Cartas ao director

O "glorioso" Centeno

 

Para Mário Centeno, a polémica em torno do pedido de bilhetes para assistir a um jogo do Benfica, na companhia do seu filho, mais não é que um “fait-diver” de gentinha mal intencionada, quiçá invejosa, mesmo, que não teve em linha de conta as mais exigentes questões de segurança dos mais altos dignitários da Nação… e dos seus indefesos rebentos!

 

Parece que, após avaliação sua (de Mário Centeno) e do seu elitista corpo de segurança pessoal, se chegou à conclusão que um membro do Governo da República Portuguesa estaria mais bem protegido pela segurança privada do “Glorioso”, imagine-se, do que pela sua… quiçá pelas cativações feitas pelo dito no orçamento da sua/nossa Polícia de Segurança Pública!

Afinal de contas a montanha pariu um rato e como disse António Costa, "se Centeno pediu bilhetes ao Benfica, certamente tinha boas razões"! E elas… é claro que são plausíveis (sic)!

Vejamos: Pelo clima “terrorista” que Portugal vive, onde se insere o descaramento de determinados atentados (o financiamento de secretas seitas, por ex.), o número de mortes registadas no último ano em várias estradas nacionais, em que a descaracterização das vítimas nos fizeram lembrar hediondos arrabaldes mexicanos, os assaltos a paióis militares e a impunidade graciosa com que tudo isto pereceu... Mário Centeno tem razão em invocar as razões de segurança para justificar o acto que muitos pobres de espírito rotularam gratuitamente de oportunista, miserabilista e mesquinho.

Seria bom que as hordas de turistas que nos visitam olhassem seriamente para este país e para a total falta de segurança do mesmo e rumassem o quanto antes para outras paragens bem mais seguras, como a Síria, o Afeganistão, o Iraque ou o Sudão do Sul!

António Carvalho, Gouveia

 

Urgências hospitalares

 

Quando há trinta anos, integrei a equipa de engenharia e arquitectura para adaptar o lar do pessoal, lavandaria e refeitório, existentes no perímetro do Hospital de Faro, para aumento de enfermarias e camas, já a urgência era um caos agravado pelos períodos sazonais de residentes no Algarve. No auge da população de fins-de-semana, acidentes e outra patologias abarrotavam a urgência. Curiosamente, médicos diziam-me que muitos dos desastres de viação nos fins-de-semana eram provocados mais por cansaço físico dos condutores do que por excesso de álcool.

Quando vi, no domingo, uma reportagem filmada na urgência do HD Faro, de doentes em macas por mais de cinco dias, fiquei estarrecido, parecia mais a reportagem num hospital de campanha no teatro duma guerra no Médio Oriente do que num país da União Europeia. Cenas destas são semelhantes, na sua revoltante tragédia, aos incêndios do passado Verão.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

Sugerir correcção
Comentar