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"Nós existimos, fomos abandonados, somos muitos"

Por Manuel Roberto , Catarina Gomes e Manuel Roberto

13/07/2013 - 17:34

Registos de nascimento no Arquivo de Identificação Civil de Bissau. Só 150 mil pessoas têm bilhete de identidade, no país de 1,6 milhões de habitantes

José Carlos Martins, que não tem o pai no bilhete de identidade, trabalha no Arquivo de Identificação Civil de Bissau

Fátima Mané sabe que a companhia do pai se chamava Dragão Negro

As gémeas Higina e Teresa Silva contam que o pai esteve colocado no quartel de Bula

Inês Miriam Henrique, aqui com a sua família, conta que o pai lhe aparece em sonhos a dizer “minha filha, queria tanto conhecer-te"

Erasmo Fonseca pediu muito à sua mãe, Maria Geralda Cassamá, para lhe contar quem é o seu pai

Sanu Mané tinha 15 anos quando se tornou lavadeira do militar de quem veio a ter uma filha

Fernando Edgar da Silva quer criar uma associação para dizer aos portugueses: "nós existimos, fomos abandonados, somos muitos"

Maria, Ana e Florinda são três irmãs, cada uma filha de seu pai português

Os irmãos Indequi foram escondidos pela mãe depois da independência da Guiné que tinha medo que os matassem

Higina Silva é professora primária numa escola portuguesa em Bissau

Elva Indequi tem três versões possíveis para o nome do seu pai

Nataniel Silva Évora ainda viveu com o pai até aos cinco anos

Fátima Cruz sempre ouviu dizer que tinha sido o pai a escolher-lhe o nome

Maria Geralda Cassamá conta que o militar português de quem teve o filho lhe disse para abortar

Nenedjo Djaló encontrou o pai, fala com ele todas as semanas

Quando não sabem quem é o pai, estes filhos querem mostrar os nomes das mães. Talvez os pais se lembrem que deixaram um filho na Guiné.

Alguns filhos descobriram as moradas dos pais em Portugal e escreveram-lhes cartas. Nunca tiveram resposta

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