Eternas e novas siglas

A campanha ficou marcada por circunstâncias bancárias.

Uma campanha tem vários ingredientes. Os programas, as iniciativas – das a céu aberto, as arruadas, ao conforto de uma sala de rendidos à causa -, e os líderes. Na metamorfose diária dos seus papéis. Ou seja, da versão intimista das recordações de infância, ao encaixe de um piropo e à resposta a uma contrariedade.

E há as circunstâncias. “Um homem e as suas circunstâncias”, como sistematizou José Ortega y Gasset, e que nas campanhas são os imponderáveis do quotidiano da acção política. Estatísticas, episódios de governação, casos mal explicados fazem parte de um enorme etc. de condicionalismos.

A campanha que agora finda ficou marcada por circunstâncias. Em comum têm a sua origem bancária. A capacidade de contagiar a sociedade na forma de lesados. Às televisões basta estar presente para testemunhar. Em 12 de Setembro, todos os canais registaram o bulício, em Braga, durante o qual Passos Coelho prometeu encabeçar uma subscrição pública a favor dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo, com matriz do BES, sem recursos para recorrerem aos tribunais.

A 29 deste mês, os líderes /candidatos do Governo fizeram um flash back de anos em todos os canais. Foram obrigados a regressar a 2012 e a responder à acusação de terem maquilhado o défice com recurso à ocultação de prejuízos de 107 milhões de euros no BPN [Banco Português de Negócios].

São as eternas e novas siglas desta campanha.

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