Assis pede os votos da direita decente

Comício em Viseu.

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Há alguns dias, numa reunião do secretariado nacional discutiu-se a estratégia política a seguir na campanha eleitoral que se preparava. Na altura o secretário-geral encerrou o debate definindo a percentagem para os ataques às diferentes forças políticas que o PS enfrenta. “95 por cento de pancada à direita e 5 por cento de pancada” ao resto da esquerda parlamentar, decretou António José Seguro.

Segunda-feira à noite, no comício de Viseu, o cabeça de lista socialista aplicou os 5 por cento de golpes ao PCP e BE. No auditório cheio do Instituto Politécnico, Francisco Assis aconselhou a “extrema esquerda a dirigir mais os seus esforços para denunciar o que se passa com esta direita” em vez de criticar o PS. Porque considerava “eticamente falso e politicamente indigno” afirmar que “não há diferença” entre o PS e a direita que governa o país. “Mais uma vez prestam um serviço à direita”, acusou.

A intervenção do candidato socialista também visou o Governo. Mas tentando separar este de uma outra direita que afirmou acreditar não se rever na equipa de Passos Coelho.

“Ainda há, felizmente, no nosso país uma direita com uma noção de decência próxima da nossa [PS]”, afirmou antes de defender que a “missão histórica” que cabia aos socialistas era “dar condições para que votem” no principal partido da oposição.

Sinal desse apelo foi a presença de um ex-dirigente do CDS no comício. Basílio Horta – hoje presidente da câmara de Sintra eleito como independente pelo PS – compareceu na iniciativa.

Para fazer o ataque à direita, na figura da chanceler alemã Angela Merkel. O resultado das suas políticas na Europa era o crescimento no Velho Continente “das forças que não gostam da Europa”. Merkel era o rosto do “absolutismo”.

Mas Horta veio também para defender o legado socialista e do Governo Sócrates. “Quem trouxe a Embraer para Portugal? Quem fez o acordo de 500 milhões na AutoEuropa?” questionou o ex-presidente da AICEP. Assis fê-lo da mesma forma. “A Bial [empresa farmacêutica portuguesa] não existia sem a Universidade do Porto e a Universidade do Porto não existia sem investimento público”, defendeu o cabeça de lista.

Para o fim ficaram os apelos a  uma vitória retumbante a 25 de Maio. “Não nos chega uma vitória qualquer. Tem que ser uma vitória em que o povo chega e diz: Basta!”, pediu Basílio Horta.

 

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