Robotaxi: os táxis sem motorista da Tesla já circularam nas ruas de Austin. Saiba como correu
Serviço experimental arrancou no Texas com Model Y adaptados apenas por software. Viagens são curtas, mas revelam potencial.
A Tesla iniciou este domingo, em Austin, no Texas, um serviço experimental de táxis autónomos: os Robotaxi. Alguns utilizadores foram convidados a experimentar o novo serviço, que, por enquanto, tem um preço fixo de cerca de quatro euros, independentemente da extensão da viagem. No entanto, as deslocações ainda não podem ser muito longas, pois os táxis autónomos da Tesla estão, para já, limitados a uma área geográfica relativamente reduzida.
De acordo com as experiências partilhadas pelos primeiros passageiros — influenciadores convidados pela Tesla —, a facilidade de utilização e o desempenho do serviço revelam-se convincentes. Basta usar a aplicação para solicitar o Robotaxi, que chega rapidamente ao local onde se encontra o utilizador. Existem alguns elementos diferenciadores em relação a serviços concorrentes: por exemplo, o passageiro pode definir previamente a temperatura do ar condicionado e aceder à sua conta Spotify através do ecrã disponível para os bancos traseiros. No final da viagem, é informado, no mesmo ecrã, de que os dados associados ao utilizador serão eliminados, como forma de garantir a privacidade.
É “só” software
Os cerca de dez Robotaxis actualmente em operação são modelos Tesla Model Y, cuja única diferença em relação às versões comerciais reside no software, adaptado especificamente para o serviço de táxis autónomos.
Um dos primeiros influenciadores a utilizar esta nova solução de mobilidade de Elon Musk, Sawyer Merritt, descreveu a experiência, num vídeo publicado nas redes sociais, como “muito confortável”, referindo que o carro se comporta como “se estivesse a ser conduzido por um humano, sem percalços ou dramas”. Merritt considera que a experiência é, em tudo, semelhante à do modo mais avançado do sistema Full Self Driving (FSD) da Tesla, já disponível nos automóveis da marca em mercados onde esta tecnologia de apoio à condução é permitida. Na Europa, a Tesla encontra-se em processo de certificação deste sistema.
O influenciador destacou que a principal diferença é, naturalmente, a ausência de condutor – embora, nestas viagens experimentais, um funcionário da Tesla ocupe o lugar do passageiro da frente.
Uma das vantagens atribuídas à Tesla é a sua estratégia distinta da maioria dos concorrentes: em vez de recorrer a uma combinação de várias tecnologias dispendiosas, como o LiDAR e radares, para a leitura do ambiente rodoviário, a empresa aposta exclusivamente num sistema baseado em câmaras. Esta opção é possível porque a Tesla utiliza veículos de produção em série, como o Model Y, sem qualquer modificação ao nível do hardware, o que contribui para a redução dos custos operacionais. Trata-se de uma abordagem distinta da de outras empresas do sector, que recorrem a veículos concebidos de raiz ou profundamente modificados, com custos de hardware significativamente superiores.
Implementação cautelosa
Segundo Elon Musk, a introdução do serviço será feita com uma abordagem “extremamente paranóica” no que respeita à segurança. Os Robotaxis operam apenas em zonas predefinidas, evitam condições meteorológicas adversas e cruzamentos de elevada complexidade, e não estão disponíveis para utilizadores com menos de 18 anos.
Esta cautela insere-se num contexto de maior escrutínio sobre o sector dos veículos autónomos, após diversos incidentes. O caso mais recente envolveu a Cruise, subsidiária da General Motors, que viu a sua actividade suspensa na Califórnia após um acidente grave.
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