Syriza e Nova Democracia lutam pelo primeiro lugar na Grécia

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Slogans do Syriza para as europeias: "A 25 de Maio, votamos pelas nossas vidas" Louisa Gouliamaki/AFP

Na Grécia, a coligação de esquerda radical Syriza e o partido do Governo Nova Democracia estão praticamente empatados nas sondagens, que ora anunciam vitória de uns, ora de outros. Entretanto, foi anunciado que o partido Aurora Dourada poderá concorrer às europeias, embora o seu líder e várias figuras de topo estejam detidos à espera de julgamento por acusações que incluem homicídio e organização criminosa.

Numa sondagem surge à frente um dos partidos, noutra o outro. As margens são mínimas: no Poll Watch, o partido no Governo tem 26,7% e o principal partido da oposição tem 26,5%. Na sondagem da TV grega Mega, 21,5% elegeriam o Syriza e 21% a Nova Democracia. O partido neonazi Aurora Dourada, que recebeu luz verde para concorrer, surge em quarto lugar, embora as sondagens prevejam que aumente ligeiramente a sua votação desde as legislativas de 2012, para 7,5% (teve 6,9% em Junho). Mas em terceiro lugar surge uma nova força, o partido To Potami (O Rio), do antigo apresentador de televisão Stavros Theodorakis, que quer incluir pessoas de todos os sectores, empregados ou desempregados, para combater o “défice de experiência em vida real dos políticos”.

A Aurora Dourada tinha tido uma quebra de popularidade depois da morte do cantor de hip-hop e activista de esquerda Pavlos Fyssas, no ano passado, em que estiveram envolvidos dois membros do partido, a que se seguiram as investigações e detenções.

No mês passado estalou um escândalo com o surgimento de um vídeo em que o chefe do gabinete do primeiro-ministro, Antonis Samaras, dizia que este tinha instigado a investigação para impedir ganhos políticos para o partido neonazi. O responsável demitiu-se, e o escândalo saiu das primeiras páginas dos jornais, depois de ter trazido algum benefício ao partido neonazi.

Mas em termos de participação no debate europeu, o Syriza tem mais ambição. Terá mais deputados (seis a oito, segundo as sondagens, contra os três que tinha no Parlamento cessante), enquanto a Aurora Dourada se ficará por dois.  

E com o seu slogan de renegociação do memorando com a troika, pretende liderar um movimento de países afectados pela crise que contrarie a hegemonia da Alemanha e da política de austeridade.

No entanto, analistas dizem que a toada antimemorando (com a troika) do líder do partido, Alexis Tsipras, está a mudar no discurso exterior, focando-se mais na ideia de restruturação da dívida e não de negação de todo o acordo. Segundo George Tzogopoulos, do centro de estudos de política externa Eliamep, esta moderação vem da expectativa de Tsipras poder chegar a primeiro-ministro.

As sondagens continuam a dar, no entanto, uma ligeira vantagem ao partido no poder caso as legislativas fossem hoje – 24,5% para o partido de Samaras e 23,1% para o de Tsipras.

Incrível é a continuada queda do outrora popular PASOK (partido socialista), que está pelos 6%, ainda menos do que os 12% que conseguiu nas eleições de 2012. Analistas sublinham que o apoio combinado aos dois partidos do Governo, Nova Democracia e PASOK, não chega sequer a 35%.

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