Os que morreram
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Vilmos Zsigmond
16.06.1930 – 01.01.2016
Com a sua mestria, ajudou a definir a Nova Vaga do cinema norte-americano nos anos 70, depois de deixar o seu país natal, a Hungria, devido à repressão soviética. Foi responsável pela fotografia de O Caçador, de Michael Cimino, ou Encontros Imediatos de Terceiro Grau, de Steven Spielberg, pelo qual conquistou um Óscar. Este “poeta-mágico” dos directores de fotografia, como o classificou a revista Rolling Stone, trabalhou ainda com cineastas como Robert Altman, Brian De Palma, Woody Allen, John Boorman ou George Miller.
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Jaime Azinheira
20.08.1944 – 04.01.2016
Escultor, pintor e professor universitário, Jaime Azinheira ocupa um lugar singular na escultura portuguesa. Natural de Peniche, concluiu o curso de escultura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, começando a expor regularmente a partir daí. Ao longo dos anos participou em várias exposições em Portugal e no estrangeiro, encontrando-se a sua obra representada em colecções privadas e públicas como a do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, da Fundação Serralves do Porto, da Casa Museu Teixeira Lopes de Vila Nova de Gaia ou da Colecção da Câmara de Vila Nova de Cerveira.
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Pierre Boulez
26.03.1925 – 05.01.2016
Nome fundamental da cena musical da segunda metade do século XX, o maestro e compositor Pierre Boulez dedicou a sua vida à difusão da música contemporânea, à evolução do seu público e da criação. Como maestro, esteve à frente da Orquestra de Cleveland (1967-1972), da Orquestra Sinfónica da BBC (1971-1975) e da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque (1971-1977). É célebre a sua participação na produção do Anel do Centenário no Festival de Bayreuth (1976-1980), ao lado de Patrice Chéreau.
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David Bowie
08.01.1947 - 11.01.2016
Era músico, cantor, compositor ou letrista, mas acima de tudo era um artista total. O britânico foi capaz de compreender antes de todos que o rock era também a possibilidade de afirmar um novo universo cultural, um outro imaginário, renovadas formas de ser e de existir. E foi-o até ao fim. Partia da música para, com liberdade e inquietação, transcender linguagens – algures entre a música, a arte, a moda, a literatura, a filosofia, o cinema, o teatro, o design gráfico ou a performance –, mostrando que a cultura popular podia ser reveladora.
Morreu David Bowie, um dos maiores ícones da cultura popular
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Alan Rickman
21.02.1946 - 14.01.2016
De rosto aquilino e voz perfeitamente modulada, Rickman podia ter visto a sua carreira dominada por papéis de vilão, como o Professor Snape na saga Harry Potter ou o homem que rapta a mulher de Bruce Willis em Assalto ao Arranha-Céus, mas Rickman nunca se deixou limitar por essa categorização. O actor, que também experimentou a realização por duas vezes, tanto surgia numa produção britânica de baixo orçamento como em filmes de maior peso nos Estados Unidos. Foi dirigido por realizadores como Tim Burton, Kevin Smith, Neil Jordan ou Ang Lee.
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Franco Citti
23.04.1935 – 14.01.2016
Uma lenda do cinema italiano, tornou-se famoso aos 26 anos com o papel principal no primeiro filme de Pier Paolo Pasolini Accattone, em 1961. Franco tornar-se-ia uma das presenças recorrentes da obra do realizador italiano, num número considerável de filmes onde se incluem títulos como Mamma Roma (contracenando com Anna Magnani), Édipo Rei (na pele do protagonista), A Pocilga, Decameron, Os Contos de Cantuária ou As Mil e uma Noites. Franco Citti não era só um “actor italiano”, era uma memória viva, um “símbolo”, desse compromisso fundamental com a realidade, e com a autenticidade da sua representação, que foi o de grande parte do cinema italiano da segunda metade do século XX.
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Michel Tournier
19.12.1924 – 18.01.2016
Um dos grandes autores franceses da segunda metade do século XX, vencedor do Prémio Goncourt pelo romance O Rei dos Álamos, publicado em 1970. Gostava de dizer que escrevia para os seus leitores e para ser lido e acreditava, disse-o numa entrevista ao PÚBLICO em 1991, que “a função da literatura é a de enriquecer o diálogo entre as pessoas”. É autor de uma obra vasta, que vai do conto ao romance, da crónica ao texto autobiográfico, do ensaio aos livros para crianças e uma peça de teatro. Foi um dos fundadores dos Rencontres Internationales de la Photographie d'Arles, mais tarde baptizados apenas como Rencontres d'Arles.
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António Almeida Santos
15.02.1926 – 18.01.2016
O envolvimento na política, que o acompanhou desde a juventude, levou-o a ser um dos protagonistas no Portugal pós-25 de Abril de 1974, como ministro de várias pastas, desde o I Governo Provisório. Mais tarde foi conselheiro de Estado, presidente da Assembleia da República e presidente do PS, tendo sido um dos mais próximos colaboradores de Mário Soares. Figura histórica da democracia portuguesa, Almeida Santos foi autor de dezenas de livros, tinha várias condecorações, designadamente as portuguesas Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e da Ordem Militar de Cristo. Era o presidente honorário do PS.
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Nuno Teotónio Pereira
30.01.1922 – 20.01.2016
Com uma carreira de seis décadas, foi uma das mais destacadas personalidades da arquitectura em Portugal – e, possivelmente, o último dos arquitectos modernos. Venceu por três vezes o prémio Valmor, nomeadamente com os projectos da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, com Nuno Portas, das torres do bairro de Olivais Norte, com Nuno Portas e Pinto de Freitas , e do icónico Edifício Franjinhas, com João Braula Reis. Manteve também, com outros católicos progressistas, uma militância política extraordinariamente activa, sobretudo durante o regime de Salazar, a que se opôs frontalmente apesar de ter crescido numa família conservadora e afecta ao regime
Morreu o arquitecto Nuno Teotónio Pereira, o último dos modernos
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Henry Worsley
04.10.1960 – 24.01.2016
Explorador e antigo militar britânico, morreu durante a jornada para se tornar no primeiro homem a atravessar a Antárctida a pé, sozinho e sem qualquer assistência. Após 71 dias e com mais de 1470 quilómetros nas pernas, Henry Worsley resignou-se a fazer o pedido de auxílio, sem capacidade para continuar devido ao seu estado de exaustão e desidratação severa. Foi resgatado para o Chile, onde recebeu assistência médica mas acabou por morrer.
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José Boavida
23.08.1964 – 26.01.2016
Actor e encenador, José Boavida popularizou-se com os seus trabalhos em televisão, nomeadamente nas séries Equador, Inspector Max, Morangos com Açucar ou Bem-vindos a Beirais. No entanto teve ainda um percurso ligado ao teatro, sobretudo no Teatro A Barraca e com o Teatro Aberto, e ao cinema, fazendo parte de elencos de filmes como Capitães de Abril, de Maria de Medeiros, Contrato, de Nicolau Breyner, Amália, de Carlos Coelho da Silva, e Até Amanhã Camaradas, de Joaquim Leitão.
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Paul Kantner
17.03.1941 – 28.01.2016
Guitarrista e fundador dos Jefferson Airplane, banda que percorreu os anos 1960 com amplo destaque, ainda que mantendo uma aura underground. No seu período áureo, a banda de Kantner esteve presente em todos os grandes eventos, do mítico Fillmore de São Francisco, que inauguraram, a Monterey, passando por Woodstock e Altamont. Álbuns como Surrealistic Pillow ou After Bathing At Baxter’s são clássicos absolutos da história do rock.
Morreu Paul Kantner, dos Jefferson Airplane, e morreram novamente os anos 1960
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Jacques Rivette
01.03.1928 – 29.01.2016
Um dos realizadores emblemáticos da Nouvelle Vague, que chegou ao cinema pela crítica, assinando alguns textos históricos nos Cahiers du Cinema. Autor misterioso, inventivo e livre, Rivette assinou filmes singulares da cinematografia francesa como Céline et Julie vont en bateau, A Bela Impertinente, Paris nous appartient ou La Religieuse, obra polémica cuja estreia foi interdita em França em 1966.
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Maurice White
09.12.1941 – 03.02.2016
Fundador, compositor, baterista, cantor, o líder, o pregador, a alma do grupo Earth, Wind & Fire, grupo funk que criou alguma da música mais jubilosa alguma vez feita e que conheceu grande protagonismo principalmente nos anos 1970 e 1980, vendendo mais de 90 milhões de álbuns em todo o mundo. Entre os seus sucessos encontram-se canções como Shining star, Sing a song, September, After love has gone, Boogie wonderland ou Serpentine fire, Let’s groove. Paralelamente aos Earth, Wind & Fire, Maurice White, viria a produzir e a compor para outros artistas, incluindo Cher, Barry Manilow, Barbra Streisand e muitos outros.
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Vera Varela Cid
1937 – 15.02.2016
Foi um dos elementos fundadores da Companhia Nacional de Bailado, a par de Luna Andermatt, Pedro Risques Pereira e o coreógrafo, cenógrafo e bailarino Armando Jorge. Criou ainda para a RTP, com Luna Andermatt, programas quinzenais sobre a história do bailado e os bastidores do espectáculo. Depois da saída da companhia nacional, dedicou-se inteiramente ao ensino da dança.
Morreu Vera Varela Cid uma das fundadoras da Companhia Nacional de Bailado
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George Gaynes
03.05.1917 – 15.02.2016
Com uma carreira longa, George Gaynes é conhecido sobretudo pelo seu papel como Eric Lassard, o comandante de Academia de Polícia, mas também pelo seu papel em Punky Brewster, uma popular sitcom americana dos anos 1980. Natural da Finlândia, onde nasceu como George Jongejans, começou o seu percurso artístico como cantor lírico mas foi à representação que dedicou a sua vida.
