Rede complicada e com uma única (e difícil) saída
Até quinta-feira, tinham sido investigadas 11 pessoas no “labirinto dourado”, cinco delas ficaram presas por corrupção na atribuição dos vistos. Todas “brilhantes”, se se pensar nos cargos que ocupavam. Em consequência, caiu um ministro (Miguel Macedo) e ergueu-se uma ministra (Ana Rodrigues). Ainda assim, Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, não desistirá dos “dourados”. Argumento: Portugal “não está em condições de deitar fora” investimentos como os 1107 milhões de euros registados até agora.
“Labirinto” também significa “confusão”, “enleio”, “situação embaraçosa”. No domínio da anatomia, corresponde ao “conjunto das cavidades que constituem o ouvido interno (vestíbulo, canais semicirculares e caracol)”. Não admira que haja quem alegue nunca ter ouvido falar de facilidades na atribuição dos vistos. A informação ter-se-á perdido nas labirínticas “divisões que se entrecruzam” no ouvido interno.