O mínimo é aumentá-lo

Toda a gente sabe o que é um “salário”. Os que ainda o têm, os que ainda não e os que já não. As explicações dos dicionários para esta palavra, que na origem latina significava “soldo para comprar sal”, variam com a antiguidade.  
O mais velhinho diz assim: “Jornal, retribuição de um serviço que um indivíduo presta a outro, dia por dia ou hora por hora. O rédito do trabalhador, assim como o ‘juro’ é o do capitalista, o ‘lucro’ o do empresário, a ‘renda’ a do proprietário.”
O mais recente explica: “Soma de dinheiro paga regularmente por uma entidade empregadora àquele que lhe presta um serviço.” E define “ordenado mínimo”: “Salário abaixo do qual a lei nacional proíbe que um trabalhador possa ser remunerado.” Um dicionário a meio caminho entre o passado e o presente regista: “Remuneração do trabalho de um empregado regulada geralmente pelos contratos colectivos de trabalho.” E o “mínimo” já consta da explicação: “Preço mínimo do trabalho fixado por lei.”
Por estes dias, discutiu-se o aumento do salário mínimo nacional: 485 euros por mês. Na verdade, discutiu-se o momento e enquadramento da discussão de esta “remuneração” ou “paga” atingir o meteórico... valor de 500 euros. No PÚBLICO, escreveu-se em editorial: “Nesta altura, aumentar o salário mínimo nacional não seria apenas uma decisão racional do ponto de vista da economia, como teria um impacto marginal para a generalidade das empresas. E para os 400 mil trabalhadores que ganham 485 euros por mês é uma questão da mais elementar justiça e dignidade.” É o mínimo.

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