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Boutros Boutros-Ghali
14.11.1922 – 16.02.2016
Diplomata egípcio que foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1992 e 1996. Como representante do continente africano, Boutros-Ghali foi responsável por organizar a primeira missão de auxílio humanitário de larga escala das Nações Unidas à Somália devastada pela fome. Frontal e polémica, foi elogiado pelas suas qualidades de diplomacia mas recebeu críticas pela incapacidade de as Nações Unidas agirem para travar o genocídio do Ruanda de 1994 e por não ter pressionado resolutamente para uma intervenção da ONU em Angola para travar a guerra civil durante os anos 1990.
Morreu Boutros Boutros-Ghali, antigo secretário-geral da ONU
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Andrzej Zulawski
22.11.1940 – 17.02.2016
O cineasta polaco, que se estreou na realização nos anos 1970 e que se exilou em França pouco tempo depois devido à censura das autoridades comunistas, deixou uma obra marcada por obras excessivas e obsessivas como O Importante é Amar, com Romy Schneider, Possessão, com Isabelle Adjani, ou A Fidelidade, com Sophie Marceau. O seu último filme, Cosmos, que foi rodado em Portugal e contou com produção de Paulo Branco, venceu o prémio de Melhor Realizador no Festival de Locarno.
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Harper Lee
28.04.1926 – 19.02.2016
Autora de um livro que se tornaria quase instantaneamente um clássico da literatura americana, Mataram a Cotovia, publicado em 1960, Harper Lee era uma autora extremamente reservada, recusando a maioria das aparições públicas e pedidos de entrevistas. O ano passado foi publicado o seu segundo livro, Vai e Põe uma Sentinela, cujo manuscrito foi encontrado na sua casa e que foi apresentado como uma continuação do seu romance de 1960.
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Umberto Eco
05.01.1932 – 19.02.2016
O filósofo e escritor italiano, autor de O Nome da Rosa, era uma das mais relevantes figuras da cultura italiana dos últimos 50 anos. Foi um pioneiro da semiótica, a ciência dos signos, um teórico da linguagem e autor de vários ensaios filosóficos. Umberto Eco contribuiu para reinventar a figura do intelectual no nosso tempo, ao manter-se presente em dois mundos: o da vida académica e o de uma participação pública muito activa.
Morreu Umberto Eco, o filósofo que ajudou a reinventar a figura do intelectual
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Douglas Slocombe
10.02.1913 – 22.02.2016
Era um dos raros centenários da história do cinema. Douglas Slocombe foi director de fotografia dos três primeiros capítulos da saga Indiana Jones, três títulos de uma extensa carreira que conta com oito dezenas de títulos. Embora tenha começado a trabalhar como fotojornalista, Slocombe rapidamente iniciou o seu percurso como operador de câmara e, finalmente, director de fotografia. No seu país natal, Slocombe viu o seu trabalho reconhecido e celebrado com uma dezena de nomeações para os BAFTA e três nomeações para os Óscares.
Morreu Douglas Slocombe, director de fotografia de Indiana Jones
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Ana Vieira
1940 – 29.02.2016
Ana Vieira destacou-se no cruzamento das diversas disciplinas artísticas, criando um corpo de trabalho original e inspirador no conjunto da arte portuguesa contemporânea. A reflexão sobre o lugar da mulher, a sua imagem transmitida pela arte e a solidão a que a sociedade patriarcal a condena são presenças constantes no seu trabalho.
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George Martin
03.01.1926 - 08 .03.2016
O produtor musical era chamado de quinto Beatle não só pelo papel activo que desempenhou na criação dos álbuns dos Fab Four mas também porque foi determinante ao aprovar a sua contratação pela Parlophone, em 1962. Ao longo de sete décadas de carreira, e após o fim dos Beatles, Martin continuou a trabalhar como produtor, assinando não só a produção de álbuns a solo de Paul McCartney ou Ringo Starr, mas também de Jeff Beck, dos Cheap Trick, de Ella Fitzgerald, dos America, da Mahavishnu Orchestra, dos Ultravox e de bandas-sonoras, como algumas músicas originais da saga 007.
Chamavam-lhe o "quinto Beatle", George Martin foi muito mais do que isso
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Naná Vasconcelos
02.08.1944 – 09.03.2016
Um dos maiores percussionistas do mundo e o mais revolucionário no género da história da música do Brasil. Naná Vasconcelos tocava múltiplos instrumentos, do berimbau à queixada de burro. Durante a sua longa carreira, tocou ou gravou com músicos como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Egberto Gismonti ou Marisa Monte, no Brasil, e com nomes como B.B. King, Paul Simon, Talking Heads, Nigel Kennedy ou gigantes do jazz como Miles Davis, Don Cherry, Pat Metheny, Art Blakey Jan Garbarek ou Tony Williams.
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Maria de Fátima Patriarca
1944 – 11.03.2016
Investigadora jubilada do Instituto de Ciências Sociais, era uma referência na história dos movimentos sociais do século XX em Portugal. Foi autora de, entre outros, de A Questão Social no Salazarismo e Sindicatos contra Salazar. A revolta do 18 de Janeiro de 1934. Fez parte da direcção do Instituto de Ciências Sociais (ICS). Em 1979 foi uma das responsáveis, com Maria Filomena Mónica, pela criação do Arquivo Histórico das Classes Trabalhadoras, que se passou a chamar mais tarde Arquivo de História Social do ICS.
Morreu Fátima Patriarca, historiadora dos conflitos laborais
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Keith Emerson
02.11.1944 – 11.03.2016
Era um músico que arriscava, um músico sem medo de experimentar. Keith Emerson era o teclista dos Emerson, Lake & Palmer, a banda que fundou na década de 1970 e que se tornaria numa das mais populares da época. Era um dos nomes importantes do rock progressivo, possivelmente o mais destacado teclista do género. A Rolling Stone escreve mesmo que Emerson, nascido em Yorkshire, em Inglaterra, era “o maior teclista da sua geração”.
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Nicolau Breyner
30.07.1940 – 14.03.2016
Com mais de meio século de carreira, Nicolau Breyner deixou a sua marca na televisão, no teatro e no cinema portugueses, ficando como um dos mais populares actores portugueses. Foi um dos autores e produtores da primeira telenovela portuguesa, Vila Faia, integrou o elenco de diversas séries e novelas ao longo das últimas décadas, e cimentou também um registo humorístico que perdurou no imaginário nacional. Sobretudo nos últimos anos protagonizou alguns filmes, nomeadamente algumas obras assinadas por António Pedro Vasconcelos, onde assinou interpretações dramáticas contidas e que receberam rasgados elogios.
Morreu Nicolau Breyner, um pilar da ficção televisiva portuguesa
Cinco décadas de TV em Portugal em vídeos da carreira de Nicolau Breyner
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Andrew S. Grove
02.09.1936 – 21.03.2016
Antigo presidente da Intel, Andrew S. Grove foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da indústria dos microprocessadores. Apesar de menos mediático que Bill Gates ou Steve Jobs, a Grove era atribuído um contributo fulcral para a massificação dos computadores pessoais. Com uma reconhecida aptidão para a gestão, o húngaro naturalizado norte-americano chegou à presidência da empresa em 1979. Em 1997, a revista Time elegeu Grove como personalidade do ano.
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Malik ‘Phife Dawg’ Taylor
20.11.1970 – 22.03.2016
Nascido no bairro de Queens, em Nova Iorque, Malik Taylor partilhou bairro e escola Q-Tip, futuro companheiro nos A Tribe Called Quest, onde assumiu o nome Phife Dawg. Entre 1990 e 1998, os A Tribe Called Quest foram responsáveis, juntamente com os De La Soul, por exemplo, pela afirmação de um hip hop onde o lúdico e a pesquisa estética se conjugavam. Com os álbuns The Low End Theory, Midnight Marauders, Beats, Rhymes and Life e The Love Movement, tornaram-se uma das mais bem-sucedidas bandas da década e uma influência marcante para o hip hop que chegaria depois. “
Morreu Phife Dawg, dos A Tribe Called Quest, e o hip hop ficou mais pobre
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Johan Cruyff
25.04.1947 – 24.03.2016
Considerado um dos maiores futebolistas da história, ao lado de nomes como Pelé, Maradona, Di Stefano, Puskas ou Eusébio, o seu nome ficou para sempre associado ao "Futebol total", o estilo de jogo da selecção holandesa de que hoje o Barcelona é o melhor exemplo. Como jogador, Cruyff destacou-se ao serviço do Ajax e da selecção holandesa, e venceu por três vezes a Bola de Ouro. E se como jogador foi revolucionário, como treinador não ficou atrás. Iniciou a carreira em 1985 no Ajax, transferindo-se depois para o FC Barcelona, que orientou durante oito temporadas e com o qual conquistou quatro títulos seguidos e uma Taça dos Campeões Europeu, a primeira da história do clube.
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Garry Shandling
29.11.1949 – 24.03.2016
Conhecido por ser “comediante de comediantes”, mais reconhecido pelos colegas do que pelo grande público e de presença geralmente discreta, Shandling não fez carreira no cinema, embora tenha emprestado a voz a filmes de animação como Pular a Cerca ou feito participações pontuais em filmes como Zoolander ou Homem de Ferro 2. Mesmo na televisão, apesar das várias vezes que apresentou a cerimónia dos Grammy, bastaram o Larry Sanders Show e It's Garry Shandling's Show para o tornar numa figura de enorme influência.
