A candidatura do Partido Socialista de Espinho, liderada por José Mota – que esteve à frente da autarquia durante vários anos, mas perdeu a presidência em 2009 para o social-democrata Pinto Moreira – garante ter apresentado esta terça-feira uma queixa junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) por causa de uma alegada tentativa de compra de votos.

“Em causa está a tentativa de compra de votos na freguesia de Silvalde”, refere a candidatura socialista, em comunicado, especificando que os candidatos social-democratas estão a proceder à “entrega de cabazes de alimentos e envelopes com dinheiro”. A candidatura do PSD, liderada pelo actual presidente da autarquia, Pinto Moreira, nega, de forma veemente, esta acusação.

José Mota assegura que o caso, que no seu entender constituiu “um comportamento que integra ilícitos penais tal como está previsto no artigo 187º (fraude e corrupção de eleitor) da Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais”, foi denunciado “por vários eleitores”. Em declarações ao PÚBLICO o candidato socialista diz esperar que “a CNE investigue o caso”, fazendo ainda questão de lembrar que, já nas últimas autárquicas, “o PSD fez algo semelhante, dando dinheiro a quem votasse no partido e tirasse fotos com o telemóvel aos seus boletins de voto”.

Confrontada com estas acusações da candidatura socialista, os elementos do PSD são categóricos: “Não é verdade”, afiança Vicente Pinto, porta-voz da candidatura social-democrata em Espinho. “Não temos conhecimento de qualquer atitude desse género em nenhuma candidatura e não sabemos onde o PS fundou tal acusação”, acrescentou ainda Vicente Pinto.

“É baixa política e nós não alinhamos nisso”, classificou o porta-voz dos social-democratas, ao mesmo tempo que admitia que esta atitude do PS só pode ter a ver com o facto de “hoje [ontem] haver um comício dos socialistas em Silvalde. Talvez seja uma manobra para atrair mais pessoas aos comícios do PS, que têm contado com muito pouca gente”, admitiu Vicente Pinto. Este elemento da candidatura do PSD confirmou que há quatro anos já houve uma queixa por parte do PS. Contudo, afirmou, “ela só foi feita depois de terem perdido as eleições”.