Há quem diga que os males de Marselha vêm do porto – onde há porto, há mafia, dizem.
O dia começa cedo no Vieux Port. Barcos chegam, devagar, e vão saindo pescadores para depositar a carga nas bancas. Peixes lançados com destreza contra a banca – um grupo de curiosos junta-se para ver alguns ainda vivos.
É aqui que se sente bem Jeanine, que há 25 anos vende aqui o peixe que os filhos passaram a noite a tirar do mar. “Há quem diga que é duro, mas é a vida que nós escolhemos”.
Ao lado, um grupo de estudantes de etnografia fazem perguntas aos pescadores que nem sempre estão para responder. “É curioso que aqui em França há sempre um mercado”, nota uma delas. “Mesmo que poucas pessoas comprem, há sempre um mercado.”
Jeanine não se queixa. “Nota-se ligeiramente a crise, mas não muito.” Às nove da manhã já passou muita gente para levar, num saco de plástico, o seu peixe fresco.
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