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Zaha Hadid
31.10.1950 – 31.03.2016
A arquitecta britânica de origem iraquiana, foi a primeira mulher a ganhar o Prémio Pritzker de Arquitectura em 2004, a distinção mais importante na área. Habituada a ser pioneira num mundo de homens, foi também a primeira mulher a ganhar a medalha de ouro do RIBA em 2015, o prémio do Royal Institute of British Architects, 170 anos depois de ter sido instituído. Conhecida pelos seus projectos que propõem espaços fluidos, Zaha Hadid desenhou, por exemplo, o Centro Aquático das Olimpíadas de Londres, o Centro Cultural Heydar Aliyev, em Baku, no Azerbaijão, o museu MAXXI, em Roma, e a Ópera Guangzhou, na China.
Morreu a arquitecta Zaha Hadid, a primeira mulher a ganhar o Pritzker
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Imre Kertész
09.11.1929 – 31.03.2016
Prémio Nobel da Literatura em 2002, Imre Kertész sobreviveu ao campo de extermínio nazi de Auschwitz, para onde foi levado em 1944, quando tinha apenas 14 anos. Sem Destino, o seu primeiro romance, de cariz autobiográfico, é apontado por muitos como a sua melhor obra e aquela que lhe terá valido o Nobel. A Academia sueca considerou-a “certamente o relato literário mais poderoso já escrito sobre a realidade num campo de concentração”. O romancista e ensaísta húngaro deixa uma obra não muito extensa, da qual se destacam ainda A Recusa, Kaddish para uma Criança que não vai Nascer e Aniquilação.
Imre Kertész (1929-2016), o rapaz de Auschwitz que recebeu o Nobel da Literatura
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Nancy Reagan
06.07.1921 - 06.03.2016
Descrita como a “força protectora” do Presidente Reagan, Nancy foi uma das mais influentes primeiras damas da História dos Estados Unidos. Tinha uma discreta carreira como actriz quando conheceu o então actor Ronald Reagan e iniciou um romance que durou mais de meio século. Os dois estabeleceram uma parceria de sucesso, não na indústria cinematográfica mas no ainda mais competitivo mundo da política norte-americana, que transformaram radicalmente. Ao longo da carreira política de Reagan, de governador a Presidente dos Estados Unidos, Nancy Reagan foi uma das suas mais próximas conselheiras. A mulher elegante e franzina, que era detentora de uma vontade indomável, aceitou muitas vezes falar em nome dos desprotegidos ou marginalizados, ou de quem sofria, assumindo o protagonismo em causas como o combate à dependência de drogas ou a investigação médica com células estaminais.
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Leandro “Gato” Barbieri
28.11.1932 – 02.04.2016
O saxofonista argentino gravou mais de 35 álbuns, numa carreira com 50 anos e ganhou um Grammy em 1973 para melhor composição instrumental com o seu trabalho para a banda sonora de O Último Tango em Paris, o filme de Bernardo Bertolucci com Marlon Brando e Maria Schneider. Foi uma figura importante no período de ouro do free jazz, sendo apontado por muitos como um dos principais músicos latinos americanos no género.
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Francisco Nicholson
26.06.1938 -11.04.2016
O actor, dramaturgo e argumentista Francisco Nicholson foi um dos nomes de destaque de um período áureo da revista à portuguesa, como autor e actor, no período pós-25 de Abril de 1974, quando o seu percurso no meio já contava uma década. Seria também figura determinante na ficção televisiva nacional: quase duas décadas depois da primeira aparição no pequeno ecrã escreveu o argumento de Vila Faia, a primeira telenovela portuguesa, estreada em 1982.
Morreu Francisco Nicholson, revolucionário da revista, homem da televisão
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Malick Sidibé
1935 – 14.04.2016
Malick Sidibé era um dos históricos da fotografia. No seu estúdio, África não era o continente da fome e da miséria - era jovem, alegre e dançava. O fotógrafo, que começa a trabalhar por conta própria no início da década de 1960, num estúdio de bairro que ainda se mantém, marcou decisivamente um período que coincide com o advento das independências africanas. Nas suas fotografias, todas a preto e branco, estava latente que se estava a entrar numa nova era
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Guy Hamilton
16.09.1922 - 20.04.2016
Responsável por quatro filmes da série dedicada ao agente secreto James Bond, o realizador britânico Guy Hamilton passou também pela obra de Agatha Christie e chegou a ser duplo de Orson Welles enquanto actor. Realizou alguns dos filmes mais importantes da saga 007, na sua era de ouro das décadas de 1960 e 70, e está entre os realizadores que mais filmes do franchise 007 realizaram, a par de John Glen e Terence Young.
Morreu Guy Hamilton, realizador de Goldfinger e três outros Bond
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Prince Rogers Nelson
07.06.195 – 21.04.2016
Um dos mais influentes artistas desde a década de 1970, é autor de Kiss, Little red Corvette, Purple rain ou When doves cry, alguns dos temas que marcam a sua história, durante a qual chegou a ser símbolo – literalmente [Prince logo.svg] – e a ser O Artista Anteriormente Conhecido como Prince, uma de várias facetas da sua crítica aos mecanismos da fama, da indústria e da tecnologia. Ao longo da sua carreira editou 39 álbuns, a solo ou com a New Power Generation (anos 1990) ou as 3rd Eye Girl (década de 2010), dos quais dois editados em 2015 – HITnRUN Phase One e Two. Vendeu mais de cem milhões de discos. Recebeu sete Grammys e foi integrado no Rock and Roll Hall of Fame em 2004.
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Pedro Cláudio
1965 - 21.04.2016
Pedro Cláudio afirmou-se desde os anos 1980 como um dos mais importantes fotógrafos de moda e realizador de videoclipes do panorama português. Estudou Design de Comunicação na Escola Superior de Belas-Artes e começou por colaborar com o semanário O Independente, tornando-se depois fotógrafo residente da revista K, para a qual faria ensaios fotográficos. Desde essa altura, e ao longo dos anos, colaborou com criadores e revistas de moda (Marie Claire, Elle ou Vogue), e com marcas ou eventos como a ModaLisboa, a ExperimentaDesign ou os Encontros de Fotografia de Coimbra, criando imagens para campanhas, catálogos e exposições.
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Papa Wemba
14.06.1949 – 24.04.2016
Uma das figuras mais conhecidas da chamada world music, que teve como grande mérito ter fundido tradições musicais africanas com pop ocidentalizada e influências rock. Era um dos nomes mais populares do soukous, género musical derivado da rumba cubana, que surgiu no Congo nas décadas de 1930 e 1940. Ao longo dos anos acabou por ser celebrado em todo o mundo como o “rei da rumba do Congo”, tendo actuado com celebridades como Stevie Wonder ou Peter Gabriel, que produziu três discos seus na sua editora.
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Paulo Varela Gomes
29.10.1952- 30.04.2016
Autor de uma obra de investigação importante no campo da história da arquitectura e da arte (tendo sido também crítico de arquitectura), Paulo Varela Gomes foi professor associado no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra e nos últimos anos de vida dedicou-se exclusivamente à literatura. Publicou quatro romances e um livro de crónicas, obra aclamada na literatura portuguesa contemporânea. Hotel, de 2014, ganhou o prémio do P.E.N. Clube. Em Maio de 2015 publicou na revista Granta um texto intitulado Morrer é mais difícil do que parece, um raro e longo testemunho da sua experiência com o cancro, desde que lhe foi diagnosticado (e os médicos lhe revelaram que teria pouco tempo de vida) até à fase quase terminal. Durante os anos de estudante universitário, na Faculdade de Letras de Lisboa, foi militante do Partido Comunista. Nos anos 80 afasta-se e foi um dos fundadores, com Miguel Portas, do movimento Política XXI. Foi delegado da Fundação Oriente em Goa, de 1996 a 1998 e de 2007 a 2009, sendo fortemente marcado por essa experiência.
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Querubim Lapa
16.12.1925 – 02.05.2016
Artista de obra múltipla – cerâmica, desenho, gravura, tapeçaria, escultura, pintura, - Querubim Lapa fez parte de uma geração que se opôs frontalmente ao Estado Novo e que participou de uma revolução modernista que se estendia também à arquitectura. Na escola António Arroio, em Lisboa, cruzou-se com grandes nomes da arte portuguesa do século XX, como Pomar, Fernando Azevedo, João Abel Manta e Marcelino Vespeira. Os seus painéis de azulejos e outros revestimentos cerâmicos espalhados por Lisboa mostram, explicava muitas vezes, o seu gosto pela cor – o seu lado pintor – e pela modelação, ligado ao que nele havia de escultor. Com Conceição Silva faz a cobertura do interior e da fachada da Casa da Sorte (1963), numa esquina do Chiado, a obra que colocava no auge da sua produção cerâmica. Em 2014, o pintor e ceramista lamentou o estado de degradação que tinham atingido muitas das suas intervenções espalhadas pela capital, acusando a autarquia de “falta de respeito pela arte”.
Morreu Querubim Lapa, o pintor que se escondia atrás da cerâmica
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Vicente da Câmara
07.05.1928- 28.05.2016
Foi a tia, Maria Teresa de Noronha, que encorajou Vicente da Câmara a participar num concurso da Emissora Nacional quando era ainda um jovem que começava a cantar o fado como amador em espaços como a Adega Mesquita, a Adega Machado ou a Adega da Lucília. Em 1948 conquista o primeiro lugar. Torna-se a partir daí presença habitual na emissora, onde Maria Teresa de Noronha tinha também um programa. Em 1950 assina o primeiro contrato com a editora discográfica Valentim de Carvalho e grava fados clássicos como o Fado das Caldas, Varina ou Os teus olhos. Mas o maior sucesso surge em 1961 quando, tendo mudado de editora para a casa Custódio Cardoso Pereira, grava o célebre >A moda das tranças pretas. Em 1964 estreou-se no cinema, em A última pega. Voltou ao cinema em 2007, sob a direcção de Carlos Saura, em Fados, onde protagonizou um excerto dedicado às casas de fado, ao lado de Maria da Nazaré, Ana Sofia Varela, Carminho, Ricardo Ribeiro e Pedro Moutinho.
