"Estamos em Portugal numa ilha de estabilidade"

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares diz que a "estabilidade" em Portugal até cria "inveja" a alguns parceiros europeus e que esta é a melhor receita para evitar "rupturas" na sociedade.

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Pedro Nuno Santos nas Jornadas Parlamentares do PS na Guarda Paulo Pimenta

Há uma linha que separa Portugal do mundo lá fora e essa linha, para o secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares, é a "estabilidade" governativa e de políticas públicas que evitam "rupturas" na sociedade. Num discurso com acentuado teor político, Pedro Nuno Santos fez quase sempre duas comparações cruzando dois contrários: comparou o Governo "apoiado por quatro partidos" com o PSD e o CDS; e comparou Portugal com a Europa ou os EUA.

"Estamos em Portugal numa ilha de estabilidade. Quando olhamos para o que acontece no mundo, seja nos Estados Unidos ou na União Europeia, onde a incerteza política é grande, olhamos para Portugal como um espaço de estabilidade", disse o governante no debate das jornadas parlamentares dos socialistas. 

Nesta comparação, Pedro Nuno Santos chegou mesmo a dizer que este dado é ainda mais importante quando muitos "antecipavam instabilidade" nesta solução de Governo. Agora, diz, o ambiente estável que se vive em Portugal chega mesmo a "fazer inveja à grande parte dos nossos parceiros europeus". "Devemos vincar isso todas as vezes que for possível", reiterou.

Ora esta diferença para o mundo lá fora só é possível, referiu, porque o Governo PS apoiado por PCP, BE e PEV optou por políticas que dão resposta a mais "um milhão de portugueses que não tinham representação. Hoje têm essa representação". Como consequência, "temos uma democracia mais rica e mais plural (...) porque temos quatro partidos que influenciam a governação. Mais centrada no parlamento". "Nada do que estanmos a fazer sem o trabalho com os nossos parceiros. Os quatro partidos estão de forma séria, empenada para que o Governo tenha estabilidade até ao final da legislatura, mas que também tenha resultados. (...) Nunca ouvirão ninguém do Governo escamotear os problemas".

Para o secretário de Estado, esta "estabilidade política, social e económica" é possível porque esse apoio multipartido permite diferentes políticas que já renderam resultados e que se estendem além das posições conjuntas: "Estamos a fazer um esforço que é significativo, é relevante, mas é justo. Sabíamos que o país tinha a capacidade de mais devolução de rendimentos ao país. Cumprir pela primeira vez a meta do défice, esse é o resultado que nos dá credibilidade para o Orçamento de 2017", referiu.

No discurso dos contrários, o governante foi sempre fazendo a diferença para o que era a governação do PSD/CDS desde as políticas de apoio social de combate à pobreza (aumento dos apoios sociais), como na política de rendimentos (devolução de salários, sobretaxa e salário mínimo), mas também na área económica. E perante as críticas da direita de que estas medidas não são reformas, Pedro Nuno responde: "Sim fazemos reformas, não são é as deles".

A receita para evitar a instabilidade a todos os níveis é, para o socialista, a continuação de políticas inclusivas que respondam àqueles que não se viam representados. "Quando um partido como o nosso quer evitar rupturas na sociedade, temos mesmo de assegurar que temos estado social para todos. O PS bateu-se sempre contra programas de mínimos de subsistência. Não queremos um sistema para os mais pobres". E esta é, disse "a melhor forma de evitar rupturas nas sociedades que existem noutros países" e perante isto, os socialistas deveriam estar "orgulhosos" do que o Governo está a fazer.

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