Já começou a “guerra das trincheiras” entre Desp. Chaves e Estoril

Os flavienses dizem que os adeptos não agrediram ninguém e passam as culpas para os jogadores do Estoril. Já os estorilistas pedem medidas legais drásticas e apontam culpas também ao árbitro.

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O caos entre Chaves e Estoril PEDRO SARMENTO COSTA / LUSA
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Como sempre em casos de polémica no futebol português – e em particular em situações de violência –, a “guerra das trincheiras” já está em marcha, depois do caos no Desportivo de Chaves-Estoril deste domingo.

De um lado, bem escondido na sua trincheira, o Desp. Chaves já dispara os tiros do “não agredimos ninguém e vamos defender os nossos” – já muito vistos por parte de quem tem culpa. Nada de novo. Do outro, o Estoril já está a responder da sua trincheira bem montada, disparando com a arma de “queremos as medidas mais drásticas” – também já muito usada por parte de quem é prejudicado. Nada de novo também aqui. Também pouco surpreendente é que, no meio da “guerra de trincheiras”, apareça uma autoridade a anunciar a abertura de um inquérito.

Nesta segunda-feira, a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) instaurou um processo aos incidentes para apurar “o cumprimento de deveres e eventuais responsabilidades contra-ordenacionais do promotor do espectáculo desportivo".

Depois, avançou o Estoril, falando de medidas legais – e presume-se, com bom grau de certeza, que possam passar por um pedido de impugnação do jogo. “O Estoril está a tomar medidas legais para que seja feita justiça pela defesa dos seus atletas, dos seus elementos, e também pelo melhor interesse do futebol profissional português. A capacidade de decisão e reacção de todos os envolvidos nas competições profissionais tem de ser implacável", pode ler-se num comunicado.

O foco do clube de Cascais é, sobretudo, a decisão da equipa de arbitragem de retomar a partida. "Perante a gravidade dos factos, o Estoril considera incompreensível e inaceitável que não se tenha dado o jogo por terminado de forma definitiva. O Estoril comunicou ao árbitro a situação de insegurança sentida pelos seus jogadores e equipa técnica, solicitando que desse o jogo por concluído, por entender que os atletas já não estavam em condições mentais e anímicas de voltar a competir", acrescenta.

Do lado do Chaves veio também nesta segunda-feira a tentativa de retirar gravidade aos factos. Em declarações à Lusa, Francisco José Carvalho, presidente do clube, diz que vai verificar a identidade dos invasores e crê que têm de ser sancionados. Mas apenas isso. Argumentou, depois, que nenhum deles agrediu um atleta do Estoril e que foi dos jogadores que partiu todo o problema. "Quero que fique bem vincado que os adeptos do Desp. Chaves não foram violentos nem tentaram agredir os atletas do Estoril. Ao começarem a agredir os adeptos, os atletas perdem a razão. Vamos ver os relatórios e tentar defender os nossos”.

"Quem iniciou a violência foram os jogadores do Estoril, não foram os adeptos do Desp. Chaves. O que os adeptos fizeram não se faz, mas também não houve violência, simplesmente foram pedir satisfações ao guarda-redes porque este, desde o início da segunda parte, depois de marcarem o golo, esteve sempre a provocar os adeptos e a insultar o apanha-bolas", vincou.

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