Mais um processo contra Michael Jackson
John Landis fez carreira com comédias mas agora não está a brincar. O realizador de "Blues Brothers", "Los Tres Amigos!" ou "Polícia de Beverly Hills 3" processou Michael Jackson e a queixa é simples de explicar. Porque John Landis, para além das comédias, também deixou marca na história da música popular. "Thriller", canção que originou o vídeo musical mais famoso de sempre, foi por ele realizado em 1983. E, segundo Landis, o acordo inicialmente estabelecido com Michael Jackson, pelo qual os direitos autorais seriam divididos entre ambos, não foi cumprido nos últimos quatro anos.
"O vídeo de ‘Thriller", lê-se no processo instaurado esta semana, num tribunal de Los Angeles, por Landis, "tornou-se um mega-êxito mundial e fenómeno icónico da cultura pop que continuou a gerar lucro para os acusados Optimum Prods e Michael Jackson, que ilegalmente se recusaram a pagar ou dar conta de tais lucros ao queixoso".
O processo, através do qual, segundo o britânico "Guardian", é reclamado o pagamento de dívidas no valor de um milhão de dólares, vem intensificar as dificuldades financeiras de Jackson, que depois de abandonar o seu famoso rancho Neverland, na sequência das acusações de pedofilia de que foi alvo em 2005, viveu alternadamente no Bahrain, no Brunei e na cidade de Las Vegas. Foi já nos Estados Unidos que, recentemente, estabeleceu um acordo extra-judicial com o Xeque Abdulla bin Hamad Al Khalifa, segundo filho do Rei do Bahrain, que reclamava de dívidas de sete milhões de euros - de acordo com o Xeque, havia sido estabelecido que os empréstimos por ele feitos a Jackson seriam pagos com os direitos de autor de um novo disco, uma autobiografia e uma produção de palco, sendo que nenhum dos projectos foi concretizado.
Actualmente a viver em Los Angeles, para estar próximo do centro da indústria do entretenimento, conforme afirmações recentes dos seus representantes, Michael Jackson trabalha numa adaptação de "Thriller" aos palcos da Broadway. A 26 de Janeiro, a BBC News dava voz ao produtor James Nederlander, cuja companhia detém nove teatros na Broadway, que confirmava o total envolvimento de Jackson na elaboração do musical - "será a única versão de ‘Thriller' autorizada por Michael Jackson", afirmou Nederlander, apontando possivelmente a espectáculos como "Thriller - Live", recentemente em cena no West End de Londres, que foram levados a palco sem o patrocínio do "Rei da Pop".
Especula-se agora que o processo movido por John Landis pode revelar-se um contratempo para a montagem do musical, visto como um balão de oxigénio para as depauperadas finanças de Jackson.
