São pouco mais de 16km por 12 e menos de 4 mil habitantes. E porém, a cada passo, uma atracção extraordinária nesta também Reserva da Biosfera (o coração da ilha).
Para além das descobertas das vilas e aldeias e do património (as igrejas são admiráveis, a Fábrica-museu da Baleia ou o Museu das Flores em Santa Cruz, os museus do Lavrador ou de Lacticínios nas Lajes), é obrigatório serpentear e andar a pé — ou, caso disso, mergulho, pesca, mesmo canyoning, uma espécie de“alpinismo” em cascatas em que a ilha se está a tornar uma meca.
Nós caminhámos do Lajedo rumo à Fajã Grande (PR2) e foram 3h de beleza campestre, pelos campos e pastos, com o mar sempre no olhar e cruzando aldeias hospitaleiras, metendo conversa, admirando as omnipresentes vacas.
Ficam por aqui também trilhos únicos: um imperdível, o do poço da ribeira do Ferreiro (antes chamado da Alagoinha ou lago das Patas), uma meia hora até à grande lagoa para onde correm cascatas em série; ou, na fajã Grande, antes da surreal Ponta da Fajã — uma mini-aldeia em altaneira língua de rocha —, o caminho do Poço do Bacalhau, que se faz em minutos até uma outra bela lagoa-piscina e cascata.
Do outro lado da ilha, perto de Santa Cruz, ainda nos “perdemos” no caminho da baía da Alagoa, no silêncio de uma praia de areia negra e no cansaço prazenteiro de uma escadaria florestal que sobe (e desce) centenas de degraus. Por toda a ilha, assinale-se, há muitos mais percursos possíveis.
Não deixe também de fazer a sacramental volta das sete lagoas (a visão das lagoas Funda e Rasa é deslumbrante) e passar ao lado do surreal desenho do monumento geológico da Rocha dos Bordões.
E não se apresse, há que dar tempo à contemplação. Como aquele momento em que nos perdemos a olhar para as ondas a enrolarem-se na praia da fajã Grande e em cada onda nascia um arco-íris.
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