Ex-líder do PSD Rui Rio é o mandatário da candidatura de Gouveia e Melo a Belém
Antigo presidente dos sociais-democratas diz que o país precisa de um “presidente com dimensão e sentido de Estado”.
O ex-líder do PSD Rui Rio é o mandatário nacional de Henrique Gouveia e Melo na corrida a Belém. O anúncio foi feito pelo próprio candidato presidencial, na noite deste sábado, num jantar de apresentação da sua candidatura no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, momentos antes de Rui Rio entrar na sala, sob os aplausos da plateia.
Num longo discurso, o antigo líder social-democrata apontou as razões do apoio a Gouveia e Melo, defendendo que o país precisa "de um presidente com dimensão e sentido de Estado", "livre, isento e independente".
"Aceitei [o convite para ser mandatário] porque reconheço nesta candidatura uma convergência de pensamento relativamente à situação do país e às acções concretas que urge implementar; aceitei porque sinto que o candidato tem a visão correcta, a capacidade e a determinação para continuar a servir Portugal; porque vejo em Gouveia e Melo a sobriedade, a coragem e a frontalidade que quero que caracterizem o nosso Presidente da República", afirmou.
Elogios que correram a par com remoques à actuação do actual inquilino de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa: "Portugal precisa de um Presidente da República que não se perca no comentário avulso e conjuntural em detrimento do que é verdadeiramente nobre e estruturante. Precisamos de um Presidente que não se feche no Palácio de Belém e que aproveite a comunicação social para falar com os portugueses, mas que não caia na tentação de fazer dela um modo de vida" ― afirmações recebidas com aplausos da plateia.
“Precisamos de um Presidente com dimensão e sentido de Estado, condições essenciais para um exercício pleno das suas funções, para ser o verdadeiro guardião do regular funcionamento das instituições democráticas, o árbitro e moderador entre poderes e, fundamentalmente, a entidade de último recurso da vida nacional porque reconhecidamente livre, isento e independente”, prosseguiu Rui Rio.
Para o antigo presidente da Câmara do Porto, o ex-almirante é um candidato "transversal a toda a sociedade" e "descomprometido com qualquer interesse partidário", um nome "independente dos interesses corporativos dominantes e capaz de incentivar as rupturas indispensáveis à reposição da qualidade da nossa democracia e ao esvaziamento do populismo que a degrada".
Pelo caminho, Rio não deixou de referir aquele que tem sido um dos seus principais cavalos de batalha: a necessidade de uma reforma da Justiça, sector ao qual voltou a dirigir duras críticas, nomeadamente de "abusos e interferências gratuitas no normal funcionamento do sistema político".
Sublinhando que o Presidente da República não governa, o antigo líder do PSD invocou, no entanto, uma particular legitimidade do cargo ― o Presidente da República é “o português mais votado de todos os que se submetem ao sufrágio popular” – para defender que o chefe de Estado “possui uma representatividade democrática reforçada que lhe confere uma força e um poder que podem influenciar decisivamente o curso da vida nacional”.
Rui Rio junta-se, assim, a outros sociais-democratas no apoio a Gouveia e Melo — mas é o mais alto antigo dirigente do PSD a divergir da decisão do partido, que já oficializou o apoio a outro ex-líder, Luís Marques Mendes.
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