Incêndio em prédio faz pelo menos 74 mortos em Joanesburgo

Fogo atingiu prédio de cinco andares. Autoridades recuperam cadáveres de pessoas presas no edifício e actualizam número de vítimas mortais com frequência.

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Incêndio atingiu prédio de cinco andares EPA/KIM LUDBROOK
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Origem das chamas será alvo de investigação EPA/KIM LUDBROOK
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Incêndio destruiu um edifício de cinco andares no centro de Joanesburgo Reuters/SIPHIWE SIBEKO
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Número de vítimas mortais tem sido actualizado a cada hora EPA/KIM LUDBROOK
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Bombeiros combateram as chamas e fazem agora buscas no interior do edifício Reuters/SIPHIWE SIBEKO

Pelo menos 74 pessoas morreram esta quinta-feira e mais de 50 ficaram feridas num incêndio que destruiu esta madrugada um edifício de cinco andares no centro de Joanesburgo, disseram os serviços de emergência da cidade sul-africana. Há pelo menos 12 crianças entre as vítimas mortais.

O número de vítimas mortais tem sido actualizado a cada hora, com as autoridades a recuperarem cadáveres de pessoas que ficaram presas no edifício. Algumas pessoas saltaram das janelas para escapar às chamas. Há registo de 52 pessoas transportadas para o hospital.

Não foi possível determinar imediatamente a causa do incêndio, mas a sua origem está sob investigação. O fogo começado por volta da 01h30 (00h30 em Portugal continental), disse o porta-voz dos serviços de emergência, Robert Mulaudzi. Os bombeiros controlaram o incêndio após três horas de combate e o edifício foi evacuado.

As autoridades lançaram ainda operações de busca no interior do edifício, que estava em más condições. Havia fios de electricidade pendurados pelos corredores e lixo acumulado nas janelas. Era comum os residentes do prédio, muitos deles imigrantes de outros países africanos, acenderem fogueiras para se aquecerem e para obterem luz. Um dos portões de segurança estaria bloqueado, impedindo a fuga de muitos residentes.

Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, cancelou o discurso à nação agendado para as 20h locais desta quinta-feira — que seria sobre a cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sobre o caso do navio russo Lady R, que atracou na África do Sul com material bélico a bordo em Dezembro do ano passado, causando um incidente diplomático. O chefe de Estado visitou o local do incêndio às 17h30 locais (menos uma hora em Lisboa) "para receber informações sobre as operações de emergência e sobre o apoio que o Governo está a prestar às famílias afectadas".

"É uma enorme tragédia para as famílias que perderam os seus entes queridos desta forma terrível", afirmou o Ramaphosa em declarações aos jornalistas, em visita ao local. "Espero que as investigações sobre o incêndio evitem a repetição de uma tragédia semelhante. É uma chamada de atenção para que comecemos a resolver a questão da habitação no centro da cidade."

Segundo Mgcini Tshwaku, responsável pela segurança pública na autarquia de Joanesburgo, este é um dos 600 edifícios da cidade ocupados apesar de terem sido deixados ao abandono. As informações preliminares da investigação apontam para sinais de que o incêndio terá começado no rés-do-chão do edifício.

O prédio pertence à autarquia, liderada por Kabelo Gwamanda. Durante o apartheid, o edifício foi um posto de controlo do Governo sul-africano, conta o The New York Times, que visitou o local em Maio durante uma reportagem sobre a degradação de Joanesburgo. Depois, o edifício foi arrendado a uma organização sem fins lucrativos que fornecia alojamento de emergência a mulheres, mas ficou ao abandono quando a organização encerrou actividade.

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