Perigo de tsunami na Indonésia após erupções explosivas do Monte Ruang

Monte Ruang entrou em erupção na noite de terça para quarta-feira. As erupções estão a aumentar de intensidade. Autoridades da Indonésia temem que o vulcão colapse na água e cause um tsunami.

Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia
Fotogaleria
Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia BASARNAS HANDOUT / EPA
Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia
Fotogaleria
Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia BASARNAS HANDOUT / EPA
Socorristas retiram um residente durante uma erupção, em Sitaro, Indonésia
Fotogaleria
Socorristas retiram um residente durante uma erupção, em Sitaro, Indonésia BASARNAS HANDOUT / EPA
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia
Fotogaleria
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia PVMBG HANDOUT / EPA
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia
Fotogaleria
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia PVMBG HANDOUT / EPA
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia
Fotogaleria
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia PVMBG HANDOUT / EPA
Ouça este artigo
00:00
02:53

O vulcão indonésio do Monte Ruang entrou em erupção na noite de quarta-feira e expeliu uma nuvem de gases e piroclastos a uma altitude superior a dois quilómetros. Todas as localidades num raio de seis quilómetros em torno do cume estão a ser evacuadas por causa das emissões de lava e por receios que o vulcão colapse para dentro de água, causando um tsunami, como aconteceu em 1871. O alerta vulcanológico está agora no nível mais elevado.

Em pouco mais de 24 horas registaram-se cinco erupções vulcânicas no Monte Ruang, que se estão a tornar progressivamente mais violentas e que surgem depois de uma crise sísmica na região. Os 800 habitantes da ilha com o mesmo nome estão a ser retirados para uma ilha vizinha, Tagulandang, onde as autoridades também apelam à cautela por causa da possível queda de materiais incandescentes e da invasão pelos gases expelidos pelo vulcão.

O Monte Ruang é um estratovulcão, isto é, tem uma estrutura cónica que vai crescendo à medida que a lava se acumula, arrefece e solidifica — como é o caso também do vulcão da Ilha do Pico, nos Açores. As erupções deste tipo de vulcões costumam ser mais explosivas do que efusivas: por ser especialmente viscosa, a lava não tem tanta facilidade em escorrer e dar origem aos velozes rios de lava que se observam tipicamente em vulcões como o Kilauea, no Hawai.

É por isso que os principais perigosos associados à erupção do Monte Ruang são a emissão de materiais rochosos incandescentes a altitudes significativas, caindo depois a grandes velocidades, e a poluição da atmosfera por gases como o vapor de água a altas temperaturas, monóxido de carbono e substâncias com enxofre.

A visibilidade do tráfego aéreo também pode estar comprometida — daí que a autoridade aeroportuária da capital da Indonésia tenha decidido encerrar o Aeroporto Internacional de Manado, a mais de 100 quilómetros do vulcão, "devido à propagação de cinzas vulcânicas que podem comprometer a segurança dos voos". Os ventos podem espalhar a nuvem de cinzas lançadas pelo Monte Ruang numa área significativa em torno do vulcão, tal como aconteceu em 2002.

As imagens da erupção vulcânica, que estão a ser captadas à distância, a partir das Ilhas Sitaro, também na Indonésia, mostram a dimensão deste fenómeno natural. As fotografias mostram imponentes e densas nuvens gasosas com cinzas incandescentes a sair da estrutura do vulcão e a causar trovoadas no interior. É o resultado da acumulação de gases a elevadas pressões no interior do vulcão, sendo depois expelidas com extrema violência.

São cenários a que a Indonésia já se habituou. O país faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, um cinturão de vulcões activos em torno do Oceano Pacífico que surgiram da colisão entre a placa tectónica marinha sobra a qual assenta o oceano e as Placas Euro-Asiática, Indo-Australiana, da América do Norte e da América do Sul.

A Placa do Pacífico, por ser mais pesada, mergulha sobre as restantes, permitindo a subida do magma. É aqui que se registam sete em cada 10 dos sismos que ocorrem no planeta, resultado da libertação da energia acumulada nos materiais rochosos quando duas placas colidem entre si.

Sugerir correcção
Comentar