neles várias matizes: apontamentos psicadélicos, electrónica de toque orgânico, rock'n'roll com órgão rhythm'n'blues em plena carburação.
São banda de melómanos interessados e de gosto abrangente, como se comprova pela playlist que prepararam para o Spotify do Ípsilon, onde cabe o novo psicadelismo dos Black Angels e o R&B de Drake, onde a pop que tem Scott Walker na memória dos Last Shadow Puppets é acompanhada pela mestria dos Capitão Fausto. Aqui, a Americana de Kurt Vile é a outra face de uma mesma moeda onde se destaca a efígie dos Sonic Youth, o génio de Arthur Lee, dos Love, ou os Depeche Mode já embrenhados no século XXI.