Rali de Portugal: Neuville impôs-se na Figueira, mas o espectáculo entrou em pião

Quinta prova do Mundial de ralis começa com reparos à organização. Pilotos viram-se obrigados a gerir os pneus para as classificativas a sério.

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Rali de Portugal testou carros em Paredes dr
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O espanhol Dani Sordo foi o mais rápido no shakedown de Paredes e Thierry Neuville o primeiro na superespecial da Figueira da Foz, pelo que o belga parte como primeiro líder da 57.ª edição da prova portuguesa, quinta do Mundial (WRC).

A Hyundai e o líder do campeonato entraram fortes no Rali de Portugal, mas o primeiro dia é sempre uma corrida à parte, sem impacto na classificação, pelo que só a partir desta sexta-feira, na dupla passagem por Mortágua, Lousã, Góis e Arganil é que os pilotos andarão verdadeiramente a fundo.

E, para isso, há que preservar os pneus, algo que a superespecial da Figueira da Foz desafiava de uma forma grosseira, com o asfalto e os inúmeros “donuts” impostos pelo traçado a refrearem os ímpetos.

No final, os pilotos lamentaram não terem podido oferecer o espectáculo que o público esperava e a que gostaria de ter assistido. Mas a “saúde” dos pneus era claramente prioritária, pelo que ninguém arriscou mais do que o minimamente indispensável para marcar um bom tempo.

A organização foi, ainda, alvo de outro reparo. Assertivo, como ficou provado depois de o Toyota de Sami Pajari (WRC2) ter sofrido danos por tocar no cilindro de betão que os pilotos tinham de contornar para açucarar os “donuts”. Uma estrutura com visibilidade reduzida para os pilotos, que poderia ter sido substituída por inócuos fardos de palha, contribuiu para que a superespecial entrasse em pião.

No que diz respeito aos tempos, que nada definem em matéria de posições para o início do rali, Thierry Neuville, com 2m24,2s, bateu o Toyota de Sébastien Ogier por 0,6 segundos, deixando o colega de equipa Ott Tänak a dois segundos, com o mesmo tempo do japonês Takamoto Katsuta (Toyota).

O campeão do Mundo, Kalle Rovenperä, resolveu os problemas que enfrentou no shakedown e fechou o top 5 a 2,4 segundos do primeiro líder do Rali de Portugal.

Dani Sordo está de volta

Depois de meio ano de ausência em provas do Mundial de ralis, o espanhol Dani Sordo foi o mais rápido no shakedown de Paredes (com 2m51,2s), na segunda de três passagens de 4,61 km, batendo os colegas da Hyundai Ott Tänak e Thierry Neuville por meio segundo e 0,9 segundos, respectivamente. O espanhol foi, depois, sétimo na Figueira, prometendo a mesma luta de 2023.

De regresso ao rali onde em 2010 conquistou a primeira vitória da carreira, Ogier conseguiu o quarto melhor tempo no shakedown. O oito vezes campeão mundial e recordista de triunfos em Portugal, com cinco vitórias, a par de Markku Alén, procura o sexto troféu e a redenção da edição de 2022, já que não participou no ano passado e só agora tem oportunidade de corrigir “o desastre da minha última participação”.

Já o finlandês Kalle Rovanperä, companheiro de equipa do francês, que procura o tri para igualar Biasion, depois de ter “voado” na ronda matinal acabou por regressar a Matosinhos para resolver problemas técnicos no sistema híbrido.

Gus Greensmith, o mais rápido no shakedown (WRC2), foi apenas sétimo da categoria na Figueira, duas posições atrás de Armindo Araújo. Kris Meeke impôs-se entre os concorrentes do Campeonato de Portugal.

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