Leonardo DiCaprio devolve dinheiro ligado a fundo malaio suspeito

O filme O Lobo de Wall Street, protagonizado pelo actor norte-americano foi financiado com dinheiro conseguido de forma ilegal por fundo malaio.

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As suspeitas foram levantadas durante o discurso de agradecimento do Globo de Ouro. Reuters/POOL

Leonardo DiCaprio vai devolver o dinheiro recebido da fundação 1 Malaysian Development Behard (1MDB) pelos direitos do filme O Lobo de Wall Street. O escândalo relacionado com a 1MDB estalou em 2009 e as investigações do processo de fraude e lavagem de dinheiro ficaram nas mãos do Departamento de Justiça norte-americano.

Segundo o porta-voz do actor, citado pelo Guardian, Leonardo DiCaprio está a colaborar activamente na investigação. Em Julho, quando o processo arrancou, verificou-se que mais de mil milhões de dólares (900 milhões de euros) provenientes da fundação 1MDB e conseguidos de forma ilegal foram investidos nos EUA. Para além da compra de uma propriedade em Beverly Hills e várias obras de arte, acredita-se que o dinheiro tenha sido usado para financiar a produção do filme de Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street, que DiCaprio protagonizou em 2013.

Em comunicado, o actor declara que vai devolver tudo o que recebeu do fundo malaio, em presentes ou doações. “O sr. DiCaprio e a Fundação Leonardo DiCaprio continuam a apoiar inteiramente todos os esforços para assegurar que a justiça será feita”, afirmou o seu representante, esta terça-feira.

A fundação 1MDB, criada pelo Governo malaio para apoiar o desenvolvimento sustentável na região, foi acusada de crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, é o principal suspeito de desvio de dinheiro da fundação para a sua conta pessoal.

Leonardo DiCaprio viu-se envolvido no caso depois de, em 2014, no discurso de agradecimento do Globo de Ouro pelo filme O Lobo de Wall Street, ter referido o nome de vários colaboradores, pessoas próximas de Najib Razak. Entre os nomes, salienta-se o de Riza Aziz, enteado de Razak e co-fundador da produtora cinematográfica Red Granite Pictures.

Esta foi a primeira declaração oficial de DiCaprio desde o início do processo. Mas Lukas Straumann, director-executivo do Fundo Bruno Manser, considera que “deixa muitas questões em aberto”. O director da ONG suíça contra a corrupção na Malásia questiona-se: “Quanto dinheiro recebeu Leonardo DiCaprio e a sua fundação de personalidades políticas malaias?”, acrescentando que não sabe se o actor vai devolver os 25 milhões de dólares (mais de 22 milhões de euros) que recebeu por participar no filme.

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