Santa Apolónia

Fora das linhas

Há um mundo dentro dos muros da estação de Santa Apolónia. No ano em que faz 150 anos, e quando se fala da sua transformação em “espaço verde”, fomos à procura dos que espreitam do outro lado. Percorremos o perímetro da estação e encontrámos alguns dos seus vizinhos. Fora das linhas, o mundo é outro.

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Snack-bar Lisboa-Tejo

Manuel Pires construiu um café onde antigamente havia cavalariças. Espera que a zona de Santa Apolónia seja valorizada com as obras há muito tempo prometidas.

Cabeleireiro Radiante

Quando Maria Silva chegou a Santa Apolónia as ruas e as casas estavam vazias. Abriu um cabeleireiro e acredita tê-lo feito no melhor lugar.

Barbearia Chico

Francisco Caramelo abriu a barbearia em 1971. Vê os barcos a chegarem mas é raro ter clientes estrangeiros.

Rua dos Caminhos de Ferro

Porque não se queria resignar a educar os filhos num espírito conformista, Basílio Vieira decidiu fazer qualquer coisa: o Movimento Entrada Norte nasceu para enfrentar um obstáculo que se atravessa à frente dos moradores desta zona. Algumas mudanças foram alcançadas mas terão sido as suficientes?

The Lisbon Studio

No início dos anos 1990, a zona de Santa Apolónia foi a primeira “casa” de Nuno Saraiva em Lisboa. Foi aqui que deu os primeiros passos como ilustrador. Vinte anos depois está de regresso, desta vez para um atelier situado num sétimo andar da Rua Diogo Couto.

Viaduto de Santa Apolónia

Sobre as linhas da estação, o jornalista e especialista em ferrovia Carlos Cipriano observa a circulação dos comboios que todos os dias chegam e partem de Santa Apolónia. Fora da estação, este viaduto é a única passagem que atravessa as linhas.

Igreja do Convento de Madredeus

Antes de os carris rasgarem o seu caminho até à estação há 150 anos, já o Convento de Madredeus era veterano nesta área. Ao longo dos séculos mudou de cara e de habitantes. As freiras deram lugar aos turistas, que hoje procuram o Museu Nacional do Azulejo. E o som dos comboios regulares não permite esquecer a vizinha Santa Apolónia.

Vigorosa e Poderosa

Estas gruas são um ícone de Lisboa. Começaram a funcionar em 1981 no rio Tejo e até já foram requisitadas pela Discoteca Lux-frágil para festas privadas.

Torre de Controlo REFER

António Valente faz itinerários de circulação e manobras. Dá sinal para a entrada ou saída dos comboios. Já está na hora do 515, com destino a Guarda.

Escritórios da REFER

João Galhardo costumava fotografar as linhas ferroviárias. Lembra-se da primeira cor da estação, dos passeios antigos e do percurso do eléctrico que foi alterado.

FLUR

José Moura ainda se lembra de um tempo no qual Santa Apolónia era uma zona limite da cidade de Lisboa. Um tempo antes da renovação que a Expo 98 operou no lado oriental da cidade. E antes de terem inaugurado a Flur, a loja de discos de que é proprietário.

Largo dos Caminhos de Ferro

Pode ainda baralhar os idiomas, mas Lutã Florin-Marian tem uma frase debaixo da língua: “Me gusta Lisboa, me gusta Santa Apolónia”. Natural da Roménia, e a viver há sete anos em Portugal, não pensa sair do país mesmo estando há algum tempo sem trabalho. Quer ficar para sempre, a viver aquilo que chama de “vida normal”.

Escritórios da REFER

Adelina Moura é filha de uma ferroviário e manteve a tradição na família, quando nos anos 1970 a CP abriu das primeiras candidaturas para mulheres.

Átrio da estação

Augusto Andrade fala da importância da estação e da diversidade dos objectivos das pessoas que a cruzam. A principal função deste espaço, diz, é receber todos.

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