Criação de empresas aumentou 5,2% em 2015

No ano passado surgiram 37.698 empresas, o que representa um aumento de 5,2% face a 2014. As contas são da consultora Informa D&B, que no seu barómetro anual sobre dinâmica empresarial sublinha que desde 2007 não nasciam tantas sociedades.

De acordo com uma nota divulgada no sábado, o crescimento deu-se em quase todos os sectores de actividade e na maioria dos distritos. O sector dos serviços liderou a constituição de novas empresas (11.705 empresas), seguindo-se o retalho (5688) e o alojamento e restauração (4297).

Nesta contabilidade a Informa D&B diz que se destacaram as telecomunicações, com 1065 novas empresas (mais 19,8% face a 2014), as actividades imobiliárias (2.657), a agricultura, pecuária, pesca e caça (1.961) e o alojamento e restauração (4.297).

No ano de 2015 encerraram 15.541 empresas e outras organizações, o que representa um aumento de 3,6% em comparação com o ano anterior. No entanto, a percentagem de encerramentos no total do tecido empresarial mantém-se idêntica à registada para 2014 (na ordem dos 3,5%).

“Nos últimos 12 meses nasceram 2,4 empresas por cada uma que encerrou. É uma situação favorável, que significa que o encerramento de umas empresas abre oportunidades para o nascimento de outras”, afirmou Teresa Cardoso de Menezes, directora-geral da Informa D&B, citada no comunicado.

“Os sectores que registaram mais encerramentos estão também no topo da lista dos que assistiram a mais nascimentos, o que indicia uma renovação no tecido empresarial em alguns sectores”, disse ainda a gestora. São exemplo os serviços, o retalho e a construção.

A consultora refere ainda que a presença de empresas estrangeiras em Portugal aumentou. Em 2015 constituíram-se 180 novas sucursais de empresas (mais 10,4%). Desde 2011 que a tendência era de descida e este é o segundo ano consecutivo de crescimento.

Também se constituíram 615 empresas com participação estrangeira no capital (mais 38% face a 2014), um indicador que tem vindo a aumentar anualmente desde 2010 (exceptuando o ano de 2012).

Lisboa foi o distrito onde surgiram mais empresas (num total de 11.022 constituições, que representam um aumento de 4,9% face a 2014), seguindo-se o Porto, onde as surgiram 6991 empresas (mais 4,7%) e Braga, com 3076 empresas (mais 1,2%).

A consultora também sublinha que as insolvências desceram (menos 6,7% face a 2014), repetindo a tendência que se iniciou em 2013, depois de um crescimento continuado do número de processos entre 2007 e 2012 (ano em que atingiu o valor mais alto).

Assim, a maioria dos sectores “reduziu ou manteve o número de insolvências”. Os sectores que concentram maior número de insolvências registaram descidas, como o retalho que liderou com 747 pedidos de insolvência que representaram, no entanto, um diminuição de 8,5% face ao anterior.

Seguiu-se a construção, com 735 insolvências (menos 19,6% do que em 2014), as indústrias transformadoras, com 706 insolvências (menos 2,6%) e os serviços, com 654 (menos 2,1%).

Em 2015 “as empresas revelaram-se mais cumpridoras dos prazos de pagamento”, refere a nota, adiantando que “19,9% das empresas pagaram dentro do prazo, o que representa uma melhoria de 2,5 pontos percentuais face ao ano anterior”.

Também cresceu o número de empresas com Processos Especiais de Revitalização de empresas (PER) iniciados em 2015. Eram 972 no total, mais 69 que em 2014.

No ano passado houve 28.190 empresas (representando 6,5% do tecido empresarial activo) que realizaram alterações aos seus órgãos sociais. “A mobilidade de gestão tem-se vindo a reduzir desde 2013, indiciando uma maior estabilidade na gestão das empresas”, refere a nota da Informa D&B.

As sociedades por quotas ganharam terreno às unipessoais – em 2015, 48% das constituições de empresas foram sociedade por quotas, representando um crescimento de 8,8% face a 2014.

As sociedades unipessoais representaram 49% do total das empresas criadas. Estas empresas com um único sócio foram as que mais cresceram em encerramentos face ao ano anterior (mais 14,1%), sendo responsáveis por 73% do aumento dos encerramentos, diz a Informa D&B.

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