Venda de casas aumentou 38,3% no primeiro trimestre

Preços da habitação transaccionada subiram 0,8% em termos homólogos.

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Venda de casas usadas com maior peso no mercado Fernando Veludo/Nfactos

O mercado da habitação iniciou o ano em ritmo de crescimento, com um aumento de 38,3% nas transacções. Ao nível dos preços os números não são tão positivos, já que a variação homólogo se ficou por 0,8%, mantendo a tendência de desaceleração.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quinta-feira, revelam que, em termos homólogos, o crescimento de 38,3% das vendas, entre Janeiro e Março, foi o maior desde o início da série, em 2009, e vem reforçar a recuperação já evidenciada no último trimestre de 2014. O mínimo da série nesta componente foi registado no primeiro trimestre de 2013.

O número de transacções realizadas entre Janeiro e Março ascendeu a 25.716, com um largo predomínio de alojamentos existentes (78,4%). A restante percentagem corresponde a imóveis novos.

Embora com uma queda muito ligeira (0,3 pontos percentuais) o elevado peso dos imóveis usados já se verifica desde o quarto trimestre de 2013, e é explicado, entre outros factores, pelo elevado número de imóveis que os bancos têm em carteira por falta de pagamento dos empréstimos pelos clientes e pela forte queda de construção nova.

No período em análise, o crescimento das transacções de alojamentos novos aumentou 14,6%, contrastando com as reduções observadas nos dois trimestres anteriores. Já os alojamentos existentes voltaram a intensificar o ritmo de crescimento de transacções, que foi de 17,1%, embora abaixo do crescimento de 46,7% verificado no quarto trimestre de 2014.

Comparativamente ao último trimestre de 2014, o aumento de transacções foi de 0,7%.

Quanto à evolução dos preços, os dados do INE revelam uma variação modesta, de 0,8% face ao primeiro trimestre de 2013. Face ao último trimestre de 2014, a variação do Índice de Preços da Habitação (IPHab) registou uma queda de 1,4 pontos percentuais, o que leva o INE a concluir que se verifica um prolongamento da tendência para a desaceleração dos preços das habitações verificada desde o terceiro trimestre de 2014 (variações de 4,9% e 2,2%, no terceiro e quarto trimestres de 2014, respectivamente).

Os preços dos alojamentos existentes e dos novos apresentaram comportamentos distintos em termos homólogos, com os primeiros a evidenciar um aumento no nível médio dos preços de 2,1%, enquanto os alojamentos novos apresentaram uma taxa de variação negativa em 1,1%.

Por comparação com o trimestre anterior, o IPHab registou uma taxa de variação nula.

Entre Janeiro e Março de 2015, a taxa de variação média anual do IPHab atingiu os 3,4%, o que representou uma redução de 0,9 pontos percentuais face ao registado no trimestre anterior (4,3%).

O IPHab é compilado através de informação administrativa fiscal enviada pelas Finanças referente ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

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