Exposições
Escolhas de José Marmeleira, Luísa Soares de Oliveira e Nuno Crespo
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9 ex-aequo
Sob as Nuvens: Da Paranóia ao Sublime Digital
Adel Abdessemed, Arte Nucleare, Joseph Beuys, Guy Debord, Harun Farocki, Mona Hatoum, Silvestre Pestana, entre outros
Museu de Serralves, Porto (20 de Junho a 20 de Setembro)
Uma exposição sobre o modo como o fascínio humano pelas imagens deu lugar ao controlo pelas imagens. Uma transformação digital já não inscrita num esforço de visualidade do mundo, mas criadora de um mundo que existe numa nuvem, ou seja, num lugar abstracto que contém tudo. E estas nuvens, alojadas em servidores, são agora o lugar do nosso sublime. Nuno Crespo
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9 ex-aequo
Mercúrio
António Júlio Duarte
Galeria Zé dos Bois, Lisboa (11 de Julho a 19 de Setembro)
Foram imagens fotográficas realizadas em Macau as que António Júlio Duarte reuniu na ZDB, mas podiam ser documentos de um mundo distópico, tóxico. No declínio e no brilho artificial de Mercúrio, uma exposição nocturna, revelou-se um conjunto de espelhos do qual a vida humana se escondia ou excluía, apesar das promessas da ficção. José Marmeleira
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8
The Clock
Christian Marclay
Museu Berardo, Lisboa (5 de Março a 19 de Abril)
Mesmo que não tivesse sido escolhida, como o foi, para assinalar os 25 anos do PÚBLICO, a exibição de The Clock, de Christian Marclay, teria constituído um marco notável. Esta é uma peça sobre o tempo e a sua representação no cinema, que incluía também um cenário cuidadosamente fabricado para incluir os espectadores na sua realização. Luísa Soares de Oliveira
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5 ex-aequo
O peso das coisas. Leveza e claridade.
Carlos Nogueira
Appleton Square, Lisboa (1 a 29 de Outubro)
Mais do que uma exposição de escultura, esta foi uma exposição sobre o conceito de desenho. Ora feito pela sombra, sem intervenção do lápis, ora mimetizando os efeitos de uma fonte de luz imaginária, ela confirmou Carlos Nogueira como um dos raros artistas que sabem ultrapassar as limitações do médium. L.S.O.
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5 ex-aequo
O Museu como Performance
Alex Cecchetti, Anastasia Ax & Lars Siltberg, Isabel Carvalho, Kovács, O’Doherty, entre outros
Museu de Serralves, Porto (19 e 20 Setembro)
Nos nossos dias, o museu é um lugar de instabilidade e de pergunta que alberga coisas, corpos, pensamentos, experiências e sentimentos indefinidos. Programar um conjunto de performances num museu não corresponde exclusivamente a levar para o seu interior coisas diferentes: constitui um gesto reflexivo que obriga a pensar que espécie de lugar é a galeria. N.C.
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5 ex-aequo
Do Fundo
Pedro A. H. Paixão
Galeria 111, Lisboa (19 de Setembro a 31 de Outubro)
Residente entre Lisboa e Milão, Pedro A.H. Paixão apresentou na 111 uma das exposições mais singulares do ano. Feita de desenhos sanguíneos e projecções de dispositivos evocando a vida e a obra de Nina Simone, solicitou ao espectador a força que ainda resta (ao seu) olhar para se relacionar com as formas e o gesto do desenho. J.M.
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3 ex-aequo
Biotope
João Tabarra
Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, Coimbra (20 de Novembro a 22 de Janeiro)
Com obras inéditas, e num diálogo crítico com a filósofa francesa Elisabeth de Fontenay, Biotope, de João Tabarra, reivindicou a presença de um sujeito imagético e falante. Num conjunto de fotografias e num filme, o trabalho do artista português veio desafiar a desqualificação das imagens e, ao mesmo tempo, reconhecer a alteridade dos outros seres viventes. J.M.
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3 ex-aequo
Todos os Livros
Lourdes Castro
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (9 de Julho a 26 de Outubro)
A obra de Lourdes Castro ganhou asas: era esta a observação que se impunha ao ver e admirar a versatilidade, a variedade e a criatividade expressas nos livros da artista madeirense, uma prática que acompanha toda a sua carreira desde que a iniciou nos finais da década de 50. A exposição, comissariada por Paulo Pires do Vale, contou ainda com a edição de uma obra inédita. L.S.O.
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2
Família
Pedro Costa e Rui Chafes
Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra / Bienal Ano Zero (31 de Outubro a 31 de Janeiro)
A partir das características físicas, históricas e simbólicas do Criptopórtico de Coimbra, Rui Chafes e Pedro Costa assinaram mais uma exposição conjunta exemplar. Da escuridão para a claridade, da ausência para a presença, do esquecimento para a memória, este foi e é um dos momentos melhores no corpo de trabalho do escultor e do cineasta. L.S.O.
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1
Nenhuma Entrada Entrem
Projecto Teatral
Culturgest, Lisboa (24 de Outubro a 23 de Dezembro)
Esta exposição desafia muitas das nossas convenções acerca da constituição de uma disciplina artística, por isso exige ao espectador o abandono de todas as certezas de género. As seis obras apresentadas em Nenhuma Entrada Entrem, produzidas durante os últimos 15 anos de actividade do colectivo Projecto Teatral, não se destinam a ilustrar nenhum tipo de especial de conceito, mas a provocar, a partir do teatro (que é o seu campo de origem), a exploração do modo como nos posicionamos para ver arte, entender uma exposição ou assistir a um espectáculo. Não sabemos bem responder à questão “o que são estas obras” tentando fechar cada umas delas num nome, numa definição, num conceito. E isto porque elas são simultaneamente muitas coisas — esculturas, encenações, acções, teatro, poemas... —, mas são-no de um modo próprio e a partir de uma lógica interna, isto é, cada nova obra surge a partir de um movimento continuo e unitário de tal modo forte que parecemos estar face a uma única obra. Não se trata porém de um trabalho encerrado num conjunto de enunciados relativos às convenções artísticas e desenvolvidos à maneira de argumentos convincentes: as peças do Projecto Teatral são detentoras de fortes elementos plásticos e poéticos, demonstrando uma inteligência espacial e sensível notável, e dirigindo-se ao espectador enquanto corpo emocional e inteligente. Finalmente (e entre muitas outras coisas), trata-se de uma exposição que nos obriga a pensar que espécie de lugar é um museu, questionando a natureza das experiências, dos sentimentos e dos pensamentos que acontecem no seu interior.N.C.
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