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Maurice Sinet (Siné)
31.12.1928 - 05.05.2016
Siné, nome artístico de Maurice Sinet, era um cartoonista provocador que trabalhou em vários jornais, incluindo L'Express, Le Monde, Libération ou L'Humanité, tendo fundado ele próprio diversas revistas, a começar por Siné Massacre, em 1962, da qual só saíram sete números. Passou por Portugal logo após o 25 de Abril para assistir à revolução dos cravos, tendo então assinado alguns cartoons icónicos, como o célebre desenho em que um jovem arranca a parte vermelha da bandeira portuguesa, deixando um senhor de ar sisudo apenas com o lado verde e o escudo. O seu primeiro desenho publicado apareceu na revista France-Dimanche em 1952. Três anos depois recebia o Grande Prémio do Humor Negro pela recolha Complainte sans Paroles. E a partir de 1959 começa a desenhar os famosos gatos que se tornaram a sua imagem de marca. Em 1974 integra a equipa fundadora do jornal satírico Charlie Hebdo, iniciando uma colaboração de vinte anos, abruptamente interrompida em 2008, quando o então director Philippe Val o despediu, acusando-o de ter assinado uma crónica anti-semita.
Morreu Siné, o cartoonista que ilustrou a revolução dos cravos
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Muhammad Ali
17.01.1942 – 03.06.2016
Titã do pugilismo, activista dos direitos civis e anti-guerra, figura política e social, celebridade global carismática e controversa, eternizada em livros e filmes. Eleito “O Desportista do Século XX” pela revista americana Sports Illustrated, em 1999, Cassius Clay ou Muhammad Ali, como quis ser conhecido após a sua conversão ao islamismo, morreu aos 74 anos derrubado pela doença de Parkinson. Em 1960 venceu o campeonato mundial de pesos-pesados. “Eu sou o maior”, gritou perante a assistência chocada que preenchia o Convention Hall. As suas posições políticas geraram polémica: em 1967, depois de se recusar a servir o exército americano na Guerra do Vietname e ter criticado o envio de soldados para este conflito, foi despojado do título mundial e proibido de praticar boxe durante três anos. Muhammad Ali transcendeu o mundo do desporto e redefiniu o papel de atleta profissional como figura pública. Dentro dos ringues, deslumbrou multidões com o seu estilo de boxe pouco ortodoxo e com uma autoconfiança desconcertante.
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Peter Shaffer
15.05.1926 – 06.06.2016
Dramaturgo e argumentista britânico, foi o autor da peça Amadeus, estreada em Londres em 1979 e transferida um ano depois para a Broadway, onde ficou em cena durante três anos e ganhou o Tony para "Melhor Peça". Posteriormente, foi adaptada ao cinema pelo realizador Milos Forman e levou oito Óscares para casa em 1985, incluindo o de Melhor Filme e o de Melhor Argumento. Peter Shaffer foi ainda autor de sucessos da Broadway e do West End, como Equus e The Royal Hunt of the Sun.
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José Manuel Paquete de Oliveira
20.10.1936 – 11.06.2016
José Manuel Paquete de Oliveira foi padre, jornalista, sociólogo pioneiro de estudos dos media em Portugal, professor. Era provedor do leitor do PÚBLICO. Com apenas 23 anos, foi chefe de redacção do Jornal da Madeira, onde permaneceu até 1966. No continente colaborou com o Expresso, Diário de Lisboa e ao longo de uma década com o Jornal de Notícias. Em 1989, doutorou-se em Sociologia da Comunicação e da Cultura pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). A sua tese de doutoramento, Formas de ‘censura oculta’ na imprensa escrita em Portugal no pós 25 de Abril, (1974-1987), de 1988, foi um marco. Entre 1992 e 1997 foi comentador residente do programa Casos de Polícia, da SIC. Em 2006, tornou-se no primeiro provedor do telespectador na televisão pública.
Morreu Paquete de Oliveira, pioneiro de estudos sobre jornalismo e um provedor “didáctico”
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Anton Yelchin
11.03.1989 – 19.06.2016
O jovem actor Anton Yelchin ficou conhecido do grande público pelo seu papel como Pavel Chekov no relançamento da série Star Trek , de J. J. Abrams. Nascido em Leninegrado (actual São Petersburgo) na então ainda União Soviética, Yelchin tinha apenas seis meses quando veio para os EUA com os pais, patinadores artísticos que pediram asilo político. Ao longo da sua curta carreira, teve as suas participações mais aclamadas em Like Crazy, de Drake Doremus, ou Só os Amantes Sobrevivem, de Jim Jarmusch, embora o grande público o conheça por Star Trek ou por Exterminador Implacável: A Salvação, em que contracenava com Christian Bale.
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Bill Cunningham
13.03.1929 – 25.06.2016
Bill Cunningham, o lendário fotógrafo do New York Times, registou meio século de história da moda urbana nova-iorquina. Cunningham, que circulava por Nova Iorque apenas de bicicleta, começou por escrever e fotografar para o Chicago Tribune, depois para a Women's Wear Daily, antes de chegar ao New York Times em 1978, onde inaugurou a famosa coluna On the Street.
Morreu Bill Cunningham, o lendário fotógrafo do New York Times
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Alvin Toffler
04.10.1928 – 27.06.2016
Escritor e analista social e autor de obras de sucesso que inspiraram vários dirigentes mundiais. Na sua obra mais célebre, Choque do Futuro, publicada em 1970 e que vendeu mais de 15 milhões de exemplares, Alvin Toffler debruçou-se sobre as mudanças sociais esperadas no mundo. Ao longo da sua carreira, ele previu vários desenvolvimentos económicos e tecnológicos, como a clonagem, a popularidade dos computadores pessoais, a aceleração da transmissão de informação, a invenção da Internet e da televisão por cabo, além do advento dos casamentos entre homossexuais. Foi ele que popularizou a expressão “excesso de informação”.
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Elie Wiesel
30.09.1928 – 02.07.2016
Eliezer “Elie” Wiesel, sobrevivente dos campos nazis do Holocausto e activista pelos direitos humanos, venceu o Prémio Nobel da Paz em 1986 pelo “trabalho em defesa da paz, da redenção e da dignidade humana”. Ficou conhecido por manter vivas as suas memórias do Holocausto com o livro Noite, baseado nas suas experiências enquanto adolescente nos campos de concentração de Auschwitz, Buna, e Buchenwald, e pelo papel determinante que teve em promover a educação sobre o Holocausto. Fez parte do Conselho de Memorial do Holocausto dos EUA entre 1980 e 1986 e teve um grande papel na criação do Museu do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington. Wiesel recebeu inúmeras distinções ao longo dos anos, incluindo a Medalha Presidencial de Liberdade dos EUA, a Grã-Cruz da Legião de Honra de França e o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico.
Morreu Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto e Nobel da Paz
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Michael Cimino
03.02.1939 – 02.07.2016
O realizador de O Caçador, o filme que marcou o ano de 1978 nos Estados Unidos, e que lhe valeu os Óscares de Melhor Filme e Melhor Realizador. No entanto, a carreira de Cimino ficou igualmente marcada pelo fracasso que representou As Portas do Céu, filme mítico e infame que assinalou um antes e depois na sua carreira e na própria indústria de cinema norte-americana.
Michael Cimino (1939-2016), um realizador entre o Céu e o Inferno
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Abbas Kiarostami
22.06.1940 – 04.07.2016
O mais internacional e mais premiado dos cineastas do seu país, o cineasta iraniano Abbas Kiarostami realizou mais de 40 filmes e venceu a Palma de Ouro de Cannes em 1997 com O Sabor da Cereja. Natural de Teerão, foi no Kanun (o Centro de Desenvolvimento Intelectual de Crianças e Jovens Adultos), onde chegou em 1969 para dirigir o departamento de cinema, que se tornou cineasta: ali realizou The Report, a sua primeira longa-metragem, em 1977, e depois dela, continuamente, sucessivos outros filmes, incluindo a trilogia constituída por Onde Fica a Casa do Meu Amigo? (1987), que lhe daria o Leopardo de bronze em Locarno, E a Vida Continua (1992) e Através das Oliveiras (1994). Em 2005 recebeu o Leopardo de Honra do Festival de Locarno, pelo conjunto de sua obra. No Irão, os seus filmes deixaram de ser exibidos em grandes salas desde 1995 por serem vistos com desconfiança pelo governo e considerados potencialmente subversivos.
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João Ribeiro
1925 – 08.07.2016
João Ribeiro era o sócio mais antigo do Sindicato dos Jornalistas e detinha a carteira profissional número um. Iniciou a profissão no Diário da Manhã, como repórter fotográfico, em 1946, e, dez anos depois, foi admitido no Diário Ilustrado.Em 1966 entrou para o Jornal de Notícias, passando depois pelo Diário de Lisboa, a Época e A Capital, onde foi chefe dos Serviços Fotográficos. Em 1987, foi contratado pel’O Jornal, onde trabalhou até se reformar, aos 69 anos, em 1994.
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Nuno Rocha
13.02.1933 - 05.07.2016
Nuno Rocha foi fundador do Tempo em 1975, semanário que dirigiu durante 14 anos e por onde passaram jornalistas como Paulo Portas ou Vera Lagoa, e fundou também o Correio da Manhã em 1979, juntamente com Vítor Direito e Carlos Barbosa. O jornalista foi presidente da Associação de Jornalistas Europeus, dirigente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e da Casa da Imprensa e foi galardoado em 2000 com o prémio World Press Freedom Hero pelo IPI - International Press Institute, por promover a liberdade de imprensa.
