“Em 2019 aposto no Challenge Tour”
Tiago Cruz fala do que lhe vai na alma para um novo ano que se lhe afigura decisivo
Tiago Cruz iniciou o novo ano de 2019 no Penina Classic do Portugal Pro Golf Tour, que decorre entre ontem e hoje no Algarve, mas na nova época as suas atenções estarão sobretudo concentradas no Challenge Tour.
Aos 36 anos, o profissional do Estoril decidiu tomar o maior risco de sempre da sua carreira de mais de 14 anos, ao investir, por vezes com meios próprios, num programa mais ambicioso e necessariamente mais dispendioso, acreditando que o seu melhor ainda poderá estar no futuro.
Quem conhece Tiago Cruz sabe que tem uma personalidade cautelosa, não gosta dar um passo maior do que a perna. Mas no final da época transata, antes de atacar a Final da Escola de Qualificação do European Tour, admitiu, em declarações à Tee Times Golf, que os sucessos de Ricardo Melo Gouveia e de Pedro Figueiredo no final de 2018 tinham-no “remotivado” a (também ele) concretizar o sonho de jogar na primeira divisão europeia.
Um sonho que vem de longe e que esteve muito perto quando em 2007 ficou a apenas 1 pancada de garantir o cartão para o European Tour. Nessa altura, em Espanha, subiam à primeira divisão os 30 primeiros (e não o top-25 como agora) e o ex-bicampeão nacional encerrou a semana no 31.º lugar!
A Escola de Qualificação tem proporcionado grandes alegrias (incluindo títulos) e fortes tristezas ao jogador do Team Portugal. Em 2015 perdeu o acesso à Final num play-off da Segunda Fase. Foi designado primeiro reserva na Final e ainda viajou para Espanha mas nunca jogou. Em 2016 voltou a falhar por 1 pancada o acesso à Final da Escola.
A sorte parecia estar a mudar para o seu lado em 2018, pois jogou de forma brilhante nas duas primeiras fases da Escola, com um 7.º lugar no Guardian Bom Sucesso Golf em Óbidos e um 6.º posto em El Encin, em Madrid, mas na Final as coisas correram-lhe mal e nem logrou passar às duas últimas voltas da competição.
Tiago Cruz sabe por experiência própria da dureza da Escola mas viu nos últimos anos alguns amigos passarem ao European Tour via Challenge Tour: Ricardo Santos em 2011, Ricardo Melo Gouveia em 2015, Pedro Figueiredo em 2018 e Filipe Lima em quatro ocasiões diferentes. Por isso, acredita que poderá ter chegado a sua vez.
E depois de ter dependido de convites em 2018, conseguiu, apesar de tudo, assegurar a Categoria-14 para a segunda divisão europeia. Um feito, tendo em conta que só pode jogar nove torneios do Challenge Tour.
No ano que agora findou, o campeão nacional de 2014 e 2015 foi dos golfistas portugueses menos mediatizado, não por não ter obtido bons resultados, mas simplesmente porque foram escassas as competições em que foi o melhor português e as atenções viraram-se para outros. O caso mais emblemático foi o bom 4.º lugar no Open de Portugal @ Morgado Golf Resort, onde Filipe Lima se sagrou vice-campeão!
GOLFATTOO foi conversar com Tiago Cruz para tentar perceber como avaliou a sua época de 2018 e como encara os novos desafios em 2019.
GOLFTATTOO – Em 2018 começaste bem, com uma vitória no Portugal Pro Golf Tour logo em janeiro. Depois, em abril, alcançaste um bom 8.º lugar no evento do Alps Tour em Óbidos, e em maio arrancaste um ainda melhor 4.º lugar no Open de Portugal. Parecias lançado para uma grande época mas a verdade é que nos torneios do Challenge Tour até ao final da época as coisas não te correram tão bem como desejarias. Mas no final do ano voltaste a ter bons resultados com dois top-10 nas duas primeiras fases da Escola em outubro e novembro. O que se passou nos meses entre junho e setembro para os teus resultados não terem sido tão bons? Porque mesmo no PGA Portugal Tour (o circuito nacional) onde és sempre candidato aos títulos, acabaste por não ganhar nenhum este ano.
TIAGO CRUZ– Sim tive um bom início e com o resultado que obtive no Open de Portugal eu e o meu “manager”, Pedro Lima Pinto, fomos falar com o José Correia (presidente da PGA de Portugal) para tentar arranjar-me o máximo de convites possíveis para o Challenge Tour antes da data limite de acesso ao Rolex Trophy. julho agosto e setembro foram os meses em que tive mais torneios e nessa altura o stress da competição, a falta de tempo para trabalhar o swing com o Luís Barroso (treinador) e a falta de descanso contribuíram para a minha irregularidade nos 18 buracos e a consequente falta de bons resultados.
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