Combates ofensivos e defensivos rumo à destruição

Diz o Dicionário da Língua Portuguesa sobre “batalha”: “Acção militar que combina, no espaço e no tempo, combates ofensivos e defensivos, capaz de decidir a consecução total ou parcial de um objectivo de uma guerra. Ou seja, a destruição das forças armadas adversas.” Na Ucrânia, o significado será o mesmo. Só que o confronto que se vive em Kiev não se faz entre duas forças armadas convencionais, mas entre polícias e manifestantes.

A “batalha campal”, a que se “trava em campo aberto”, ocupou a Praça da Independência, e provocou dezenas de mortos e centenas de feridos.

A “luta”, “contenda” (sinónimos de “batalha”) pelo poder entre Presidente e oposição faz-se em maior segurança. Também haverá vítimas, mas só em termos políticos. Os líderes continuarão a respirar.

Disse Vitali Klitschko, que dirige o partido com o sugestivo nome Murro (Udar): “O poder desencadeou uma guerra contra o seu próprio povo.” Viktor Ianukovich, Presidente ucraniano, acusou os opositores de terem “ultrapassado os limites”, pois apelaram “à luta armada”, e justificou a operação policial como impedimento a que tomassem “o poder através de fogo posto e de homicídios”. Ou seja, ou matas tu ou mato eu.

“Guerra” e “batalha” são sinónimos. Ainda que existam muitas frases feitas à volta de “perder batalhas mas não a guerra”. Cheios de vencedores e vencidos por guerras que não escolheram estão os cidadãos. E os cemitérios.   

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