PS venceu eleições para a Câmara de Monção por três votos

PS e PSD garantiram, cada um, três mandatos. CDS elegeu um vereador.

O candidato do PS à Câmara de Monção foi hoje confirmado como vencedor das eleições para aquele órgão, três dias depois do encerramento das urnas e com apenas três votos de vantagem sobre a lista do PSD.

A informação foi avançada pelos elementos das duas listas no final da reunião da assembleia de apuramento geral, já no segundo dia, depois de averiguadas várias participações e discrepâncias formais, com a verificação e validação dos votos de diversas freguesias deste concelho do distrito de Viana do Castelo.

De acordo com os dados divulgados na madrugada de segunda-feira pela Direcção Geral de Administração Interna (DGAI), a lista do PS, liderada pelo actual vice-presidente da Câmara, Augusto Domingues, tinha vencido as eleições em Monção com 37,96% da votação (4743 votos), contra os 37,92% (4739 votos) da lista do PSD.

Esta diferença de quatro votos acabou hoje por ser reduzida para três, após validação de dois votos do PSD e um do PS, anteriormente dados como nulos.

Contudo, o candidato do PSD, António Barbosa, já anunciou que vai recorrer destes resultados para o Tribunal Constitucional nas próximas 24 horas, alegando “irregularidades graves” no processo eleitoral em “três ou quatro” das 38 mesas de voto do concelho.

Segundo o edital publicado nesta quarta-feira na Câmara de Monção pelas 21h, após fechada a assembleia de apuramento geral, o PS venceu a eleição com 4744 votos, seguido do PSD com 4741 votos. O CDS-PP manteve os 2221 votos apurados no domingo, o mesmo acontecendo com a CDU, com 206 votantes.

Apesar deste resultado, e tendo em conta o anúncio do recurso a apresentar pelo PSD, Augusto Domingues admite que apenas fará a festa da eleição após a validação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições.

Nos últimos dois dias chegaram à Câmara de Monção, acompanhados por militares da GNR, os votos de várias freguesias depositados no tribunal, solicitados pela assembleia de apuramento geral, face às discrepâncias na votação detectadas durante a conferência.

Ficaram no entanto por esclarecer as diferenças constantes nos dados da DGAI apurados no domingo. Para a Câmara foram registados 12.496 votos, para a Assembleia Municipal 12.486 e para as Assembleias de Freguesia 12.493.

A Câmara de Monção era liderada há 16 anos por José Emílio Moreira (PS) que, devido à lei da limitação dos mandatos autárquicos, não pôde recandidatar nestas eleições.

A votação do PS, com o actual vice-presidente da Câmara, caiu praticamente para metade face a 2009 (68,37% há quatro anos), enquanto o PSD quase duplicou (dos anteriores 20,89%) o resultado.

Questionado pela Lusa, o candidato do PS admitiu que a decisão, tomada durante este mandato, de desligar a iluminação pública durante a noite nas aldeias, para poupar na factura de electricidade, acabou por ter efeito na votação popular. Por isso mesmo, Augusto Domingues diz que vai reunir-se com todos os presidentes de junta para decidir se reverte esta medida.

Além disso, justifica este “quase” desaire com a “campanha aguerrida dos adversários” e “alguma sobranceria” por parte da sua lista, face aos 16 anos no poder.

“Apanhámos um susto e ia tudo acontecendo ao contrário. Mas ainda bem que parece que nós vamos continuar a governar os destinos de Monção”, rematou o socialista no final de dois dias de novo escrutínio eleitoral.

Por esclarecer fica ainda a forma de governar a Câmara, já que PS e PSD garantiram, cada um, três mandatos, enquanto o CDS-PP elegeu um vereador para o mesmo executivo.

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