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Hector Babenco
07.02.1946 - 14.07.2016
Nomeado para Óscar de Melhor Realizador em 1985 com a longa-metragem O beijo da mulher aranha (interpretada por Sônia Braga e William Hurt), Babenco realizou outros clássicos como Pixote: A lei do mais fraco (1982) e Lúcio Flavio, o passageiro da agonia (1977), além de Carandiru (2003). Hector Babenco nasceu na Argentina, mas mudou-se para o Brasil aos 19 anos. O filme Meu Amigo Hindu foi a sua última longa-metragem, com William Dafoe como protagonista e para o qual o actor sofreu uma grande transformação física, pois interpreta um doente. O filme é semi-autobiográfico e conta a história de um cineasta que luta contra um tumor, recordando o cancro que Babenco combateu na década de 90.
Morreu Hector Babenco, o realizador de O Beijo da Mulher Aranha,
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Alan Vega
23.06.1938 – 16.07.2016
Alan Vega, o cantor e provocador de serviço do duo Suicide, era uma das figuras mais influentes da música e da cultura alternativa que irromperam na Nova Iorque dos anos 1970. A sua música, mesmo não sendo de massas, influenciou sucessivas gerações de melómanos e os seus espectáculos ao vivo continuam a ser um exemplo de como actuar perante o público sem rede. De Nick Cave aos Joy Division, dos Depeche Mode aos Nine Inch Nails, dos Daft Punk aos LCD Soundsystem, de M.I.A. a Peaches, de Perfume Genius às Savages, é notável a quantidade de grupos que a sua música foi capaz de influenciar.
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Garry Marshall
13.11.1934 – 19.07.2016
Ficará sempre primeiramente conhecido como o realizador de Pretty Woman – Um Sonho de Mulher, mas Garry Marshall tem uma extensa filmografia como realizador de cinema, para além de ter marcado a produção televisiva nos anos 1970 com a escrita e realização de algumas das mais icónicas sitcoms, como Happy Days.
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Mário Moniz Pereira
11.02.1921 - 31.07.2016
Conhecido como “senhor atletismo”, Moniz Pereira afirmou-se como um dos maiores impulsionadores do atletismo em Portugal. No Sporting, clube do qual era o sócio número 2, moldou alguns dos nomes referência do atletismo nacional: Carlos Lopes, Fernando Mamede, Francis Obikwelu ou Naide Gomes. Licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física (INEF) em Lisboa, onde deu aulas durante 27 anos, Moniz Pereira participou em 12 Jogos Olímpicos entre 1948 e 2012. Retirou-se do comando directo do atletismo do Sporting após os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.
Moniz Pereira (1921-2016), o homem que fez Portugal acreditar em “coisas impossíveis”
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Artur Correia
18.04.1950 – 25.07.2016
Ficou conhecido como o “Ruço” pelos cabelos loiros. Depois de jogar como lateral-direito no Benfica e no Sporting, Artur Correira fez ainda uma breve incursão pela antiga liga norte-americana NASL, alinhando pelos entretanto extintos New England Tea Men. Quando abandonou o futebol, em 1980, somava seis títulos nacionais: cinco pelo Benfica e um pelo Sporting.
Morreu Artur Correia, antigo jogador do Benfica e do Sporting
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Kenny Baker
24.08.1934 - 13.08.2016
Com C-3P0, o robô dourado habitado por Anthony Daniels, R2-D2 formava uma popular dupla. Não lhe víamos o rosto, mas Kenny Baker, o actor que dava vida ao simpático robô R2-D2, entrou nos seis primeiros filmes da mítica saga Guerra das Estrelas, de George Lucas. R2, especialista na navegação e manutenção de astronaves, era dono de uma linguagem incompreensível que se tornou num dos elementos mais reconhecíveis da ópera espacial. Chegado a 2015, e com a estreia do primeiro filme da trilogia de sequelas O Despertar da Força, Kenny Baker foi consultor para a sua personagem, que tal como a de C-3PO é a única a atravessar todos os sete filmes Star Wars.
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Hermann Kant
14.06.1926 - 14.08.2016
O escritor alemão Hermann Kant foi um dos mais conhecidos escritores da ex-RDA, cujo regime apoiou activamente. O seu romance mais conhecido é Aula, de 1965, que vendeu mais de meio milhão de exemplares e foi traduzido em diversas línguas. O livro foi muito bem recebido pela crítica na RDA, mas o célebre crítico literário (e sobrevivente do gueto de Varsóvia) Marcel Reich-Ranicki escreveu no semanário Zeit que Kant era “demasiado covarde para escrever a verdade sobre as relações humanas na RDA.”
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João Havelange
08.05.1916 – 16.08.2016
Começou como atleta de natação nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, antes de experimentar outras modalidades como o pólo aquático, o voleibol, o basquetebol e até o futebol. Chegou ao comando da Confederação Brasileira dos Desportos durante alguns dos anos mais vitoriosos do futebol brasileiro. Chegado à presidência da FIFA, em 1974, Havelange é, ainda hoje, detentor do segundo mandato mais longo na presidência do organismo que rege o futebol mundial. Enquanto presidente da FIFA, idealizou um “Mundial global”, com o dobro das equipas (32 em vez de 16). Criou ainda os Mundiais Sub-17 e Sub-20, bem como a Taça das Confederações.
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Madalena Sotto
21.07.1916 – 18.08.2016
Madalena Sotto foi um nome cimeiro da cena teatral portuguesa, tendo feito parte, entre outras, da companhia de Rey-Colaço/Robles Monteiro, e da de Vasco Morgado. No cinema, área em que foi distinguida em 1945, com o Prémio de Melhor Actriz, pelo Secretariado Nacional de Informação, participou em filmes como Feitiço do Império e A Vizinha do Lado, ambos de António Lopes Ribeiro.
Morreu a actriz Madalena Sotto, a protagonista de A vizinha do lado
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Toots Thielemans
29.04.1922 – 22.08.2016
O músico e compositor belga foi um verdadeiro pioneiro da utilização da harmónica no jazz. Foi o seu virtuosismo que o levou a partilhar o palco com gigantes como Charlie Parker ou Oscar Peterson, passando por Bill Evans e Ella Fitzgerald. Gravou por todo o lado, com Billy Joel, Nick Cave, Pat Metheny, Natalie Cole. Muitos dos seus discos foram registados com Bill Evans
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Maria Eugénia Pinto do Amaral
01.04.1927 - 25.08.2016
Conhecida como “a menina da rádio” desde que protagonizou em 1944, ainda adolescente, o filme homónimo de Arthur Duarte, a actriz e cantora Maria Eugénia contracenou com os grandes nomes do cinema português da época, como António Silva, Ribeirinho, Laura Alves ou Milú. Filha do músico Francisco José da Silva Branco e de Lara Augusta da Silva Rodrigues, Maria Eugénia ficou sobretudo conhecida pela sua meteórica passagem pelo cinema português e espanhol, mas chegou também a trabalhar na rádio. Desistiu da carreira no cinema no final dos anos quarenta, altura em que se casou com o médico António Pinto do Amaral.
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Sonia Rykiel
25.05.1930 – 25.08.2016
As malhas, as cores, o conforto e uma versão boémia do je ne sais quoi parisiense – esse é, em parte, o legado de Sonia Rykiel, criadora de moda francesa que ficou conhecida como “rainha das malhas”, devido ao seu trabalho no knitwear, libertador da silhueta feminina nos anos 1960.
Morreu Sonia Rykiel, “rainha das malhas” e ícone da moda parisiense
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Gene Wilder
11.06.1933 – 29.08.2016
Gene Wilder foi cúmplice de Mel Brooks nos seus melhores filmes e um dos actores mais populares da comédia americana dos anos 1970. Aventurou-se quatro vezes na realização, com níveis diferentes de sucesso e um filme que ficou na memória por razões alheias – A Mulher de Vermelho (1984), cuja banda-sonora, escrita por Stevie Wonder, incluia o mega-êxito I just called to say I love you. Gene Wilder interpretou pela primeira vez no cinema Willy Wonka, o bizarro mestre chocolateiro criado pelo escritor Roald Dahl, em A Maravilhosa História de Charlie, de Mel Stuart (1971). Longe de ser um êxito aquando da estreia, o filme tornar-se-ia um clássico através da televisão e do vídeo.
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Anna Paula
26.05.1929 – 31.08.2016
Actriz, professora de teatro e dramaturga, Anna Paula teve uma carreira que passou pela televisão, em telenovelas como Vila Faia, e em filmes como O Costa d’África. Mas sobretudo pelo teatro, tendo trabalhado nomeadamente na Companhia de Teatro Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, no Teatro Estúdio Lisboa e no Teatro Experimental do Porto. A partir de 1981 integrou o elenco fixo do Teatro Experimental de Cascais. Foi professora de Interpretação da Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa.
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Marc Riboud
24.06.1923 - 31.08.2016
Histórico do fotojornalismo francês, notabilizou-se pela cobertura da China da revolução comunista e das independências africanas. Trabalhou para importantes publicações ao longo de mais de 60 anos de carreira – Life, Geo, National Geographic, Paris-Match, Stern, Look,The Observer, The Times – assinando alguns dos textos que acompanhavam as suas reportagens fotográficas. Em 1957 é um dos primeiros europeus a percorrer, fotografando, a China comunista, território que troca pelo Japão, primeiro, e depois pela URSS. Foi fotógrafo da agência Magnum até 1979.
