Bispo do Porto entrega informação sobre eventuais abusadores à PGR e ao Vaticano

D. Manuel Linda entregou “pessoalmente” a informação no Dicastério para a Doutrina da Fé, diz a Diocese. Entregou a lista dos eventuais abusadores à Procuradoria-Geral da República a 10 de Março.

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O bispo do Porto, Manuel Linda MANUEL ROBERTO

O bispo do Porto entregou à Procuradoria-Geral da República e ao Vaticano "toda a informação" sobre os eventuais abusadores indicados pela Comissão Independente, foi esta sexta-feira anunciado.

Em comunicado, a Diocese do Porto adianta que o bispo do Porto, Manuel Linda, "fiel ao princípio da tolerância zero perante os abusos sexuais de menores", entregou, a 10 de Março, à Procuradoria-Geral da República a lista dos eventuais abusadores, "tal como a recebeu da Comissão Independente".

A Diocese do Porto acrescenta ainda que Manuel Linda entregou "pessoalmente" a informação no Dicastério para a Doutrina da Fé [entidade da Igreja Católica juridicamente competente para tratar os casos de abusos sexuais de menores].

"O Dicastério informou que, após análise mais detalhada, transmitirá ao bispo do Porto as orientações que considerar oportunas", acrescenta a diocese, que, assegura, "fará o que estiver ao seu alcance para dar prioridade às vítimas e para que seja erradicado este trágico fenómeno dos abusos".

Em 16 de Março, a Diocese do Porto anunciou ter afastado temporariamente três padres suspeitos de abusos sexuais de menores de toda a actividade pastoral.

"No âmbito da investigação interna sobre os nomes constantes da lista de suspeitos fornecida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, o bispo do Porto [Manuel Linda] decidiu afastar temporariamente três sacerdotes diocesanos de toda a actividade pastoral", referiu, em comunicado.

A decisão foi tomada depois de, a 10 de Março, a diocese anunciar ter recebido uma lista de 12 suspeitos de abusos sexuais de menores, sete dos quais são padres no activo, prometendo suspendê-los preventivamente se "aparecerem indícios fiáveis" dos crimes.

Além destes setes padres no activo, quatro já morreram e um já não pertence à diocese, esclareceu, na altura. "Por informação oral do Grupo de Investigação Histórica, ficou a saber-se que as denúncias se reportam às décadas de 70 e 80."

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