Nuno Cardoso fala de mágoa por não ter recuperado o Mercado do Bolhão

Foto
De 440 comerciantes, restam 100, segundo o presidente da associação de comerciantes do Bolhão Paulo Pimenta

O candidato independente à Câmara do Porto Nuno Cardoso disse hoje que a recuperação do Mercado do Bolhão é a obra que mais lamenta não ter feito quando foi presidente da autarquia, mágoa que carrega há 12 anos.

A recuperação do Bolhão “é a obra que tenho mais pena de não ter feito quando estive a presidir à câmara”, disse Nuno Cardoso aos jornalistas à entrada para a visita ao Mercado do Bolhão, que fez hoje de manhã, uma hora antes do candidato Luís Filipe Menezes.

O independente explicou que “tinha o projecto feito em 2001, mas não tinha recursos para lançar a obra. “Levo essa mágoa há 12 anos, penso que no próximo ano arrancarei com a obra. É fundamental manter a alma do Bolhão, ou seja, as características e as pessoas que habitam ao Bolhão”, disse.

Cardoso defende que a “obra deve ser relativamente simples”, adiantando que “gostaria de ter cobertura amovível para a proteger da chuva” e que “o ambiente de rua deve perpetuar-se”. “Há 12 anos tínhamos a cidade em grande pujança de obras, estávamos a fazer o Porto 2001, Capital Europeia da Cultura, obras em todo o lado, não tinha recursos”, justificou.

O ex-presidente da autarquia eleito pelo PS garante que não fará “estacionamento no Bolhão, porque ficaria caríssimo”, além de ser uma obra perigosa. “Farei o estacionamento para o Bolhão no quarteirão da Casa Forte, que tem de entrar de imediato em recuperação”, disse, explicando que será criado um túnel a atravessar a Rua Sá da Bandeira e permitir ligação directa ao parque.

Para Nuno Cardoso, o tradicional mercado de frescos deve “ser a âncora fundamental”, acrescentando a necessidade de ter a “parte da restauração mais desenvolvida para que haja outras vivências no mercado”.

“Oito a 10 milhões chegam e sobram numa obra muito respeitadora da arquitectura, sem estacionamento. A única inovação é cobertura muito aligeirada, que possa ser retráctil, compatível com a classificação”, enumerou.

Na opinião do candidato independente, a classificação como Monumento de Interesse Público “é bem-vinda”, já que garante que não se vai dar cabo da alma do Bolhão, como se deu no Bom Sucesso, que “mais parece uma gare de aeroporto”.

Além de Nuno Cardoso, concorrem à Câmara do Porto, Luís Filipe Menezes (PSD/MPT/PPM), Manuel Pizarro (PS), Rui Moreira (independente), Pedro Carvalho (CDU), José Soeiro (BE), Nuno Cardoso (independente), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (Partido Trabalhista Português).

 

 

Sugerir correcção
Comentar