Morreu Marc Riboud, o fotógrafo da China de Mao e da "rapariga da flor"
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Maria Isabel Barreno
10.07.1939 - 03.09.2016
A investigadora e escritora Maria Isabel Barreno, que juntamente com Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa escreveu Novas Cartas Portuguesas, abriu caminho para o debate sobre a igualdade de género em Portugal. O livro, uma das obras mais perseguidas pela ditadura, viria a estar no centro do processo que ficou conhecido como as "Três Marias". O julgamento durou dois anos e gerou manifestações de protesto junto às embaixadas e consulados portugueses em Londres, Paris e Nova Iorque. Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974 as três escritoras foram absolvidas. Foi no universo do feminismo que Maria Isabel Barreno inscreveu a sua obra literária, justamente com outra obra: A Morte da Mãe. Escrito ao longo da década de 1970, é um estudo sociológico e filosófico sobre a evolução histórica da situação da mulher na sociedade. Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, trabalhou no Instituto Nacional de Investigação Industrial, foi jornalista e conselheira na área cultural da embaixada portuguesa em Paris, onde se radicou. A obra de Maria Isabel Barreno vai da Sociologia ao romance e ao conto e estende-se ao longo de 20 títulos.
Morreu Maria Isabel Barreno, que “foi mais do que uma das 'Três Marias'“
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José Rodrigues
21.10.1936 – 10.09.2016
Foi um dos fundadores da Bienal de Vila Nova de Cerveira e da Cooperativa Árvore, do Porto. É um dos escultores mais emblemáticos da segunda metade do século XX em Portugal. Tornou-se conhecido muito novo, quando integrou o grupo Os Quatro Vintes, que tomou o nome da nota final que todos receberam no curso de Escultura na Escola Superior de Artes Plásticas do Porto, mas também de uma famosa marca de tabaco – "Três Vintes" – que então existia. Deixou-nos uma obra ecléctica, que viaja da figuração à abstracção, reveladora de uma atenção às mudanças de gosto e estilo que se fizeram sentir na prática artística durante as quase cinco décadas em que trabalhou.
Morreu José Rodrigues, o escultor que não acreditava no efémero
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Edward Albee
12.03.1928 - 17.09.2016
Edward Albee foi um dos mais importantes e influentes dramaturgos dos Estados Unidos, reconhecido pelos seus diálogos inflamados e pela abordagem mordaz. Iniciou a sua carreira no teatro no final dos anos 1950 e recebeu o prémio Pulitzer por três vezes - nenhuma delas pela sua obra mais conhecida, Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, de 1962, que depois de ser envolta em controvérsia foi adaptada ao cinema em 1966 e valeu a Elizabeth Taylor, que nele contracenava com o seu eterno par Richard Burton, um Óscar. Com os proventos da peça, Albee desenvolveu várias iniciativas de apoio a novos autores norte-americanos e, em 1967, criou uma fundação para receber escritores e artistas plásticos por períodos curtos, em Long Island.
Morreu Edward Albee, autor de Quem Tem Medo de Virginia Woolf?
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Arnold Palmer
10.09.1929 – 25.09.2016
Ao longo da sua carreira, Arnold Palmer venceu sete torneios do ‘Grand Slam’, quatro vezes o Masters de Augusta, uma o US Open e duas o Open Britânico, num total de 93 torneios a nível internacional. Ficou conhecido como “o Rei” e tornou-se uma lenda no golfe e um embaixador da modalidade nos EUA e em todo o mundo. “Gostava de ser lembrado por ter levado o golfe a uma audiência de massas”, disse à CNN em 2012. O último torneio do ex-jogador foi o Masters de Augusta de 2004, já com 75 anos.
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Shimon Peres
02.08.1923 - 28.09.2016
Shimon Peres era o último sobrevivente da geração dos “pais fundadores” de Israel e o seu percurso confunde-se com a História do país. Os Acordos de Oslo de 1993 valeram-lhe, ao lado de Yitzhak Rabin e de Yasser Arafat, o Nobel da Paz no ano seguinte. Obreiro da segurança de Israel, Shimon Peres ocupou todos e cada um dos cargos possíveis, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico, económico e militar do seu país. O seu contributo mais reconhecido internacionalmente foi o de impulsionar a aproximação entre palestinianos e israelitas que culminou, em 1993, com o reconhecimento israelita da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o início de um processo de negociações que aproximou ambas as partes no sonho da paz e que deveria ter conduzido à criação de um Estado palestiniano. Em sete décadas de carreira, foi primeiro-ministro por duas vezes (de 1984 a 1986 e de 1995 a 1996), ministro em 16 governos, deputado durante 48 anos e chefe de Estado ao longo de sete.
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Mário Braga
1921 – 01.10.2016
Escritor e tradutor, que nasceu em Coimbra a 14 de Julho de 1921, Mário Braga era licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Estreou-se em 1944, com o livro de contos Nevoeiro e publicou até 1997, com o ensaio Momentos doutrinais. É também autor do romances O Reino Circular (1969). Mário Augusto de Almeida Braga foi director-geral da Secretaria de Estado da Comunicação Social e membro do Conselho Consultivo das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian.
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Mário Wilson
17.10.1929 -03.10.2016
Mário Wilson, ficou conhecido no meio futebolístico como ‘velho capitão’ da Académica, tornou-se uma referência do Benfica, ao conquistar nos ‘encarnados’ o título de campeão em 1975/76 e as Taças de Portugal de 1979/80 e 1995/96, como treinador. Durante a sua carreira futebolística, iniciada no Desportivo de Lourenço Marques, actual Maputo, em 1948/49, actuou como avançado no Sporting, entre 1949 e 1951, sagrando-se campeão em 1950/51, e defesa na Académica, entre 1951 e 1963.
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Andrzej Wajda
06.03.1926 - 09.10.2016
O realizador Andrzej Wajda, que em 2000 recebeu um Óscar honorário pelo conjunto da sua obra, é autor de filmes como Uma Geração (1955), Morrer como Um Homem (1957), O Homem de Ferro (1981) – com o qual desafiou o regime comunista da Polónia, alinhando com o movimento sindicalista de Lech Walesa, o Solidariedade, e que lhe valeu a Palma de Ouro, em Cannes –, O Caso Danton (1983) ou Katyn (2007). A história familiar haveria de marcar o seu percurso no cinema. Filho de uma professora primária e de um oficial do exército, viu o pai ser assassinado pelos soviéticos em 1940 e juntou-se à resistência polaca para combater o comunismo. Ao longo dos anos 80 Wajda filmou sobretudo em França.
Andrzej Wajda, o realizador que desafiou a Polónia comunista
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Dario Fo
24.03.1926 - 13.10.2016
O dramaturgo, autor de quase 100 peças, incluindo muitas sátiras ao poder, ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1997, um ano antes de José Saramago. Foi também actor, ilustrador, pintor, activista e viveu um romance de meio século com a actriz Franca Rame, que dizia ser a sua musa. Dario Fo tornou-se conhecido internacionalmente em 1969 quando publicou a peça de teatro Mistério Bufo, uma epopeia dos oprimidos, inspirada na cultura medieval e cujo herói apela à revolta através do riso. O seu activismo político foi especialmente relevante nos turbulentos Anos de Chumbo, entre os anos 70 e 80, quando criou a organização "Socorro Vermelho Militante" para proporcionar assistência legal aos presos políticos da esquerda.
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José Lello
18.05.1944 - 14.10.2016
José Lello foi pela primeira vez eleito deputado em 1983, pelo círculo eleitoral do Porto, mandato que renovou sucessivamente até às eleições legislativas de Outubro de 2015. No seu percurso político, no primeiro executivo liderado por António Guterres, entre 1995 e 1999, desempenhou as funções de secretário de Estado das Comunidades. Em 2000, o primeiro-ministro, António Guterres, escolheu-o para ministro da Juventude e do Desporto. Mais tarde ascende a presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, cargo que ocupa até 2008.
Morreu José Lello, o político de "cortante sentido de humor"
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Pierre Etaix
23.11.1928 – 14.10.2016
Era um dos últimos clowns do cinema, e um dos poucos herdeiros da tradição do burlesco e do slapstick que Chaplin, Keaton, Harold Lloyd desenvolveram durante as primeiras décadas do cinema. Nunca deixou de ser actor, muitas vezes em pequenas participações, em filmes de outros realizadores, mas o contacto com o cinema fomentou-lhe o desejo de ser, como todos esses grandes burlescos, um “autor total”, à frente e atrás das câmaras, tendo assinado várias obras.
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Pete Burns
05.08.1959 – 23.10.2016
Nos anos 1980 era tão conhecido pelo seu estilo extravagante, com roupa pré-Boy George andrógeno, penteados exóticos e sapatos de salto alto, como pelo seu papel à frente dos Dead or Alive, que tiveram o seu ponto alto em 1985, cinco anos depois da fundação, com o sucesso global da canção You Spin Me Round (like a record).
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João Lobo Antunes
04.06.1944 – 27.10.2016
Licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa com uma média final de 19,47 valores, foi professor catedrático de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa e foi director de serviço de neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, entre 1984 e 2014. Foi presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia, do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa. Ainda em 2015, foi eleito presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Agraciado em 1996 com Prémio Pessoa, por ser um “renovador e intérprete da tradição médica humanista”, João Lobo Antunes receberia em 2003 a Medalha de Ouro de mérito do Ministério da Saúde e em 2013 o Prémio da Universidade de Lisboa. Na esfera pública, João Lobo Antunes destacou-se ainda por ser mandatário da candidatura à Presidência da República primeiro de Jorge Sampaio e, passados cinco anos, de Cavaco Silva.
Morreu João Lobo Antunes, o neurocirurgião da tradição humanista
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Leonard Cohen
21.09.1934 – 07.11.2016
Considerado um dos mais importantes nomes da música popular do século XX, Leonard Cohen escreveu músicas simbólicas da sua geração, incluindo Hallelujah. No Canadá, onde nasceu, licenciou-se em literatura na Universidade McGill, em 1955, e integrou o grupo musical The Buckskin Boys. Mudou-se para Nova Iorque com uma bolsa para a Columbia Graduate School, e aos 24 anos recebeu outra, do Canada Council, para escrever um livro, o que lhe permitiu viajar para a Europa. Cohen acompanhou sempre a música com a literatura, a sua grande paixão, que começou aos 16 anos, quando escreveu os seus primeiros poemas. Publicou o primeiro álbum, Songs of Leonard Cohen , em 1967, já depois de ter feito trinta anos e de ter revelado a faceta literária, em particular com o livro de poesia Let us compare mythologies (1956) e o romance O Jogo preferido, (1963), editado em Portugal em 2010. Aos 77 anos, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras pelo “imaginário sentimental” da escrita e da música. No mesmo ano, em 2011, foi galardoado com o 9.º Prémio Glenn Gould.
