Não houve uma greve – o estereótipo francês por excelência – mas houve uma manifestação.
Bombeiros contra polícias, petardos a estourar ciclicamente, um avanço que levou a gás lacrimogéneo. Bombeiros de passa-montanhas, a ir comprar soro fisiológico à farmácia, a recuar e deixar cair as lágrimas até recuperarem dos efeitos do gás e voltarem para a frente.
Toda a gente na esplanada a ver a manifestação e só um pouco de comoção quando há o embate, que passa logo. Mais uma hora de petardos a estourar, e já parte da manifestação está na esplanada a beber uma cerveja.
A reivindicação desta manifestação – “apolítica”, sublinham os coletes dos bombeiros e as bandeiras – é que seja aplicada, por igual, uma lei de tempo de trabalho. “Por exemplo, eu trabalhei mais de 500 horas não pagas”, conta um bombeiro, que não quer dar o nome, em marselhês cerrado. “O Estado é que aprovou a lei do tempo de trabalho, mas não a aplica”, queixa-se.
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