São Jorge: O café da fajã dos Vimes

Manuel Nunes produz entre 100 a 150 kg por ano nos terrenos que tem por trás da sua casa. Cultiva os grãos, torra-os e depois serve-os no único café da fajã. Diz quem provou que este café tem um sabor forte e inconfundível.

A fajã dos Vimes seria só mais uma das mais de 70 que existem em São Jorge não se desse o caso de lá se produzir café, naquela que é a maior plantação do arquipélago.

Na sua variedade arábica, o café terá chegado à fajã no século XIX, possivelmente através de um bisavô de Manuel Nunes que emigrara para o Brasil. Hoje, Manuel tem cerca de 500 pés plantados nos terrenos por trás da sua casa. É aí que os cultiva e é no Café Nunes, o único da fajã dos Vimes, que o vende, não sendo possível experimentá-lo noutro lugar da ilha: a produção é pequena, entre 100 a 150kg por ano.

Por cima do Café Nunes, Alzira, a mulher de Manuel, e Carminda, irmã dela, manejam os grandes teares nos quais dão forma às típicas colchas de ponto alto, que se fabricam unicamente nesta fajã. Para além do enquadramento natural, que vale por si, são estas as duas particularidades dos Vimes que mais visitantes atraem, e Alzira já se resignou a parar o tear para mostrar a quem vem de visita onde e como se produz o café.

É o que faz assim que chegamos. Guia-nos pelas traseiras da casa e leva-nos ao quintal onde encontramos as plantas. Na eira estão alguns grãos a secar. “O clima aqui da fajã é bom para o café. E o solo é fértil”, explica Alzira. O dia está a cair e por isso não arriscamos prová-lo, receando uma noite em claro. Mas diz quem sabe que o café dos Nunes tem um sabor forte e inconfundível.

 

 

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