Leonard Cohen (1934-2016): o trovador que já era eterno em vida
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Miguel Veiga
30.06.1936 – 14.11.2016
Miguel Veiga foi fundador do PPD, hoje PSD, em 1974, com Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão. Foi deputado constituinte e dirigente do partido. Licenciado em Direito, em Coimbra, Miguel Veiga fez carreira na advocacia. Na política, transformou-se num dos notáveis do PSD, da facção social-democrata. Desempenhou vários cargos no partido, de deputado à Assembleia Constituinte a conselheiro nacional, mas nunca foi ministro.
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Sharon Jones
04.05.1956- 18.11.2016
Sharon Jones, cantora soul, ficou conhecida por ser a voz – e alma - poderosa da banda funk/soul The Dap-Kings. Jones juntou-se aos Dap-Kings em 1996 e, em meados dos anos 2000, atingiram o êxito com 100 Days, 100 Nights , o seu terceiro álbum de estúdio, gravado com recursos analógicos de forma a criar o som “old school” do funk e do afrobeat originais dos anos 1960. Foi a partir deste álbum que houve quem passasse a referir-se à vocalista como “rainha do funk”. Antes de ter sido descoberta pelo produtor e líder dos Dap-Kings, Gabriel Roth, Sharon Jones foi funcionária dos serviços prisionais na famosa prisão de Rikers Island, em Nova Iorque, e segurança em bancos Roth (também conhecido como Bosco Mann), se transformara numa cantora profissional. A luta que travou contra o cancro nos últimos três anos de vida ficou documentada no filme Miss Sharons Jones!, da realizadora americana Barbara Kopple.
Morreu Sharon Jones, a guarda prisional que se tornou uma fera da soul e rainha do funk
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Andrew Sachs
07.04.1930 -23.11.2016
O actor Andrew Sachs ficou conhecido pela sua interpretação do criado espanhol Manuel na série britânica Fawlty Towers. A relação de Basil Fawlty (personagem interpretado pelo actor John Cleese), o proprietário do hotel de personalidade arrogante e temperamental que protagonizava a série, com Manuel, um empregado desajeitado com boas intenções, marcou a história da comédia britânica. Fawlty Towers teve 12 episódios que foram transmitidos em duas temporadas separadas em 1975 e 1979 e tornou-se um ícone da cultura popular, também nos Estados Unidos. O exagero do sotaque hispânico de Andrew Sachs aliado ao seu bigode farfalhudo fizeram rir uma geração. A carreira de Andrew Sachs fica também marcada pelos papéis em Doctor Who, O Santo, Randall and Hopkirk e The History of Mr. Polly. Foi, durante muitos anos, presença regular na BBC Radio 4, interpretando vários papéis.
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Fidel Castro
13.08.1926 -25.11.2016
Fidel Castro foi um dos mais carismáticos e polémicos líderes políticos mundiais. Líder histórico da revolução cubana de 1959, que afastou Fulgencio Batista do poder, Fidel Castro desafiou durante mais de meio século os Estados Unidos, tendo cedido o poder ao irmão em 2006, depois de sofrer uma hemorragia intestinal. Raúl Castro assumiu interinamente a presidência de Cuba em 2006 e dois anos depois sucedeu formalmente ao irmão como presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros. A vida política de Fidel Castro teve início na Universidade de Havana, onde entra no dia 27 de Setembro de 1945, na Federação dos Estudantes Universitários (FEU), repartindo a militância com o estudo de Direito. Durante a última década de vida, Fidel Castro fez poucas aparições públicas, foi dado como morto várias vezes na Internet e nas redes sociais e manteve um contacto regular com o mundo através dos seus artigos intitulados "Reflexiones", publicados na imprensa oficial.
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Carlos Santos
1937 - 27.11.2016
Carlos Santos, que trocou o curso de Medicina pela profissão de actor, foi um actor cujo rosto o público português pôde acompanhar de forma recorrente na televisão, sobretudo em papéis secundários como na série Bem-Vindos a Beirais. Carlos Santos distingiu-se recentemente pelo seu desempenho como oficial da PIDE Rosa Casaco, no filme Operação Outono, de Bruno de Almeida, sobre os últimos dias do general Humberto Delgado, que lhe valeu o prémio de melhor actor de cinema da Sociedade Portuguesa de Autores e o prémio Sophia para melhor actor, da Academia Portuguesa de Cinema, em 2013. No cinema, trabalhou ainda com Luís Filipe Rocha, António de Macedo, Joaquim Leitão, José Fonseca e Costa e Leonel Vieira.
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Equipa de futebol da Chapecoense
29.11.2016
A cidade de Chapecó, no Brasil, e o seu mais representativo clube de futebol, a Chapecoense, estavam, no final de Novembro de 2016, a caminho de um momento histórico: a equipa ia disputar a primeira mão da final da Copa Sul-Americana . Mas o avião da companhia Lamia no qual a equipa seguia para a Colômbia despenhou-se. Morreram 71 das 77 pessoas que seguiam a bordo, incluindo a maioria dos jogadores da Chapecoense, dirigentes do clube e membros da equipa técnica, convidados e jornalistas que acompanhavam a equipa, assim como tripulantes do avião. Apenas três dos 22 futebolistas que viajavam sobreviveram. O futebol chorava mais um acidente aéreo, que trouxe à memória casos tristemente célebres como os de Torino, Manchester United ou da selecção da Zâmbia – equipas que foram apagadas da história.
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Hugo Ribeiro
1925 - 03.12.2016
Técnico de som português. Foi o responsável pela gravação de discos de estúdios de nomes maiores do fado e da guitarra portuguesa, entre os quais Amália, Carlos Paredes, Alfredo Marceneiro. Registou os primeiros passos do rock português, com Os Caloiros da Canção e Os Conchas. Gravou ainda Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, António Calvário, Sheiks, Quarteto 1111, Tantra, Rui Veloso e Marco Paulo.
Morreu Hugo Ribeiro, o homem que nos ensinou como ouvir Amália
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Jean-Loup Passek
29.07.1936 - 04.12.2016
Historiador, crítico, programador e coleccionador de cinema francês, com percurso ligado ao Festival de Cannes e ao La Rochelle, ao Centro Pompidou e ao prestigiado Dictionnaire du Cinéma das edições Larousse, viu inaugurado o Museu do Cinema em Melgaço, a vila do Alto Minho em que tinha residência (a sua outra casa portuguesa encontrava-se em Pataias, Nazaré). Ali depositou o seu valioso acervo de memorabilia cinéfila, recolhida ao longo de toda a vida.
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Marcel Gotlib
14.07.1934 - 4.12.2016
Começou a ser notado através de Gai-Luron, o cão sonolento, inspirado em Droopy, o cão de grande olheiras criado por Tex Avery, que desenhou para a revista Vaillant. Mais tarde, encontraria um mentor determinante em René Goscinny, co-autor com Albert Uderzo de Astérix. Juntos, criaram para a revista Les Dingodossiers, uma série em que a sátira era a nota dominante. Rubrique-à-brac, a sucessora, mais adulta, de Les Dingodossiers, tornou-se um sucesso e uma das suas criações mais acarinhadas.
Morreu Gotlib e a banda desenhada francesa ficou orfã do seu humorista revolucionário
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Ferreira Gullar
10.09.1930 - 04.12.2016
Escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro. Considerado o último grande poeta brasileiro, ganhou o Prémio Camões em 2010. Autor de Poema sujo, considerado uma obra-prima e um “ícone de resistência” à ditadura, escrito em Buenos Aires, na Argentina, de Maio a Outubro de 1975 quando Ferreira Gullar ali esteve exilado.
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Jayalalithaa Jayaraman
24.02.1948 - 5.12.2016
Actriz e política indiana. Considerada a “menina de ouro” da indústria cinematográfica do estado do Tamil Nadu, que dirigiu com mão de ferro durante mais de duas décadas. Participou em mais de 140 filmes. Em muitos deles era a personagem principal, a heroína, quando o costume era esse papel caber a um homem.
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Peter Vaughan
04.04.1923 - 06.12.2016
Actor britânico, conhecido nos últimos anos pelo seu papel como maester Aemon Targaryen na série televisiva A Guerra dos Tronos. Era também conhecido por uma curta mas memorável participação na sitcom Porridge, além de noutras produções televisivas como Citizen Smith ou Our Friends in North. Passou também pelo teatro e pelo cinema, onde se destacou ainda em Os Despojos do Dia, de James Ivory, ou Morte num Funeral, de Frank Oz.
Morreu Peter Vaughan, o maester Aemon de A Guerra dos Tronos
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Greg Lake
10.11.1947 - 07.12.2016
Músico. guitarrista, baixista, cantor, produtor e compositor britânico. Ajudou a fundar as bandas de rock progressivo King Crimson e Emerson, Lake & Palmer. Teve como maior sucesso da sua carreira o single I Believe in Father Christmas (1975), "uma crítica ao aproveitamento comercial do Natal”.
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John Glenn
18.07.1921 - 8.12.2016
Aviador, engenheiro e astronauta norte-americano. Foi o primeiro americano a entrar em órbita espacial. Foi também senador dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, tendo entrado na política por sugestão de John F. Kennedy. Glenn era um dos chamados “Mercury Seven”, um grupo de pilotos de testes dos meios militares seleccionados em 1959 pela NASA para se tornarem os primeiros astronautas americanos a participar no projecto espacial Mercúrio, a Friendship 7.
