Nuno Cardoso quer criar moeda virtual no Porto para remunerar trabalho voluntário

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Nuno Cardoso pretende criar Gabinete de Coesão Social, caso vença as eleições Nelson Garrido

O candidato independente à presidência da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, apresentou nesta segunda-feira o projecto de criação do “Escudo do Porto”, uma moeda virtual – creditada em cartão social, tipo cartão de crédito a criar – destinada a remunerar trabalho voluntário.

No final de uma reunião com o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, o candidato explicou à Lusa que se trata de “uma solução de economia social, orientada para indivíduos em idade e com condições física e psicológicas que lhes permitam uma actividade económica normal, mas que por estarem desempregados se encontram sem capacidade de gerar fundos suficientes à sua subsistência em condições de dignidade humana”.

Segundo Nuno Cardoso, a gestão do “Escudo do Porto” será efectuada por uma instituição da economia social da cidade sob responsabilidade do futuro Gabinete de Coesão Social, a criar caso vença as eleições de domingo.

Com esta oferta de remuneração virtual a voluntários, e em função da sua futura utilização para aquisição de bens tangíveis (refeições em cantinas sociais, dormidas em dormitórios sociais, por exemplo), “é possível gerar vontade de participação nos vários projectos da ‘revolução’, evolução em três estádios: reactivação, reanimação e reabilitação, da cidade”, referiu o candidato.

“Serve esta moeda para remunerar trabalho voluntário incluindo aquele realizado por qualquer individuo que decida participar em actividades de carácter iminentemente social para benefício dos portuenses e da cidade, como por exemplo na reactivação de edifícios, renovação de jardins ou criação e manutenção de hortas”, disse o candidato.

Servirá também para remunerar o trabalho de voluntários que “prestem cuidados assistenciais a outros indivíduos que, além das carências financeiras, tenham dificuldade de movimentação e estejam incapazes de exercer actividade produtiva, e ainda para remunerar serviços prestados por estudantes carenciados em actividades de apoio à vida dos outros estudantes da cidade”.

No final do encontro, o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, disse reconhecer “mérito” ao projecto “Escudo do Porto” por ser “ousado, original e, acima de tudo, por procurar trazer para dentro da sociedade um conjunto de cidadãos que hoje não têm auto-estima nem participação na vida da sua comunidade”.

Concorrem também à Câmara do Porto Luís Filipe Menezes (PSD/MPT/PPM), Manuel Pizarro (PS), Pedro Carvalho (CDU), José Soeiro (BE), Rui Moreira (independente apoiado pelo CDS), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (Partido Trabalhista Português).

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