Fundação de Serralves abre concurso público para ampliação de museu

Projecto, que deverá estar concluído até Junho de 2023, terá a assinatura do arquitecto Álvaro Siza.

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Exposição "O Jardim da Aprendizagem da Liberdade", de Yoko Ono (Maio de 2020), com curadoria de Philippe Vergne, no Museu de Serralves nelson garrido

O concurso público para a ampliação do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, foi publicado esta segunda-feira em Diário da República, com um valor-base de 8,2 milhões de euros e um prazo de conclusão de 500 dias.

“O contrato tem por objecto a empreitada de construção de um edifício para a expansão do Museu de Arte Contemporânea de Serralves”, pode ler-se no documento que estabelece 30 dias a partir desta segunda-feira como prazo para para apresentação de propostas.

Há duas semanas foi aprovado o financiamento comunitário para a ampliação do museu, no valor de quatro milhões de euros.

O projecto, que deverá estar concluído até Junho de 2023, terá a assinatura do arquitecto Álvaro Siza, reforçando a “marca de arquitectura de referência mundial do espaço e da cidade”, sublinhou, em comunicado na altura, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Os objectivos do investimento passam por reforçar a área expositiva do Museu de Serralves, permitindo aumentar e diversificar a oferta museológica e artística existente, dedicar uma ala ao desenvolvimento da colecção da fundação (que inclui parte do arquivo de Álvaro Siza e o acervo de Manoel de Oliveira) e capacitar as funções de reserva, explicou a CCDR-N.

Com a criação deste novo edifício, a Fundação de Serralves espera ver aumentado de “forma significativa” o número anual de visitantes.

O edificado contará com um piso para reservas e dois pisos expositivos com salas interligáveis e ajustáveis, vincou.

“Os benefícios culturais, patrimoniais e artísticos e os impactos turísticos e económicos positivos, à escala regional, estão na base da decisão do financiamento”, ressalvou a CCDR-N.

A iniciativa foi reconhecida como de “utilidade pública”, nos termos do despacho conjunto emitido pela ministra da Cultura e pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, a 28 de Abril de 2021.

No entanto, os governantes determinaram “condicionar o abate das azinheiras na área do empreendimento identificado ao licenciamento da obra pela Câmara Municipal do Porto, bem como a aprovação e implementação do projecto de compensação, e respectivo plano de gestão”.

O projecto de ampliação do Museu de Serralves e a “destruição das áreas verdes” envolventes motivou o protesto do grupo ecológico de defesa do Lordelo que exige que o projecto de alargamento seja tornado público.

A posição do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro-Grupo Ecológico (NDMALO-GE) surgiu dias depois de ser conhecido o convite feito à Fundação Serralves para se candidatar a fundos comunitários no valor de 4,25 milhões de euros para ampliar o museu.

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