Dezenas de detenções em protestos pró-palestinianos nas universidades dos EUA

Universidade de Colúmbia cancela aulas presenciais para “diminuir o rancor”.

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Estudantes judeus da Universidade de Columbia organizaram um protesto em solidariedade com Gaza no início da Páscoa Judaica Caitlin Ochs /REUTERS
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Bandeiras palestinianas nas grades de Columbia, em Manhattan, Nova Iorque, enquanto os estudantes se manifestam no exterior do campus Eduardo Munoz /REUTERS
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Professores da Universidade de Columbia condenavam as suspensões recentes de dezenas de estudantes SARAH YENESEL/EPA
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As tensões desencadeadas pela guerra na Faixa de Gaza nas universidades dos Estados Unidos estão ao rubro: os protestos pró-palestinianos contra a guerra espalharam-se de Colúmbia e Yale para outras universidades e têm crescido, em parte em resposta a operações policiais. Dezenas de estudantes foram detidos esta segunda-feira, quando a polícia tentou dispersar um protesto na Universidade de Nova Iorque e em Yale, no Connecticut, houve pelo menos 45 detenções (a polícia disse que o número definitivo seria conhecido mais tarde) depois de os manifestantes terem bloqueado o trânsito em redor do campus.

A semana passada, a presidente da Universidade de Colúmbia, Nemat Minouche Shafik, chamou a polícia de Nova Iorque para desmantelar um acampamento montado pelos estudantes no relvado principal universidade para exigir que a escola pusesse fim aos investimentos relacionados com Israel, numa decisão condenada por alguns professores. A polícia deteve mais de 100 estudantes, acusados de invasão de propriedade, e dezenas de estudantes foram suspensos em diferentes faculdades.

Na segunda-feira, Shafik enviou um email aos funcionários e estudantes de Colúmbia informando que a universidade cancelou as aulas presenciais: “[Para] diminuir o rancor e nos dar a todos a oportunidade de ponderar os próximos passos.”

Surgiram entretanto acampamentos semelhantes na Universidade de Berkeley, no MIT, em Cambridge, Massachusetts, e noutras universidades de topo do país.

Esta segunda-feira, na Universidade de Nova Iorque, os agentes avançaram sobre a multidão pouco depois do anoitecer, quando centenas de manifestantes continuavam a desafiar os avisos da universidade de que enfrentariam consequências, se não desocupassem a praça onde se tinham reunido.

Os protestos nas universidades de Yale, Colúmbia, Nova Iorque e noutros campus começaram em resposta à escalada do conflito israelo-palestiniano, na sequência do brutal ataque do Hamas, a 7 de Outubro e da resposta feroz de Israel na Faixa de Gaza.

“Estas tensões têm sido exploradas e amplificadas por indivíduos que não estão ligados à Universidade de Colúmbia e que vieram para o campus motivados pelas suas próprias agendas”, disse Shafik, que a semana passada testemunhou perante uma comissão da Câmara dos Representantes dos EUA, defendendo a resposta da escola a incidentes descritos como anti-semitas. Mas republicanos da Câmara e do Senado, e pelo menos um senador democrata, exigiram a demissão de Shafik.

Questionado sobre os protestos na segunda-feira, o Presidente, Joe Biden, disse que condenava tanto “os protestos anti-semitas”, como “aqueles que não compreendem o que se passa com os palestinianos”.

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