Montenegro responde a Marcelo e garante: “Vamos ser um PSD mais PPD”

Primeiro-ministro disse que “debates sobre as origens” são o “maior elogio que se pode fazer ao PPD/PSD e ao seu líder”. Primeiro-ministro defendeu “PSD identificado com a sua raiz social-democrata”.

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O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, à chegada para o jantar comemorativo do 50.º aniversário do partido MANUEL DE ALMEIDA / LUSA
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O presidente dos sociais-democratas, Luís Montenegro, assegurou esta segunda-feira que o "PSD vai ser mais PPD" e assumiu como o "maior elogio" que se pode fazer ao partido e a si mesmo a declaração em que o Presidente da República definiu o actual primeiro-ministro como uma pessoa "urbano-rural".

Na comemoração dos 50 anos do PSD que decorreu esta segunda-feira na Estufa Fria, em Lisboa, o primeiro-ministro aproveitou a celebração do aniversário do partido fundado a 6 de Maio de 1974 por Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão, o PPD/PSD para lembrar que, assim que assumiu a liderança do partido, garantiu que o PSD seria “um PSD identificado com a sua raiz social-democrata”. E assegurar: "Vamos ser um PSD mais PPD e é isso que estamos a ser hoje.” O Partido Popular Democrático (PPD) passou, em 1976, a PPD/PSD (Partido Social Democrata).

Luís Montenegro assumiu-se “muito confortável” com o que é dito sobre o partido e, sobre a sua liderança, frisou que “a política serve para não deixar ninguém para trás".

"Mesmo que isso suscite grandes debates sobre as origens, sobre a matriz, a idiossincrasia, do partido, até da liderança, eu quero dizer-vos: não é bem uma questão de ser mais urbano ou mais rural. É uma concepção de valorizar a pessoa em toda a sua dimensão e expressão, de valorizar a condição de cada um com tudo aquilo que tem para colocar ao serviço de todos. Sim, é essa a minha e a nossa concepção, se nos reconhecem essa concepção hoje eu quero dizer que esse é o maior elogio que se pode fazer ao PPD/PSD e ao seu líder”, sublinhou Montenegro, depois de o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que o actual primeiro-ministro “vem de um país profundo, urbano-rural, com comportamentos rurais”, considerando ser essa a matriz do partido.

Também o ex-Presidente da República e antigo líder do PSD, Cavaco Silva, defendeu, em entrevista ao PÚBLICO, que aquilo que distingue o partido "é o interclassismo". ​

Num discurso também pontuado por diversas referências à história do partido e da democracia, o líder social-democrata afirmou que o PSD esteve sempre na “linha da frente” daqueles que mais contribuíram para o desenvolvimento do país.

“Nunca vacilámos”, atirou, considerando que “estivemos sempre do lado certo” e apontando o 25 de Novembro como data definidora do tipo de regime: “Não quisemos que da noite libertadora pudesse resultar uma manhã de extremismo político.”

Habitação “já a seguir”

Luís Montenegro, na linha do que já fizera, insistiu que um Governo acabado de fazer 30 dias em funções não poderia ainda ter tomado todas as decisões que o executivo que o antecedeu não tomou, apesar de ter governado durante oito anos.

Depois de Alexandre Poço, líder da JSD, ter feito uma intervenção muito focada na crise da habitação, e em particular sobre como esse problema afecta os jovens, o primeiro-ministro garantiu que a resposta do Governo “é já a seguir”. Montenegro prometeu para as “próximas semanas várias das respostas” aos problemas apontados pelo deputado que lidera os jovens sociais-democratas.

Mantendo a toada política das últimas semanas, em particular a forma como a oposição, e em especial PS e Chega, aprovaram, contra o Governo, propostas sobre o IRS e o fim de portagens nas ex-SCUT, o primeiro-ministro questionou: “Como é que o Chega andou uma campanha a dizer que era absolutamente necessário correr com os socialistas e agora, são uma espécie de ‘chega-me-isso’”, afirmou, para logo acusar o PS de “dar colinho ao Chega”.

O primeiro-ministro defendeu ainda que os partidos da oposição estão apenas preocupados com uma "desforra eleitoral" e com "jogos de bastidores da política".

Montenegro falou ainda sobre as rondas negociais entre o Governo e as forças de segurança, os funcionários judiciais, os profissionais de saúde ou os professores para voltar a atacar o anterior executivo: "Se os assuntos estivessem resolvidos, não era preciso haver negociações.”

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