ASAE diz que há um atraso na análise das queixas do livro de reclamações

Reclamações tiveram "um pequeno atraso" devido ao fim do outsourcing que as analisava, afirmou Pedro Portugal Gaspar.

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Carlos Manuel Martins

Existe um atraso na análise das queixas apresentadas no livro de reclamações, mas a situação está a ser resolvida com um reforço da equipa, afirmou nesta quarta-feira o inspector-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Pedro Portugal Gaspar esteve na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, onde foi ouvido, a pedido do PSD, depois de a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE ter denunciado debilidades nos serviços deste organismo, como a descida em cerca de 90% da análise das reclamações dos consumidores.

O inspector-geral da ASAE começou por explicar as diferenças entre uma denúncia e uma reclamação. Enquanto uma denúncia chega à ASAE por carta, e-mail ou telefone e dá origem a cerca de 50% da actividade operacional, as reclamações são as queixas escritas no livro de reclamações e não chegam aos 10%.

"As denúncias, matéria normalmente operacional que chega à ASAE, estão em dia e as reclamações tiveram um pequeno atraso em termos de pendências", disse, sublinhando que o atraso esteve relacionado com o fim do outsourcing que analisava essas reclamações que, "por matéria de contenção orçamental", terminou.

O mesmo responsável adiantou que vai ser feito um reforço da equipa que faz a análise e o tratamento das reclamações, tendo havido, em Janeiro e Fevereiro, uma triagem superior aos 25%.

No entanto, sustentou que a ASAE dá "mais atenção" às denúncias que chegam a este organismo, porque "50% da matéria tem interesse operacional" e muitas vezes são ilícitos criminais, ao contrário das queixas no livro de reclamações que, na maior parte das vezes, não estão relacionadas com a competência da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Nesse sentido, Pedro Portugal Gaspar defendeu que o livro de reclamações podia ser alvo de "um tratamento mais alargado" pelas entidades sectoriais das respectivas áreas em concertação com a administração.

"Seria interessante que a matéria do livro de reclamações, que tem um conjunto de informação muito relevante, que não é operacional, e interessante do ponto de vista do perfil do consumidor português pudesse ser alvo de um tratamento mais alargado", sugeriu aos deputados.

Segundo o mesmo responsável, grande parte das reclamações estão relacionadas com o mau atendimento, sendo "uma informação muito relevante" para os operadores do sector alvo da queixa.

O inspector-geral disse ainda que a ASAE vai estar focada "naturalmente na intervenção operacional" e não vai aproveitar a informação que consta no livro de reclamações.

 

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