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Alberto Seixas Santos
20.03.1936 - 10.12.2016
Crítico de cinema, professor e realizador. É considerado como o grande teórico de uma geração de cineastas ligados ao Cinema Novo, onde se incluem nomes como Alfredo Tropa, Eduardo Geada, José Fonseca e Costa, António-Pedro Vasconcelos e João César Monteiro. Brandos Costumes (1975), anatomia das relações familiares sob o salazarismo, foi a primeira longa-metragem de Seixas Santos. Embora tardia, é considerada uma obra emblemática desta corrente. Assinaria ainda Gestos & Fragmentos (1982) e Mal (1999).
Morreu o realizador Alberto Seixas Santos, ideólogo do Cinema Novo
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Esma Redžepova
08.08.1943 - 11.12.2016
Cantora romani da Macedónia. Era uma das mais celebradas cantoras ciganas. Ao longo de uma carreira de mais de cinco décadas teve de enfrentar uma dupla discriminação: a cultura cigana não ser bem vista nas Balcãs e não ser suposto uma mulher cigana cantar em público. Foi uma militante da emancipação da mulher romani e adoptou mais de 40 crianças vítimas de abusos e da guerra dos Balcãs.
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Manuel Bola
03.09.1944 - 11.12.2016
Actor português. Fazia parte do elenco residente do Teatro Animação de Setúbal (TAS) e participou em inúmeras séries de televisão, entre as quais Gente Fina É Outra Coisa, Os Malucos do Riso, A Banqueira do Povo, Nico d'Obra, Nós os Ricos, A Loja do Camilo, Jardins Poibidos e Inspector Max. Entrou também nos filmes Adeus, Pai (1996), de Luís Filipe Rocha, e O Fascínio (2003), de José Fonseca e Costa.
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Javier Echevarría
14.06.1932 - 12.12.2016
Bispo da Igreja Católica, teólogo e jurista espanhol. Foi prelado da Prelazia da Santa Cruz e da Opus Dei de 1994 até a sua morte.
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Laura Ferreira dos Santos
1959 - 16.12.2016
Professora e escritora. Fundadora do movimento Direito a Morrer com Dignidade. Pioneira da defesa da despenalização da eutanásia. Doutorada em Filosofia da Educação, professora aposentada da Universidade do Minho, foi autora, entre outros livros, de Ajudas-me a morrer? A morte assistida na cultura ocidental do século XXI e Testamento Vital, o que é? Como elaborá-lo? Escrevia regularmente artigos de opinião para o PÚBLICO.
Morreu Laura Ferreira dos Santos, “pioneira na defesa da despenalização da eutanásia”
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Zsa Zsa Gabor
06.02.1917 - 18.12.2016
Actriz húngara. Filmou, nos anos 1950, com nomes de peso do cinema clássico americano: John Huston (Moulin Rouge), Charles Walters (Lili), Orson Welles (A Sede do Mal). Foi uma das primeiras famosas que andaram nas bocas do mundo apenas pela sua fama.
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Sebastião Formosinho Simões
1943 - 19.12.2016
Químico e professor universitário. Era professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Foi secretário de Estado do Ensino Superior (1980-81) e presidente da Sociedade Portuguesa de Química, entre outros cargos.
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Henry Heimlich
03.02.1920 - 17.12.2016
Médico cirurgião norte-americano. Criou, em 1974, a famosa manobra médica que pode salvar alguém de morrer sufocado, a manobra de Heimlich, que consiste em abraçar alguém na zona do abdómen e comprimir de modo a libertar as vias respiratórias.
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China Machado
25.12.1929 - 18.12.2016
Modelo e produtora de televisão. Modelo descendente de pai português e mãe chinesa. Foi a primeira mulher não-caucasiana a aparecer na capa de uma revista de moda de grande circulção nos EUA, a Harper's Bazaar (Fevereiro de 1959). Musa do mestre da fotografia de moda Richard Avedon, com quem construiu uma amizada duradoura. Trabalhou para reputadas casas de alta costura, entre as quais Christian Dior, Givenchy e Balenciaga. Tornou-se a modelo de passerelle mais bem paga da Europa.
Morreu China Machado, a modelo que preparou o caminho para a diversidade
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Howard Bingham
29.05.1939 - 15.12.2016
Fotógrafo norte-americano e biógrafo de Muhammad Ali. O falhanço de um curso de fotografia não o impediu de se tornar repórter fotográfico do jornal The Sentinel, de Los Angeles. Foi ao serviço deste periódico voltada para a comunidade negra que travou conhecimento com o então jovem boxeur Cassius Clay (mais tarde Muhammad Ali), com quem construiu uma amizade para toda uma vida. Para além de ter seguido Ali com as suas câmaras, Bingham trabalhou para as revistas Life e Sports Illustrated e viu o seu trabalho publicado em títulos como a Look, a Newsweek, a Playboy ou a Ebony. Considerava-se "o Forrest Gump do fotojornalismo" pela capacidade de aparacer nos momentos em que a história dos EUA estava a ser feita. Fotografou muitos ícones do século XX, como Nelson Mandela e Martin Luther King. Ganhou vários prémios pela sua cobertura do movimento pelos direitos civis. Publicou o livro de fotografia canónico de Ali, Muhammad Ali: A Thirty-Year Journey. Em 2015, o seu trabalho integrou a exposição Light Catchers no California African American Museum, ao lado de seis outros fotógrafos americanos.
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Michèle Morgan
29.02.1920 - 20.12.2016
Uma das maiores actrizes francesas do século XX, Michèle Morgan fez sonhar várias gerações de espectadores, com os seus olhos de um magnético azul esverdeado e a sua sedução um tanto distante. Ao longo da sua carreira Morgan participou em cerca de 70 filmes e foi a primeira actriz de sempre a ganhar o prémio de interpretação feminina no Festival de Cannes, em 1946.
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Franca Sozzani
20.01.1950 – 22.12.2016
Encarnação da moda italiana, a sua silhueta esguia e o longo cabelo louro encaracolado marcavam presença nas apresentações de moda em Paris, Londres, Nova Iorque ou Milão, nos últimos 40 anos. Editora da Vogue Itália desde 1988, Franca Sozzani formou-se em literatura e filosofia na Universidade de Milão. Iniciou a sua carreira na Vogue Bambini (a Vogue para as crianças, criada em 1973). Além de diretora editorial de operações da Condé Nast, Sozzani presidiu por quatro anos à Fundação IEO Instituto Europeu de Oncologia, que angariou dinheiro para fazer pesquisa do cancro.
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George Michael
25.06.1963 – 25.12.2016
George Michael, nome artístico de Georgios Kyriacos Panayiotou, começou a vida artística com os Wham! em 1981, e o seu álbum de estreia, Fantastic, chegou ao número 1 dois anos depois. O segundo álbum, Make It Big, fez o mesmo nos Estados Unidos. Incluía o êxito Wake Me Up Before You Go-GO. George Michael cantou no primeiro disco do Band Aid, para combater a fome na Etiópia - Do They Know It's Christmas. Tornou-se um ícone da música pop dos anos 80 e 90, vendendo mais de 100 milhões de álbuns, primeiro com a banda Wham!, e mais tarde a solo, numa carreira de quase quatro décadas. Em 1998, o cantor teve um "coming out" forçado como homossexual, ao ser detido por "comportamento indecente" numa casa de banho de um parque em Beverly Hills, Los Angeles, EUA.
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Vera Rubin
23.07.1928 - 25.12.2016
Vera Rubin confirmou a existência de matéria escura, um dos grandes mistérios do Universo. Rejeitada pelo prestigiado programa de astronomia da Universidade de Princeton, que então só aceitava homens, Vera Rubin obteve finalmente os seus diplomas, primeiro pela Universidade de Cornell e depois pela Universidade de Georgetown. Foi uma defensora fervorosa das causas das mulheres e a primeira mulher a ter acesso ao Observatório de Palomar, na Califórnia. Em 1993, o então Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, atribuiu-lhe a Medalha Nacional da Ciência, a maior condecoração científica do país.
Morreu Vera Rubin, a astrofísica da matéria escura do Universo
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Carrie Fisher
21.10.1956 - 27.12.2016
A fama da actriz Carrie Fisher tornou-se planetária aos 19 anos, quando encarnou a jovem princesa Leia, uma das personagens centrais de Star Wars - A New Hope, ou Guerra das Estrelas em português. Participou em quatro dos filmes da saga, o mais recente dos quais, O Despertar da Força, estreado em 2015. A actriz é membro de uma família enraizada em Hollywood - filha do cantor Eddie Fisher e da actriz Debbie Reynolds, a sua meia-irmã é Joely Fisher, também actriz. A sua luta com as drogas, distúrbios alimentares e com a doença bipolar tornaram-se públicas e alimentaram parte da sua carreira enquanto escritora.
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Debbie Reynolds
01.04.1932 – 28.12.2016
A actriz, que tem em Serenata à Chuva, de 1952, um dos seus filmes mais marcantes, estreou-se no cinema com apenas 16 anos, depois de ser descoberta num concurso de beleza. Ao longo da sua extensa carreira, contracenou com Fred Astaire, Frank Sinatra, Bette Davis, Ernest Borgnine, Glenn Ford ou Gene Kelly. Em 1964 foi nomeada para o Óscar de Melhor Actriz pela interpretação em Os Milhões de Molly Brown e em 2000 foi nomeada para um Emmy pelo sua participação na série de televisão Will & Grace. Morreu um dia depois da sua filha, a também actriz Carrie Fisher, também ter falecido.
Morreu Debbie Reynolds, a actriz que fez Gene Kelly cantar à chuva